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Governo Bolsonaro sabia de "iminente colapso" no Amazonas 10 dias antes de crise

Governo Bolsonaro sabia de "iminente colapso" no Amazonas 10 dias antes de crise

Governo Bolsonaro sabia de "iminente colapso" no Amazonas 10 dias antes de crise
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Manaus
Alex Pazuello/Fotos Públicas
Colapso do sistema de saúde no estado já era conhecido pelo governo

O governo federal sabia do "iminente  colapso do sistema de saúde" do Amazonas por conta do novo coronavírus dez dias antes da crise estourar. A informação faz parte de um ofício encaminhado pela Advocacia Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, a AGU diz que o Ministério da Saúde fez reuniões entre os dias 3 e 4 de janeiro com autoridades locais em que detectou que o sistema de saúde do Amazonas estava à beira do colapso. No dia 14, faltou oxigênio hospitalar no estado , afetando pacientes internados em UTIs.

Só aí o governo anunciou a transferência de pacientes do Amazonas para outros estados. A resposta da AGU foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e também foi obtida pelo GLOBO.

O Amazonas vive uma das piores crises sanitárias de sua história. Nas últimas semanas, o estado vem tendo um aumento acelerado no número de casos de Covid-19, com reflexo nas internações e no aumento do consumo de oxigênio hospitalar.

No dia 14 de janeiro, a situação ficou insustentável. Faltou oxigênio em diversos hospitais da cidade. Diante da crise, o governo estadual decretou toque de recolher e o governo federal anunciou a transferência de pacientes do Amazonas para outros estados.

O ofício assinado pelo advogado-geral da União, José Levi Mello Júnior, relata as providências tomadas pelo governo em relação à crise no Amazonas .

O documento menciona que dez dias antes da crise se agravar, o governo foi informado por autoridades locais sobre a situação crítica no estado. O documento detalha que o governo já havia detectado a possibilidade de um colapso no estado.

"As reuniões foram realizadas entre 3 e 4 de janeiro de 2021, quando foram sumarizadas as seguintes conclusões: há possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde , em 10 dias, devido à falta de recursos humanos para o funcionamento dos novos leitos", diz o documento.

Em outro trecho, o governo faz uma estimativa de que o auge da crise se daria entre os dias 11 e 15 de janeiro.

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"Estima-se um substancial aumento de casos, o que pode provocar aumento da pressão sobre o sistema, entre o período de 11 a 15 de janeiro, em função das festividades de Natal e réveillon ", diz outro trecho do ofício.

Pasta foi informada no dia 8 sobre risco de falta de oxigênio

O documento diz ainda que o Ministério da Saúde foi informado no dia 8 de janeiro sobre a iminente escassez de oxigênio para os hospitais de Manaus.

O alerta foi feito por e-mail pela White Martins, principal fornecedora de oxigênio hospitalar no Amazonas. O e-mail, que também havia sido enviado para a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), detalhava os motivos da escassez.

"O imprevisto aumento da demanda ocorrido nos últimos dias agravou consideravelmente a situação de forma abrupta, superando em muito o volume contratado pela Secretaria junto à White Martins", diz um trecho do e-mail.

Na resposta, a AGU diz que, desde o dia 8 de janeiro, o Ministério da Defesa passou a providenciar estrutura para distribuir cilindros de oxigênio para o Amazonas.

No documento, a AGU acusa o governo do Amazonas de ter informado o governo federal de forma "tardia" sobre a falta de oxigênio hospitalar.

"O colapso do estoque de oxigênio hospitalar na cidade de Manaus foi informado de maneira tardia aos órgãos federais, que empregaram toda a diligência possível para contornar a situação, sobretudo mediante a mobilização da Força Nacional de Saúde do SUS ", diz a AGU .

A reportagem questionou a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) sobre a alegação de que a comunicação sobre o estoque de oxigênio ter sido feita tardiamente, mas até o momento, não obteve resposta.

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