Mandetta diz que Bolsonaro foi avisado: "Oxigênio não acaba da noite para o dia"
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , criticou o governo federal pela caos no sistema de saúde vivenciado pelo estado de Amazonas, cuja capital precisou ser socorrida por outras unidades federativas para evitar novas mortes causadas pela falta de cilindros de oxigênio nos hospitais.
"É muito triste abordar esse tema, até porque ele foi falado com o presidente sobre a questão do oxigênio. Tínhamos assistido na Itália a um colapso parcial de oxigênio, na cidade de Bergamo, quando as pessoas pararam de ir para o hospital e faleceram em casa. Eles tiveram que lançar mão do exército para recolher corpos. Usei a expressão para o presidente explicando os indicadores. E oxigênio era um deles", disse Mandetta, em entrevista à Globo News .
Ele completou: "Entrei em contato com a maior fornecedora para fazer o redirecionamento da rede nacional. E oxigênio não acaba da noite para o dia".
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Segundo Mandetta, o governo federal não monitorou as demandas de cada estado e, portanto, não planejou o repasse de equipamentos necessários para cada unidade federativa.
"Você tem um consumo médio e ele vai aumentando, fazendo uma curva, que em administração e logística se chama curva ABC. Eu tenho tanto de estoque, eu consumo tanto e consigo repor tanto. Com isso, você administra a crise."
"É incrível que o ministro da Saúde foi a Manaus, permaneceu lá por 48, 72 horas. Essa crise já era presente há mais de um mês. Não está havendo monitoramento. Todo o planejamento, falta de atitude e governança e falta de interesse com as cidades que você sabe que terão pressão no sistema. Manaus foi a primeira cidade que tínhamos preocupação, tem o sistema de saúde frágil e conta com população maior do que consta no IBGE, pois recebe pacientes de outras capitais. Mas nada foi monitorado", completou.
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