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Encontro debate viabilidade de projetos para construção de presídios no Sul

Encontro debate viabilidade de projetos para construção de presídios no Sul

Encontro debate viabilidade de projetos para construção de presídios no Sul

Em evento virtual nesta terça-feira (15), ocorreu o kick-off (reunião para alinhamento de detalhes de um projeto) dos estudos de viabilidade dos projetos-piloto de Parceria Público-Privada (PPP) de presídios nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O passo marca o início dos trabalhos para a estruturação de PPPs no setor de segurança, política que foi qualificada pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

O objetivo é possibilitar estudos de alternativas de parcerias com a iniciativa privada para construção, modernização e operação de unidades prisionais. A qualificação ocorreu em função de demanda do Ministério da Justiça, que diagnosticou déficit de aproximadamente 300 mil vagas no sistema prisional no país, devido à inadequação das instalações atuais para a ressocialização e à baixa capacidade do poder público em ampliar o número de vagas no modelo de obra pública. O projeto-piloto conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a estruturação.

No Rio Grande do Sul, o projeto prevê a construção de penitenciária de segurança média com capacidade total para até 1.125 presos no município de Erechim. Já em Santa Catarina, está previsto novo presídio com até 600 vagas e penitenciária de segurança média com capacidade entre 1.800 e 3.300 vagas, e será estudada a incorporação da atual Penitenciária Industrial de Blumenau, com 806 vagas.

"Umas das missões do PPI é ampliar e fortalecer as parcerias entre os entes subnacionais e a iniciativa privada, ajudando as prefeituras e estados no desenvolvimento de projetos de concessões e PPPs, de forma a ofertar serviços públicos de maior eficiência e qualidade", destacou a secretária especial do PPI, Martha Seillier. "Acreditamos muito nesse projeto que está sendo inaugurado hoje, cujo maior objetivo é a ressocialização de presos por meio do trabalho e estudo nesses presídio-indústrias, em que você agrega a indústria ao próprio complexo penitenciário."

Déficit

A diretora-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Tânia Fogaça, afirmou que o déficit de vagas prisionais é o principal desafio do Depen hoje. "Isso dificulta a prestação de assistência aos presos e a implementação de políticas de enfrentamento ao crime organizado no interior do sistema prisional."

"Esse é um tema muito estratégico, e um desafio complexo. Estamos dando início a um trabalho que abre caminhos para uma gestão muito mais efetiva", finalizou o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Morgan Doyle.

Ao término dos estudos, os documentos necessários para o leilão serão submetidos à consulta pública, quando os interessados poderão enviar sugestões. A estimativa é de publicação de edital no primeiro trimestre de 2022, com leilão no segundo semestre do mesmo ano.

Presídio-indústria

O modelo de presídio industrial, que será estudado para o projeto-piloto, prevê que os apenados trabalhem em indústrias dentro da penitenciária, recebendo remuneração e remissão de penas, o que se traduz em maiores oportunidades de ressocialização e maior capacidade de investimento dos parceiros industriais.

O modelo já é utilizado na Penitenciária Industrial da Região de Chapecó, em Santa Catarina, que possibilita aos presos a oportunidade de aprender um ofício e ter um trabalho. A Penitenciária Regional de Curitibanos, também em Santa Catarina, adota o mesmo modelo e foi destaque no Prêmio Innovare, em 2019, pelo trabalho desenvolvido com os detentos.

Com informações do Ministério da Economia

Fonte: Brasil.gov

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