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Política

Registros da e para a história

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Nesta quinta-feira, 19, é comemorado o Dia Mundial da Fotografia. A data para a celebração foi escolhida pois, nesse dia, em 1839, o governo francês oficializou a criação do daguerreótipo – o primeiro processo fotográfico – como livre para o mundo. A partir daí, a fotografia se tornou uma arte admirada pela sociedade e capaz de marcar momentos, construir memórias e ajudar a construir a história da nação.

O daguerreótipo é uma invenção do francês Louis Jacques Mandé Daguerre. Esse invento foi um marco importante pois tornou o processo de gravar imagens finalmente acessível.

Professora de fotojornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Déborah Borges explica que o daguerreótipo consiste num aparelho capaz de gravar imagens do mundo em uma chapa metálica polida e sensibilizada com sais de prata.

“As pessoas ficaram impressionadas com a rapidez com que o equipamento registrava as imagens, e olha que demorava em média nove minutos para captar a foto. Até então, todas as imagens necessitavam da habilidade manual de um artista para elaborá-la. A fotografia foi o primeiro tipo de imagem cuja produção é técnica, resultado de um processo físico-químico”, detalha Déborah.

Segundo a professora, a fotografia inaugura uma era de uma produção serial de imagens do mundo. Ela afirma que essas imagens sempre foram reconhecidas como muito fiéis à realidade. “Desde o início, percebia-se seu potencial de registro objetivo da realidade. Isso levou, por exemplo, à proliferação da prática do retrato fotográfico como meio preferido para eternizar as feições dos entes queridos. Além disso, surgiram fotógrafos interessados em usar a câmera para registrar os acontecimentos, as diversas culturas e dinâmicas sociais, dando início, assim, ao fotojornalismo e à fotografia documental.”

Diante disso, observa-se que o mundo não foi mais o mesmo após a invenção da fotografia. Afinal, afirma a professora, “passou a ser possível eternizar fragmentos desse mundo nas imagens e registrar a história da humanidade por meio das fotos”.

Déborah, que leciona aulas de fotografia há 11 anos, acredita que a fotografia pode, sim, contribuir para transformar a sociedade. “O próprio fotojornalismo, por exemplo, muitas vezes utiliza a fotografia para denunciar e expor injustiças sociais, contribuindo, assim, para que a sociedade se mobilize para corrigir esses problemas”, destaca.

Fotografia na prática

Na Agência Assembleia de Notícias há profissionais da fotografia desempenhando suas funções com maestria em prol da documentação de tudo que ocorre na Casa do Povo. É assim com o fotógrafo Sérgio Rocha, que há quase 14 anos trabalha como fotógrafo do Legislativo.

“Em 1992, ainda estudante de Engenharia, tive acesso ao meu primeiro equipamento de fotografia profissional, naquela época em filme. Em 1999 fiz um curso no Senac de fotografia profissional. A partir dessa época comecei a fazer trabalhos esporádicos de fotografia como fonte alternativa de renda. Quando fui aprovado no concurso da Alego, em 2006, e ao tomar posse em 2007, a fotografia passou a ser minha principal fonte de renda, deixando de lado a profissão de engenheiro”, conta Sérgio.

O fotógrafo explica que, dentro do Legislativo, a função do fotógrafo supera apenas o registro de imagens. “Na Assembleia, a fotografia é uma documentação cronológica dos fatos, ações e acontecimentos da Casa. Devido a fidelidade do registro fotográfico ao qual nos empenhamos em captar, não nos permitimos desvios em imagens que possam ter uma percepção subjetiva que não represente fielmente o objeto da pauta a qual cobrimos. A fotografia é a representação de um instante, porém, este instante deve representar fielmente o acontecimento”, sustenta.

Para Sérgio, a fotografia é poderosa. “Desde o primeiro contato com a fotografia, me encantei com seu poder. A fotografia tem o poder de resgatar nossa memória e nos fazer voltar ao tempo, recordar momentos, pessoas, sentimentos.”

Ele afirma que exerce a profissão com dedicação e carinho. “Graças a isso formei minha filha em medicina. É meu maior orgulho. E tenho conquistado a cada dia, com trabalho e dedicação, objetivos pessoais. Outras conquistas virão e é ela, a fotografia, a ferramenta que me auxiliou e continuará me proporcionando isso”, destaca Sérgio, com orgulho.

Contribuição para a democracia

Carlos Costa é outro fotógrafo que se orgulha da profissão que exerce dentro da Casa de Leis há dez anos. “Trabalho há mais de 40 anos como fotógrafo e na Assembleia há dez. A função do fotógrafo é fazer o registro dos parlamentares na elaboração do conjunto de leis que regem a vida das pessoas e o funcionamento do estado. O repórter fotográfico faz todo esse registro que vai para a mídia e, assim, a população consegue ter acesso a essas informações. É uma contribuição com a democracia e transparência”, diz Carlos.

Ele fala sobre sua experiência no fotojornalismo. “Trabalhei na Folha de Goiás – Diários Associados, Diário da Manhã, onde tive a oportunidade de trabalhar com excepcionais profissionais do jornalismo, o que foi uma escola para mim. Depois, trabalhei no jornal O Popular, onde fiquei 18 anos”.  

“No O Popular tive a oportunidade de fazer matérias fotográficas que me marcaram muito como, por exemplo, a Guerra Civil em Angola. Tive contato com um sofrimento muito grande das pessoas daquele local, muita dor, pessoas mutiladas. Isso mudou muito minha vida. Meu coração mudou muito depois dessa experiência. Outra cobertura que marcou o país e nosso estado foi do césio-137, da qual também participei. Também cito a cobertura do caso do sequestrador Leonardo Pareja, experiência que me marcou muito. Também cobri Copa América, Copa Sul-Americana. Além de posse de presidentes, ministros, a vinda do papa em Goiás, etc. São várias experiências que o fotojornalismo me proporcionou profissionalmente”, enumera Carlos Costa.

Atualmente, a área que o veternao fotógrafo mais gosta de atuar é o esporte. Diz que ama o fotojornalismo e quer continuar fazendo isso por muito tempo na vida. “Quando me aposentar quero continuar na área de esporte, pois é onde eu mais me identifico, gosto muito.”

Para ele, a função do fotógrafo é enxergar o que ninguém consegue ver. Para ilustrar a afirmação, cita experiência durante uma cobertura esportiva. “Estava cobrindo um jogo do Vila Nova e num lance da área o atacante colocou a mão na bola e o árbitro não viu. Eu tive a sorte de conseguir fazer esse registro na hora que ele sobe para fazer o cabeceio. A bola está na mão do atacante, mas como ele está cercado por outros jogadores, o juiz teve a visão atrapalhada. Uma matéria saiu na Rede Record falando que a visão do fotojornalista foi além da do árbitro”, cita.

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