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Cuidar do “amigo do peito”

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Com a premissa de que é mais fácil cuidar da saúde do que da doença, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para evitar enfermidades cardiovasculares. A conscientização sobre a saúde desse órgão é o objetivo do Dia Mundial do Coração, celebrado nesta quarta-feira, 29 de setembro.

Para se ter uma ideia, as más condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos, incluindo o derrame, são a principal causa de morte no mundo, atingindo 17,9 milhões de pessoas a cada ano. Estima-se que ao menos 80% das mortes prematuras por doenças cardíacas e derrames podem ser evitadas.

Por isso, quanto mais cedo os cuidados com o coração começarem, melhor. Fazer um acompanhamento médico regular desde a infância é importante para a detecção precoce de condições que podem deixar o órgão vulnerável. O alerta também é fundamental para pessoas com histórico familiar de problemas no coração, cujos riscos podem ser maiores. 

“Os cuidados devem começar na infância mantendo hábitos de vida saudáveis, com alimentação rica em frutas e verduras, além da prática de exercícios físicos. Para as pessoas que têm história familiar de hipertensão, diabetes, colesterol alto, o rastreio deve começar o quanto antes para identificar as possíveis patologias”, ensina a médica cardiologista Juliana Tranjan Coragem.

A cardiologista orienta, ainda, que pacientes que têm familiares que já enfartaram ou que tiveram acidente vascular cerebral (AVC) em primeiro grau também devem fazer exames com a finalidade de diagnosticar precocemente essas doenças, se for o caso. “Já as pessoas jovens que não têm comorbidades, a orientação é que se faça um check-up cardiológico a cada dois anos. Pessoas com patologias devem se consultar com o cardiologista a cada seis meses a um ano, dependendo da cardiopatia.”

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Principais doenças cardíacas

A doença isquêmica e o enfarte são mais comuns. Por isso, datas como o Dia Mundial do Coração chamam a atenção para a prevenção de doenças cardíacas e tem também o objetivo de incentivar o controle e a prevenção dos fatores de risco, como pressão alta. A hipertensão arterial, por exemplo, é a doença mais comum e atinge quase um terço da população mundial.

“A hipertensão, por si só, força o coração e, com o tempo, pode levar a uma cardiopatia hipertensiva. A doença está ligada diretamente ao peso, a idade, que pode sobrecarregar os vasos e também o coração. Além disso, o diabetes e colesterol alto também são fatores de risco para doenças do coração. Também são comuns as arritmias e o infarto agudo do miocárdio é o que mais mata no mundo e, também, muito prevalente, principalmente, em pacientes com esses fatores de risco para doenças cardiovasculares”, destaca o médico cardiologista Frederico Nacruth.

Já as doenças cardíacas mais raras são as miocardiopatias hipertrófica e genéticas, a miocardites causadas por vírus”, esclarece o cardiologista. Frederico também faz um alerta para o aumento dos fatores de risco no último ano.

Pandemia e aumento de doenças do coração

“Além da crise sanitária de covid-19, que diminuiu consideravelmente o número de pacientes nos consultórios para exames de prevenção e diagnósticos precoces, a adoção de hábitos pouco saudáveis durante o isolamento e o aumento do sedentarismo contribuíram para a alta nos casos de problemas relacionados ao coração”, explica Nacruth.

Ele destaca que as alterações nas taxas de colesterol e o aumento da obesidade têm preocupado os especialistas. “Noventa por cento dos pacientes estão mais sedentários, sendo que 82,2% deles estão mais pesados. Os dados são alarmantes. Caso a prevalência da obesidade continue aumentando no ritmo atual, quase metade da população adulta mundial estará com sobrepeso ou obesidade até 2030”, aponta.

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O cardiologista recomenda, ainda, um check-up no coração mesmo quem teve a covid-19 sem sintomas aparentes. Isso porque, segundo ele, vítimas recuperadas apresentam maiores chances de desenvolver trombose e cerca de um terço dos pacientes de covid-19 internados em UTI podem ser acometidos pela doença. “Isso acontece devido às anormalidades na coagulação promovidas pelo coronavírus e que ainda são desconhecidas.”

Nacruth explica que a trombose é caracterizada pela formação de coágulos nas veias e artérias que dificultam a passagem de sangue. “Ela pode se formar como trombose arterial, em que o fluxo de sangue é reduzido do coração para uma determinada parte do organismo, podendo haver a morte do tecido (gangrenamento) e posterior amputação do membro devido à falta de oxigenação na região. Mas também pode ser a trombose venosa profunda, quando o retorno de sangue para o coração é diminuído, podendo haver embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar”, frisa.

De acordo com o cardiologista, a doença é mais comum em pessoas com mais de 60 anos, mas alguns fatores de risco levam jovens a desenvolver a trombose. “O sedentarismo e o abuso de álcool e tabaco são alguns dos fatores modificáveis, principalmente entre os homens. Entre a população feminina, o uso de pílula anticoncepcional sem acompanhamento médico é a principal ameaça”, pontua o médico.

Ele esclarece, ainda, que o tratamento irá depender do tipo de trombose e da gravidade de cada quadro. Se for venosa, medicamentos anticoagulantes podem ser usados. “Meias elásticas para compressão das pernas e remédios que facilitam o retorno do sangue para o coração também podem ser medidas adotadas para casos de doenças venosa ou linfática.”

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