menu
Inspeção encontra milhares de materiais escolares abandonados em galpão da Prefeitura de Goiânia
Prefeitura paga R$ 110 mil por mês pelos espaços utilizados

Uma vistoria realizada pela Prefeitura de Goiânia identificou um grande volume de materiais armazenados em galpões alugados pela Secretaria Municipal de Educação (SME), incluindo itens novos e inutilizados, além de equipamentos em estado de deterioração. Entre os materiais encontrados estão milhares de uniformes escolares, carteiras ainda embaladas, fantasias para apresentações e mais de três mil pares de tênis infantis. Diante da situação, a administração municipal determinou a desocupação dos imóveis e o reaproveitamento dos itens em unidades de ensino.

A inspeção contou com a presença do prefeito Sandro Mabel (UB), que visitou dois dos depósitos, localizados na Rua Capistabos e na Avenida São Francisco, no Setor Santa Genoveva. No local, foram encontrados ainda livros didáticos e literários empilhados, equipamentos eletrônicos e parquinhos escolares sem uso. Muitos dos materiais estavam armazenados desde antes da pandemia de Covid-19, o que levantou questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos.

A secretária municipal de Educação, Giselle Faria, afirmou que a redistribuição já foi iniciada. "Estamos enviando tudo o que as escolas precisam. As fantasias serão lavadas e organizadas para apresentações de teatro, e os tênis e uniformes serão entregues aos alunos", explicou. Segundo ela, um levantamento será realizado para definir as próximas compras da pasta.

No entanto, parte do material encontrado não poderá ser reaproveitada. De acordo com Mabel, há prejuízo com livros didáticos que perderam a validade e não podem mais ser utilizados. "Esse depósito estava fechado há anos, e agora encontramos aqui materiais que poderiam estar nas escolas. Alguns serão reaproveitados, mas outros, como os livros pedagógicos antigos, não servem mais", afirmou o prefeito.

A SME informou que os livros didáticos com mais de dez anos serão destinados a cooperativas de reciclagem. O estoque fazia parte da reserva técnica do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e deveria ter sido distribuído em até dois anos.

Além dos galpões vistoriados, a Prefeitura estima que existam outros quatro depósitos alugados pela SME. A gestão municipal pretende encerrar os contratos e doar cerca de 7,2 mil itens sem valor monetário para cooperativas de materiais recicláveis até 7 de fevereiro. Alguns bens, como veículos sem utilidade, serão leiloados.

O secretário municipal de Administração, Celso Dellalibera, ressaltou que a manutenção desses depósitos representa um alto custo para os cofres públicos. "Gastamos R$ 720 mil por ano apenas para armazenar materiais inservíveis. Isso não faz sentido. Vamos liberar esses imóveis o mais rápido possível", declarou.

Os depósitos inspecionados pertencem à empresa Queluz Empreendimentos e estão alugados pela SME desde 2016. O espaço da Avenida São Francisco funcionava como almoxarifado, enquanto o da Rua Capistabos era utilizado como extensão do estoque de livros didáticos. Os contratos mais recentes, firmados em abril de 2024, somam um custo anual de R$ 1,33 milhão para o município.

 

Facebook