Nacional
Rio: Conselho de Ética da Câmara define abertura de cassação de Jairinho
Os membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiram, por unanimidade, pela cassação do mandato do Dr. Jairinho (sem partido), preso acusado de torturar e matar o seu enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. A decisão foi tomada durante uma reunião na tarde desta segunda-feira para definir a abertura do processo de cassação. O relator foi escolhido por sorteio e os membros tiveram acesso aos autos do inquérito policial, que puderam examinar por 48 horas. A avaliação predominante é a de que o decoro parlamentar foi quebrado, inclusive, por abuso de poder e tráfico de influência.
No dia 8, o grupo de parlamentares havia aprovado o afastamento do vereador do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, do qual ele também fazia parte. No mesmo dia, Dr. Jairinho teve seu salário suspenso pela Casa e, a partir do trigésimo dia preso, ficará formalmente afastado do cargo como manda o Regimento Interno. Em nota, a Executiva Nacional do Solidariedade, em conjunto com a Estadual do partido, também informou, diante dos fatos revelados, que o vereador foi, de forma sumária, expulso da sigla.
O vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a mãe de Henry, Monique Medeiros da Costa e Silva , foram presos em suspeita pelo envolvimento na morte da criança e serão indiciados por tortura e homicídio qualificado. Os dois foram presos em Bangu, na Zona Oeste do Rio, por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca). Após um mês de investigação, a polícia concluiu que o vereador agredia o enteado, e que a mãe da criança sabia disso — pelo menos desde o dia 12 de fevereiro.
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De acordo com as investigações, Jairinho dava bandas, chutes e pancadas na cabeça do menino. Ele, Monique e a babá do menino teriam mentido quando disseram que a relação da família era harmoniosa. Jairinho e Monique foram encontrados na casa de uma assessora do vereador . Caso sejam condenados, eles podem ficar presos por até 30 anos.
O laudo de necropsia aponta que o menino teve hemorragia interna e laceração hepática , provocada por ação contundente, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. Peritos ouvidos pelo GLOBO afirmam que os ferimentos não são compatíveis com um acidente doméstico. Um alto executivo da área de saúde afirmou ter sido contactado por Jairinho para agilizar a liberação do corpo sem o encaminhamento para o Instituto Médico-Legal (IML) , no Centro da cidade.
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