Votação de projeto que faz mudança na Saneago fica para hoje

Votação de projeto que faz mudança na Saneago fica para hoje

Votação de projeto que faz mudança na Saneago fica para hoje

Por decurso de prazo regimental, foi adiada para a Ordem do Dia da sessão ordinária híbrida desta quarta-feira, 2, a primeira fase de votação do projeto de nº 5208/21, que altera a legislação de criação da Saneago. O texto é referente à Lei Estadual nº 6.680, de 13 de setembro de 1967, que o Governo estadual pretende ajustar para adaptá-la à Lei Federal nº 14.026, de 15 de julho de 2020, que instituiu o Novo Marco Legal do Saneamento Básico.

A votação da propositura deve ocorrer na sessão plenária convocada para hoje, às 9 horas. As deliberações dessa terça-feira, 1° de junho, foram conduzidas pelo primeiro vice-presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, deputado Henrique Arantes (MDB). Na ocasião, seis projetos foram aprovados; um assinado pela Governadoria e cinco por parlamentares. 

De acordo com esclarecimentos do chefe do Poder Executivo na matéria de n° 5208/21, o diretor-presidente da Saneago, Ricardo José Soavinski, encaminhou a proposta à Secretaria de Estado da Casa Civil. Consta na proposição parecer técnico elaborado pela Superintendência de Planejamento Integrado, pela Superintendência de Estudos e Projetos e pela Superintendência de Expansão e Concessão, que indica a necessidade de permitir à Saneago a busca de novas formas de arranjo organizacional para ser mais competitiva no mercado.

“Uma possibilidade seria, por exemplo, a constituição de Sociedade de Propósito Específico (SPE) com empresas privadas para concorrerem às concessões dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, explica o governador Ronaldo Caiado (DEM), no texto enviado à Assembleia Legislativa.

Na matéria, é esclarecido, ainda, que o parecer da Procuradoria Jurídica da Saneago ressalta o amplo debate da proposta entre a diretoria da companhia e seus acionistas, também retratando a consolidação dos interesses de tais grupos. “Do ponto de vista jurídico, o parecer destacou que a propositura não apresenta qualquer vício de legalidade, bem como se destina a permitir que a empresa atue de forma competitiva em seu segmento”.

A proposição também foi submetida ao crivo da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE), cujo parecer foi de que a proposta, ao permitir à Saneago a constituição de subsidiárias, de sociedades de propósito específico e a participação societária em outras companhias, não encontra óbice jurídico.

Quando ainda em tramitação na Comissão Mista, o projeto recebeu voto em separado do líder do Governo na Assembleia, deputado Bruno Peixoto (MDB), retirando a dominação da Saneago e propondo a participação da empresa como majoritária "sempre que possível". "Nosso relatório é favorável à empresa. Nossa medida é evitar prejuízos à Saneago. Estamos dando a opção aos municípios de municipalizar o sistema de abastecimento de água e garantir a participação efetiva da companhia em todas as negociações. Para não engessar a venda dos 49% e prejudicar a empresa e seus servidores. O prefeito poderá definir, por licitação, se a Saneago atenderá o município", explicou o líder. 

Discussões na tribuna

Antes da transferência da discussão e votação do projeto para a sessão plenária de amanhã, cinco deputados foram à tribuna para se posicionar. Lêda Borges (PSDB) acredita que a modificação pode prejudicar a empresa pública ao permitir, a partir da aprovação da lei em discussão, a venda de ações da companhia de saneamento. “A Saneago é do povo e não dos políticos”, argumentou ela.

Em seu discurso, Lêda Borges acrescentou que a proposição vai, segundo ela, acabar com a empresa estatal. A parlamentar também elogiou o desempenho da Saneago em sua área de atuação. “A Saneago é premiadíssima internacionalmente. Tem lucro."

Ao concluir, a deputada disse ter sido prejudicial a retirada de emendas, inclusive de autoria dela, que, em seu entendimento, melhorariam o projeto em análise.

Já o deputado Major Araújo (PSL) alega que a empresa possui um monopólio altamente lucrativo e afirma não enxergar motivos para sua privatização. “É uma companhia altamente lucrativa e eu não vejo motivo nenhum agora para privatizá-la a não ser o Regime de Recuperação Fiscal (RRF)”, ponderou.

O deputado Antônio Gomide (PT) também lamentou a possibilidade de entregar a Saneago para iniciativa privada. "O governador Ronaldo Caiado disse que a ação majoritária seria do Governo e não da iniciativa privada e é exatamente o contrário que ele propõe com essa matéria."

O parlamentar destacou, ainda, que serviços essenciais para a população deveriam ficar com a gestão estadual. “Os serviços de água e esgoto são fundamentais para os cidadãos e é por isso que não devem ser colocados na mão da iniciativa privada. O governador modificou o projeto, retirou as emendas e, se aprovarmos essa propositura, estaremos cometendo um equívoco”, disse.

Líder do Governo na Casa de Leis, o emedebista Bruno Peixoto frisou que a gestão de Ronaldo Caiado respeita bastante a Saneago e explicou o motivo da rejeição de emendas. “Se rejeitamos emendas é porque queremos valorizar a empresa. Uma empresa sólida e consolidada, não podemos impedi-la de participar de consórcios. Por isso rejeitei as emendas dos colegas deputados."

