A busca constante por melhores resultados no trabalho, a necessidade de equilibrar a vida pessoal e as pressões para entregar soluções em menos tempo têm levado ao aumento de casos de esgotamento mental.
O burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é uma das condições que mais afetam a saúde mental dos brasileiros. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), em 2022, o burnout atingiu 30% dos trabalhadores, ou mais de 30 milhões de pessoas, colocando o Brasil na segunda posição mundial em casos diagnosticados.
De acordo com Brenda Silva Marques Bueno Andrade, psicóloga do Núcleo Acolher do Senac Goiás, a saúde mental está diretamente relacionada à interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. "Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental não é algo isolado, pois ela compõe o contexto geral da vida das pessoas, somos seres complexos e vivemos em comunidade. A saúde mental é influenciada pelo ambiente ao nosso redor e significa que devemos considerar que ela é resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais", explica.
EQUILÍBRIO MENTAL
Manter uma boa saúde mental é essencial para melhorar a qualidade de vida e pode trazer benefícios diretos ao ambiente de trabalho. "Os benefícios decorrentes desse equilíbrio para as empresas, especificamente, podem ser medidos no aumento da produtividade; na redução de absenteísmo (falta de pontualidade e assiduidade no trabalho) dos colaboradores; a manutenção do clima organizacional positivo; a geração de projetos cada vez mais inovadores e o estímulo à criatividade dos colaboradores", afirma Brenda.
JANEIRO BRANCO
Reconhecido como o mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, o Janeiro Branco ganha destaque ao abordar a importância do equilíbrio emocional. Representando recomeços, o mês incentiva a reflexão e a busca por novas vivências e aprendizados. A cor branca simboliza uma folha em branco, remetendo à possibilidade de reescrever a própria história.
Para alcançar uma vida mais saudável, é fundamental compreender o contexto em que se está inserido. "Ter qualidade de vida envolve crescimento e autoconhecimento; ter autopercepção; autoestima; saber o que nos afeta; viver bem em comunidade; adotar uma rotina de exercícios físicos; ter uma alimentação equilibrada com frutas, legumes e reduzir consumo de açúcar; e, principalmente, fazer uma boa higiene do sono, liberando a mente de situações como pressão e tristeza. Estes são aspectos que nos trazem impactos significativos na manutenção da nossa saúde mental diariamente", ressalta a psicóloga.
SINAIS DE ALERTA
Brenda também destaca alguns sinais que podem indicar alterações na saúde mental, como mudanças no humor, tristeza, irritabilidade, apatia, ansiedade, isolamento social, alterações no sono, dificuldade de concentração e outros transtornos. "Temos que estar atentos com a alteração do humor, com sentimentos de tristeza, irritabilidade, apatia, ansiedade; comportamentos - se buscamos o isolamento social; se há mudanças no sono – hipersonia, que é o sono excessivo, ou o contrário, que é a insônia; dificuldade de concentração; transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são fatores que ajudam a reconhecer estado doentio na saúde mental", enfatiza.
Diante desses sinais, é essencial buscar ajuda profissional. "O primeiro passo é buscar ajuda de um psicólogo, psiquiatra, neuropsicólogo, terapeuta ocupacional, para que a pessoa receba o diagnóstico e um plano correto de tratamento. Na Psicologia ensinamos a pessoa a encontrar os gatilhos, e ajudamos a identificar e saber como lidar com estes gatilhos. Ajudamos o paciente a viver de forma mais leve. Orientamos sobre técnicas para o paciente aprender como lidar com o quadro", finaliza Brenda.
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