menu
Mulheres são mais obesas que homens no Brasil

Mulheres são mais obesas que homens no Brasil

Mulheres são mais obesas que homens no Brasil

Mulheres são mais obesas que homens no Brasil

Obesidade em Goiás está aumentando e a cirurgia bariátrica tem ganhado cada vez mais adeptas, mas não é uma opção para todas e requer uma avaliação médica rigorosa

A Organização Mundial de Saúde afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade. No Brasil, entre 2006 e 2019, a obesidade aumentou 72%, de acordo com levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Os casos de sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2) já atingem 55,4% da população, sendo 57,1% em homens e 53,9% em mulheres, enquanto que a obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) acomete 19,8% dos brasileiros, desses 18,7% são homens e 20,7% mulheres. Os números colocam o Brasil entre os países mais obesos do mundo. É o 3º entre os homens e o 5º entre as mulheres.

A obesidade em Goiás está aumentando em praticamente todas as idades, segundo os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (SISVAN/MS). De acordo com o estudo, os adolescentes goianos tiveram o maior aumento no número de pessoas com sobrepeso e obesidade por faixa etária. Entre eles, no intervalo de 2010 e 2020, a prevalência teve um aumento relativo de 80%, passando de 18,2% em 2010 para 32,7% em 2020. Já as crianças entre 5 e 9 anos tiveram um aumento de 30% (passando de 25,7% para 33,5%). Nos adultos, o aumento foi de 47% (de 44,7%, em 2010, atingindo 66,7% em 2020), e nos idosos de 25% (de 38,8% passaram para 48,4%). As crianças menores de 5 anos mantiveram o índice em 15%.

Goiânia aparece em 20º lugar no ranking com 56,29% da população está acima do peso, conforme dados do Vigitel, e 12º posição com 23, 25% da população obesa.

De acordo com o médico cirurgião bariátrico e metabólico, Paulo Reis, o acúmulo de gordura corporal é um dos problemas mais graves e é um dos principais fatores de riscos para outras enfermidades como diabetes, doenças cardíacas, derrames, pressão alta, apneia do sono e até mesmo câncer. “Além disso, a obesidade também pode afetar a qualidade de vida das pessoas, aumentando o risco de depressão, ansiedade e outras condições mentais”, alerta.

Paulo Reis explica que tanto o sobrepeso quanto a obesidade se referem ao acúmulo excessivo de gordura corporal. “O que difere os dois conceitos é a quantidade desse excesso e, consequentemente, a gravidade. O sobrepeso está relacionado a um percentual menor quando comparado à obesidade, que tem a quantidade de gordura maior e maior probabilidade de impactar na saúde como um todo”, especifica.

Segundo Paulo Reis, ambas as condições podem ser diagnosticadas a partir do cálculo “peso/altura ao quadrado”, sendo esse o Índice de Massa Corporal, popularmente conhecido como IMC. “Para o sobrepeso, o IMC fica entre 25 e 29,99 enquanto a obesidade seria diagnosticada com o IMC a partir de 30”, diferencia.

A doença é tratada como problema de saúde pública, pois se torna fator de risco para outras complicações. Para se ter uma ideia, estima-se que, no Brasil, uma em cada quatro pessoas com 18 anos ou mais está com obesidade, o equivalente a 41 milhões de pessoas.

A cirurgia bariátrica tem ganhado cada vez mais popularidade no Brasil. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) aponta que o número de cirurgias bariátricas cresceu 84,7% entre 2011 e 2018.

O médico ressalta que a cirurgia bariátrica não é uma opção para todos e requer uma avaliação médica rigorosa. “O procedimento é indicado para pacientes com obesidade mórbida, que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², ou acima de 35 kg/m² em casos de comorbidades associadas, como diabetes, hipertensão e apneia do sono”, afirma.

O procedimento é realizado no tratamento da obesidade mórbida ou grave, não sendo um procedimento estético, e beneficia diretamente a população que mais precisa, ou seja, aquela que não consegue atingir as metas com reeducação alimentar, mudanças de hábitos e exercícios físicos.

Entretanto, segundo o médico, a cirurgia bariátrica não é uma solução mágica para o problema da obesidade. “Ela pode ajudar o paciente a perder peso rapidamente, mas a manutenção desse peso depende de uma mudança permanente nos hábitos alimentares e de atividade física”, enfatiza Paulo Reis.

Facebook