Por fim, o deputado Wilde Cambão (PSD) argumentou que o projeto garante à Saneago a oportunidade de participar de licitação ao lado de empresas privadas. Em caso de não aprovação do texto, o parlamentar afirmou: "Aí sim estaríamos entregando nosso maior patrimônio ao capital privado. Não aprovando, como a Saneago vai cuidar dos seus servidores?", questionou.

Cambão acrescentou, ainda que, para além da prestação do serviço de água e esgoto, a estatal deve prestar, também, os serviços de drenagem, coleta de lixo e resíduos sólidos nos municípios. "Vamos ter responsabilidade e entender a real função desse projeto. Parabéns ao presidente da Saneago e ao governador Ronaldo Caiado. A partir desse texto, darão condições de ter investimentos privados", defendeu.

Demais projetos da Governadoria

Foi emendado, em Plenário, o projeto de lei da Governadoria do Estado que altera as Leis Complementares nº 58/2006 e nº 17.928/2012. Trata-se da propositura de nº 5203/21, que modifica o artigo 47 da Lei Complementar nº 58/2006, para suprimir a exigência de autorização governamental para a celebração de contratos, convênios e ajustes de qualquer natureza, pelos órgãos da administração direta e indireta do Poder Executivo.

As emendas foram feitas pelos deputados Humberto Aidar (MDB) e Talles Barreto (PSDB) e, agora, serão remetidas à apreciação da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). 

Com 24 votos favoráveis, nenhum contrário e duas abstenções, foi aprovada, em primeira fase de votação, a matéria de nº 5205/21, que tem o intuito de alterar a Lei nº 20.491, de 25 de junho de 2019. O objetivo é modificar a organização administrativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a renomeação de suas gerências e com a transferência da supervisão imediata delas, além de lhes designar outras atividades dentro das competências do órgão.

De acordo com a proposta do Executivo, a modificação atende à necessidade de compatibilização das estratégias atuais em saúde com o feixe de atribuições previsto na lei que regulamenta a organização administrativa do estado, com ênfase na reestruturação e na melhoria na prestação dos serviços ofertados ao cidadão.

“Busca-se, também, o desenvolvimento operacional e logístico da pasta da Saúde para um alinhamento no processo de tomada de decisão entre as gerências que, com a alteração legal, ficam subordinadas a uma mesma superintendência/subsecretaria”, esclarece o governador Ronaldo Caiado, na matéria encaminhada à Alego.

O chefe do Executivo explica, ainda, que a Secretaria de Estado da Administração se manifestou favoravelmente à proposta, com a consideração de que ela não acarreta impactos financeiros ao Tesouro Estadual. Já a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que não há afronta à Lei Complementar Federal nº 173, de 27 de maio de 2000, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus.

Proposituras de deputados aprovadas em segunda e definitiva fase de votação

Processo 5218/21 -  Deputado Lissauer Vieira (PSB) – Altera a Resolução nº 1379, de 16 de maio de 2012, que normatiza a criação de Frente Parlamentar. Na apreciação, 21 parlamentares votaram a favor da proposta e nenhum votou contra. 

Segundo o teor da matéria apresentada, a frente parlamentar terá o prazo de funcionamento de até seis meses, prorrogável, apenas uma vez, por até mais seis meses, devendo a prorrogação ser encaminhada para conhecimento do Plenário e publicação no Diário Oficial da Assembleia. Na propositura, o presidente Lissauer Vieira explica que, "ao se admitir apenas uma prorrogação por igual período, o objetivo é tornar mais eficiente os trabalhos das frentes parlamentares". 

Processo 1807/19 -  Deputado Wilde Cambão (PSD) - Inclui no calendário cívico cultural de Goiás a Semana Municipal do Folclore de Luziânia, a realizar-se entre os dias 21 e 23 de agosto de cada ano. Ao todo, 23 deputados votaram favoravelmente à matéria. 

Cambão informa que o evento foi criado pelo Decreto Municipal nº 179, de 1º de julho de 2015, e que já foi realizado em cinco edições. “Trata-se de um evento que possui abrangência regional, acolhendo os municípios vizinhos”, frisa o parlamentar.

Proposições de deputados aprovadas em primeira fase de votação

Processo 2501/19 – Deputado Julio Pina (PRTB) - Define porcentual mínimo de vagas para matrículas de filhos e dependentes de policiais e bombeiros militares em Colégios Estaduais da Polícia Militar do Estado de Goiás (CEPMGs). Apensado ao processo legislativo nº 979/20, do deputado Major Araújo (PSL), e aprovado por 22 votos favoráveis e nenhum contrário.

Processo 4090/21 - Deputado Delegado Humberto Teófilo (PSL) - Elimina o prazo de validade do laudo médico pericial que atesta o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, o prazo de validade do laudo é de dois anos. A matéria foi aprovada com 23 votos favoráveis. 

Processo 6567/19 – Deputado Julio Pina - Concede o Título de Cidadania Goiana à secretária estadual da Economia, Cristiane Schmidt. “Nossa iniciativa visa homenagear Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt com esse título pelos relevantes serviços prestados ao Estado”, frisa o parlamentar. Votaram a favor da homenagem 21 parlamentares.

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