Distrito Federal
Cresce o número de jovens contaminados pelo coronavírus
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“Muitos relaxaram nas próprias medidas de proteção, e isso precisa ser corrigido o quanto antes” Daniel Pompetti, infectologista do HRSM
Médicos de todo o mundo já avisaram e estão repetindo: a covid-19 não escolhe idade e mata idosos, adultos e jovens. O alerta vem sendo redobrado com a chegada da segunda onda do coronavírus, que tem elevado o número de pacientes jovens internados e mortos. Não é diferente no Distrito Federal, que já contabiliza, apenas neste ano, 168 mil contaminados por covid entre as pessoas que têm até 39 anos – essa é a faixa enquadrada na categoria dos jovens pela Saúde.
“Há algumas semanas, estamos verificando que o número de pacientes jovens em estado grave da covid tem crescido muito nas nossas unidades de saúde”, relata o infectologista Daniel Pompetti, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Para o médico, isso ocorre porque os jovens são os que mais se expõem ao sair de casa para trabalhar ou simplesmente encontrar os amigos, seja em uma quadra de esporte, seja na balada. “Muitos relaxaram nas próprias medidas de proteção, e isso precisa ser corrigido o quanto antes”, adverte. Outro fator é que a nova cepa do coronavírus contamina mais e é mais letal, não poupando nem mesmo crianças.
Até esta quarta-feira (24), as oito unidades administradas pelo Iges-DF contabilizaram 18 jovens internados em estado grave de covid-19, sendo seis na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HRSM, dois na UTI do Hospital de Base e dez nas unidades de pronto atendimento (UPAs). Todos eles têm até 39 anos de idade.
“Não dê bobeira, porque eu dei bobeira, não levei a sério e quase morri” Samuel Silva dos Santos, 24 anos
O drama de Samuel
Jovens que acreditam que jamais serão infectados pelo coronavírus nem passarão pelas dolorosas experiências vividas por adultos e velhos nos hospitais precisam conhecer o drama de quem, em plena juventude, quase foi levado pela covid-19. Há histórias trágicas, como a de Samuel Silva dos Santos, de 24 anos, que hoje está em um dos leitos de covid no Hospital de Santa Maria.
Trabalhador autônomo, ele menosprezou as medidas e foi contaminado. O corpo não suportou a violência do vírus. Com extrema dificuldade para respirar, no dia 17 deste mês ele foi internado no HRSM. Ficou intubado durante seis dias até ser extubado na última segunda (22).
Prostrado num dos leitos da UTI Covid e ainda respirando com a ajuda de aparelhos, Samuel concordou em gravar um vídeo sobre a sua dolorosa experiência. Falando com a voz debilitada, passou uma mensagem aos jovens que não se previnem: “Não dê bobeira, porque eu dei bobeira, não levei a sério e quase morri. Se não fosse intubado a tempo, teria morrido”.
Samuel reconhece que, assim como muitos outros jovens, não deu tanta importância às regras básicas que previnem a contaminação pelo coronavírus: usar máscara, lavar as mãos com sabão, higienizá-las com álcool gel e evitar aglomeração. São práticas que, agora, passam a fazer parte de sua vida.
*Com informações do Iges-DF
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