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Pesquisa revela os riscos da automedicação e do uso indevido de xarope

Pesquisa revela os riscos da automedicação e do uso indevido de xarope

Pesquisa revela os riscos da automedicação e do uso indevido de xarope

A crescente prática de automedicação no Brasil é motivo de grande preocupação, especialmente com o uso indiscriminado de xaropes. A Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) revela que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no país devido a complicações causadas pela automedicação. Com a seca severa de 2024 exacerbando problemas respiratórios e aumentando o consumo de medicamentos sem prescrição, o cenário torna-se ainda mais alarmante.

Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que 77% dos brasileiros utilizam medicamentos sem orientação médica, uma prática que tem levado a um aumento nas intoxicações. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirma que a automedicação está entre as principais causas de intoxicação no país, superando produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos.

Os xaropes, frequentemente considerados inofensivos, podem causar sérios problemas de saúde quando usados inadequadamente. A médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta alerta que o uso prolongado ou excessivo desses medicamentos pode levar a complicações como aumento da pressão arterial, infarto e angina. Além disso, a automedicação pode agravar quadros infecciosos e mascarar doenças graves, como a gripe e a coqueluche.

A principal motivação para o uso indevido de xaropes é o desejo de alívio rápido dos sintomas respiratórios, como dor de garganta, tosse e coriza. Juliana Caixeta ressalta que esses sintomas são sinais de que algo está errado no organismo e que tratar apenas os sintomas sem investigar a causa pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.

A médica também alerta para os riscos associados ao uso de substâncias como levodropropizina e codeína, que estão presentes em alguns xaropes e podem levar a dependência e outras complicações graves quando usadas sem supervisão médica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que as reações adversas a medicamentos representam mais de 10% das internações hospitalares. Juliana Caixeta aconselha que medicamentos recomendados por amigos ou familiares podem trazer riscos sérios, como agravamento dos sintomas e intoxicação. Ela enfatiza que um medicamento adequado para uma pessoa pode ser contraindicado para outra, e que fatores individuais, como histórico de saúde e alergias, são cruciais na escolha do tratamento.

A automedicação pode resultar em superdose e dependência, especialmente com medicamentos como a codeína, que é um opióide com potencial para causar abuso e complicações respiratórias. A médica adverte que a falta de orientação médica pode levar a consequências fatais, subestimando os riscos associados ao uso inadequado de medicamentos.

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