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Itamaraty: Ernesto Araújo atuou para garantir cloroquina através de telegramas

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Itamaraty: Ernesto Araújo atuou para garantir cloroquina através de telegramas
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Itamaraty: Ernesto Araújo atuou para garantir cloroquina através de telegramas

O ex-ministro das Relações Exteriores , Ernesto Araújo, disponibilizou da estrutura do Itamaraty para garantir o abastecimento de cloroquina ao Brasil, mesmo após a interrupção nos testes clínicos por parte da Organização Mundial da Saúde em decorrência de efeitos colaterais e ineficácia apresentada. As informações são do jornal A Folha de S.Paulo.

A mudança no posicionamento do ministério coincide com a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), mencionar uma “possível cura para a doença” em uma transmissão nas suas redes sociais, no dia 21 de março de 2021.

Na ocasião, Bolsonaro relacionou o “Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com Covid-19. Agora há pouco os profissionais do hospital Albert Einstein me informaram que iniciaram um protocolo de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19″.

No dia anterior em que o presidente mencionou a cloroquina, os hospitais Albert Einstein e a Prevent Senior anuciaram que iniciariam estudos com o farmaco.

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Articulação internacional

Dia depois, em 26 de março, numa reunião do G-20, Bolsonaro relatou através de um telegrama que “testes bem-sucedidos, em hospitais brasileiros, com a utilização de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, com a possibilidade de cooperação sobre a experiência brasileira”.

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Na mesma data, o Itamaraty solicitou em outro telegrama que diplomatas brasileiros procurassem “sensibilizar o governo indiano para a urgência da liberação da exportação dos bens encomendados pelas empresas antes referidas [EMS, Eurofarma, Biolab e Apsen] e outras que se encontrem em igual condição, cujo desabastecimento no Brasil teria impactos muito negativos no sistema nacional de saúde”. Não havia “teste bem-sucedido” em terras brasileiras e o governo indiano restringiu a exportação do medicamento.

No mês seguinte, inúmeras solicitações do então ministro Ernesto Araújo a outros países mencionam a cloroquina. Em uma destas oportunidades, o ministério das Relações Exteriores pediu à Organização Pan-Americana de Saúde para interceder a liberação de lotes de milhões de doses de hidroxicloroquina junto ao governo indiano.

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Vacinas em segundo plano

O empenho do órgão brasileiro foi muito menor em relação às vacinas, por exemplo. Até novembro de 2020, o Itamaraty ainda não havia fornecido instruções aos diplomatas em como prospectar e engajar potenciais fornecedores de vacinas – como as gigantes farmacêuticas – ou insumos para a fabricação de doses através da China. Somente neste ano, em 2021, a embaixada do Brasil em solo chinês foi orientado a como proceder para atuar na liberação de insumos.

Em 4 de abril de 2020, Bolsonaro teria conversado com Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, para solicitar “um apelo humanitário” ao país indiano para que a cloroquina fosse liberada a fim de “salvar muitas vidas no Brasil.”


O Itamaraty foi procurado, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.

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