Redação | Assessoria
Atualmente, o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum entre homens e mulheres no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no País. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 185 mil novos casos de câncer de pele são diagnosticados anualmente, sendo aproximadamente 8 mil do tipo melanoma.
Sua principal causa é a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), que pode danificar as células da pele e desencadear o crescimento anormal delas. A médica dermatologista e nutróloga, Aline Longatti, explica que a pele é composta por várias camadas, e que essa ação pode causar consequências distintas, dependendo da área afetada. “Existe a camada córnea, que é mais externa, a camada espinhosa, granulosa e a basal, que são camadas que compõem a pele. Então, dependendo da região em que ocorrer essa multiplicação desordenada, se originam tipos de cânceres diferentes”, esclarece.
Conforme explica o médico oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG, Gabriel Felipe Santiago, o câncer de pele é dividido em dois principais tipos: o não melanoma, que, embora menos agressivo, pode causar danos significativos à saúde se não tratado, e o melanoma, uma forma mais rara, porém mais grave, com maior potencial de metástase. Embora o câncer de pele não melanoma tenha alta taxa de cura quando detectado precocemente, cerca de 25% a 30% dos casos são diagnosticados em estágios mais avançados, o que torna o tratamento mais complexo.
“Mesmo sendo o tipo de câncer mais comum no País, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para salvar vidas”, destaca. Gabriel Santiago pontua que fatores como exposição prolongada ao sol, histórico familiar e características genéticas, como pele clara, são determinantes no desenvolvimento da doença. “Indivíduos com pele clara, que se queimam facilmente, são mais suscetíveis, tornando ainda mais urgente a conscientização e a adoção de comportamentos preventivos”, ressalta o oncologista.
PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE
O Dezembro Laranja chega com um lembrete fundamental: a importância da proteção solar e do diagnóstico prematuro para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha visa conscientizar a população sobre os cuidados necessários para prevenir o câncer de pele e a relevância da detecção precoce da doença.
“Adotar práticas de proteção solar, como o uso diário de protetor com FPS adequado, fugir do contato prolongado com o sol nos horários de maior intensidade, usar roupas adequadas e realizar consultas dermatológicas regulares, é essencial para manter a saúde da pele e prevenir o câncer”, alerta Aline Longatti. Também é recomendada atenção redobrada ao evitar exposição entre 10h e 16h, período de maior incidência de radiação ultravioleta, além de reforçar a importância de identificar precocemente qualquer alteração na pele.
TRATAMENTO
O tratamento do câncer de pele varia conforme o tipo e o estágio da doença. Nos casos mais comuns, como o câncer não melanoma, a remoção cirúrgica da lesão é a abordagem principal e tem alta taxa de sucesso quando realizada precocemente. Para o melanoma, que é mais agressivo, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, dependendo da extensão e da gravidade da doença. “A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, pois aumenta as chances de cura e reduz a complexidade das intervenções. O acompanhamento contínuo com o dermatologista também é essencial para monitorar a saúde da pele e evitar recidivas”, reforça Gabriel Santiago.
Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais que podem indicar o desenvolvimento de câncer de pele. Entre os principais sintomas estão manchas ou pintas assimétricas, bordas irregulares ou mudanças de cor, além de feridas que não cicatrizam. Também é fundamental observar lesões que apresentem coceira, sangramento ou crescimento rápido, pois esses podem ser sinais de alerta que exigem uma avaliação dermatológica.
"Durante o Dezembro Laranja, é essencial lembrar que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de combater o câncer de pele. Adotar hábitos simples de proteção solar e buscar orientação médica regularmente fazem toda a diferença. Identificar a doença em seus estágios iniciais não só melhora as chances de recuperação, mas também pode salvar vidas", reforça Gabriel Santiago.
A dermatologista Aline Longatti complementa, destacando como crucial adotar um cuidado personalizado com a pele. “O mais importante na campanha é considerar que a proteção solar é individualizada, que cada um vive um contexto e um clima diferente, e tem exposições diferentes, mas ela precisa ocorrer”, conclui.
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