Além da música e do tempo
Além de ser uma manifestação artística das mais populares e acessíveis, a música é tão importante para o ser humano, que é usada terapeuticamente, como auxílio na cura de doenças. E o artista capaz de misturar notas, silêncio e sentimentos e transformá-los em sons mágicos, capazes de encantar os ouvidos é o compositor.
Misto de artista e profissional, o compositor ganhou o 15 de janeiro, em sua homenagem. A origem da data remonta a 1945, em comemoração à fundação da Sociedade de Autores e Compositores do México (SACM). No entanto, a celebração mundial da data se deu somente a partir de 1983. No Brasil também há uma data especial para homenagear o Dia do Compositor Brasileiro, que é celebrada em 7 de outubro.
Quem nunca ouviu o antigo ditado: “Isso soa como música para meus ouvidos”, quando alguém quer se referir a algo muito positivo, que acabou de ouvir? O provérbio popular traduz de forma simples, a relação prazerosa do homem com a música. Uma conexão estabelecida há alguns milhares de anos.
De acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em comunidades, nas tribos primitivas da África, a música fazia parte do dia a dia das pessoas. Estima-se que as manifestações musicais tenham surgido há 50.000 anos, no continente africano e se espalhado pelo planeta Terra, acompanhando o homo sapiens.
Já com relação aos compositores, o primeiro registro que se tem conhecimento é de um chinês Quigong, no século 6. Segundo sites especializados, consultados por nossa reportagem, ele tocava um instrumento parecido com uma cítara e escreveu uma peça chamada Jieshi Diao Yuolan.
Com o passar do tempo, as composições foram se modificando e se tornando mais sofisticadas. As músicas começaram a ser classificadas de acordo com o estilo.
Segundo o site História das Artes o estilo mais antigo é a monodia, presente no sagrado canto gregoriano. O estilo tem esse nome por causa do papa Gregório I, grande admirador da música e apoiador da criação da Escola de Cânticos Romana, que viria a formar cantores profissionais. Ele ainda fez uma coleção de peças cantadas e as publicou em dois livros.
Depois vieram composições renascentistas, barrocas, clássicas. Isso até chegar ao século 20. Até um certo momento, as músicas eram apenas melódicas, ou seja, não tinham letra, apenas instrumentos.
Quando as composições passam a ter letra, surge a música popular. E com ela um novo momento, em que a palavra se junta à sonoridade instrumental e, graças ao talento dos compositores, passa a presentear nossos ouvidos, despertando variadas emoções e sentimentos.
Para o goiano Roberto Célio Pereira, o popular Xexéu, intérprete, compositor e poeta, poder trabalhar e sobreviver de música é um privilégio. Xexéu nos conta que, apesar de se sentir mais intérprete do que compositor, logo no início da carreira, ainda na adolescência, uma composição dele, ficou em segundo lugar num dos mais importantes festivais de música de Goiás, o “Comunicasom”, realizado nos anos de 1970 e 1980.
A música “Samba de Botequim” foi interpretada por Xexéu e um grupo de amigos da escola, que a partir daí virou o grupo Nóys é Nóys, também em atuação até hoje. Desde então, Roberto nunca mais deixou a música. Como compositor, ele atua, sobretudo atendendo a pedidos, mas mesmo assim, soma mais de 200 composições, entre elas, um CD de músicas infantis, realizado por solicitação de uma escola, em que sua filha estudava.
Com a experiência acumulada nessas quatro décadas, Xexéu analisa que a música, seja quando está compondo, cantando ou escutando, é um elemento vital. “Simplesmente eu não consigo viver sem música, sem fazer música, sem ouvir música, sem cantar. Minha música está comigo 24 horas por dia”, resume.
Para além da arte, ele acredita também acredita que o produto do trabalho do compositor, exerce muitos outros papéis no cotidiano das pessoas, como a reflexão e conscientização sobre diversos assuntos, podendo ser até um instrumento de mudança de vida.
Em um depoimento emocionado, o artista fala do quanto o trabalho musical dele reflete positivamente na vida de quem o ouve. “Eu tenho certeza que eu passo energias boas para essas pessoas, de diversas formas possíveis. Seja para atenuar alguma dor das pessoas, seja para elas se lembrarem de momentos gostosos da vida, ou de alguém que está longe ou de alguém que já se foi. Ou então aquelas pessoas que estão precisando de força, de energia para seguir em frente na vida ou aquelas que estão tristes e precisam se alegrar. Eu penso que eu sou um agente positivo na vida de várias pessoas, dessa forma. Eu sinto isso e muita gente vem até mim para agradecer e falar tudo aquilo que sentem”, finaliza.
Fonte: Assembleia Legislativa de GO
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