"Quantas vezes não passo noites em claro chorando", diz Gimenez sobre ataques
A coluna conversou com Luciana Gimenez após a apresentadora da RedeTV! ter tido sua queixa-crime contra o senador Jorge Kajuru aceita pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). A queixa crime apresentada pelo advogado de Gimenez, Lucas Guimarães Diaz, indica a prática dos crimes de injúria e difamação praticados pelo político em entrevista ao vivo no programa 'Na Lata', no Youtube, em março deste ano.
Na breve entrevista abaixo, Luciana desabafou sobre as consequências que ataques como este fazem mal à ela e aos dois filhos, Lucas e Lorenzo. Ela quer aproveitar os traumáticos episódios que envolvem ofensas contra ela para ajudar outras mulheres a não se calarem diante de abusos psicológicos.
Como você lida com os ataques que vem sofrendo?
Eu me sinto humilhada, diminuída e tenho vergonha dos meus filhos lerem essas inverdades nas redes sociais. Acho que estou no meu limite. Não é de hoje que sofro ataques como ser humano. Já fui chamada de burra, interesseira e as mais recentes onde minha honra mais uma vez é questionada. Será que cada pessoa que fala esse tipo de coisa gostaria de ouvir alguém chamá-las ou pessoas de sua família das ofensas que elas propagam? Eu sempre finjo que nada está acontecendo e vou guardando cada lágrima e cada sentimento ruim dentro de mim. Mas agora chega, não vou mais permitir que ninguém mais faça isso comigo e se puder impedir que outras mulheres passem por isso, melhor ainda. Quero trazer informações contra abusadores psicológicos.
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Como identificar o abuso psicológico?
Estamos evoluindo, mas ainda é difícil identificar, mesmo com muitos indícios, porque a sociedade normalizou algumas situações. A desinformação é o maior inimigo das pessoas que são abusadas psicologicamente, precisamos saber e falar mais sobre o assunto. Ofender uma pessoa com uma xingamento argumentando que é nada demais ou só uma “brincadeira”, é um abuso psicológico. Diminuir uma pessoa e suas capacidades é abuso psicológico, assim como cenas de humilhações públicas, intimidações e criar fake news sobre uma pessoa a fim de criar uma imagem e situações negativas que nunca existiram, com a única motivação de causar sofrimento e dor.
Em que momento percebeu que era hora de fazer algo?
Como já disse algumas vezes, sempre me calei, sempre preferi não revidar, porque encurtaria o assunto, mas percebi que só fazia mal para mim, para as pessoas que estão ao meu redor. Meus filhos tentam disfarçar, mas também são afetados e sofrem com isso. Estamos em 2021, tudo circula nas redes sociais, as verdades e principalmente as mentiras que se espalham com mais facilidade e acabam se tornando falsas verdades.
Por inúmeras vezes nos últimos tempos voltou a acontecer algo que sempre ocorre quando os ataques acontecem e não sei te dizer quantas vezes não passo noites em claro chorando, é um pesadelo! Cheguei ao meu limite. Vi que minhas opções eram sucumbir ou lutar para que as coisas mudem e é isso que resolvi fazer. Quero trazer o assunto à luz, trazer mais informações, ouvir outras mulheres e poder ajudar, mostrar que não estão sozinhas. Estou só no começo dessa nova jornada, chega de fingir que não é comigo e que não me afeta.
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