Governo de SP diz que só apresentará taxa global de eficácia para a Anvisa
O governo de São Paulo afirmou, nesta sexta-feira, que o dossiê completo com os resultados de eficácia da CoronaVac - vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan - se tornarão públicos apenas após análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O documento, de cerca de 10 mil páginas, foi enviado ao órgão regulador para que seja analisado o pedido de uso emergencial do imunizante em teste. Tornar o documento público apenas após a análise da Anvisa é algo que preocupa a comunidade científica.
"Hoje pela manhã o Instituto Butantan pediu de forma oficial o registro emergencial da vacina. Junto com ela, foi enviado um dossiê de cerca de 10 mil páginas para serem avaliadas por aquela agência. Esses dados, após sua análise, serão totalmente democratizados através de deliberações, fazendo com que todo e qualquer cidadão tenha acesso a essas informações", disse o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva de imprensa.
O Butantan e a Sinovac ainda precisam apresentar a taxa global de eficácia, ou seja, os chamados desfechos primários, que incluem todas as pessoas que ficaram doentes, de forma leve, moderada ou grave. O cálculo, no caso, excluiria o grupo que tomou o placebo. Até o momento, foram apresentados desfechos secundários, que mostram que a eficácia é de 78% para prevenir casos que precisam de atendimento médico e 100% para casos graves e mortes.
O protocolo divulgado até então pela CoronaVac não seguiu os mesmos ritos das demais vacinas em teste contra a Covid-19 , como da Pfizer e da AstraZeneca. A Anvisa já afirmou que iniciou a triagem dos documentos enviados pelo Instituto Butantan sobre o pedido de uso emergencial. Segundo a agência, a primeira etapa da análise, que ocorre nas primeiras 24 horas, avalia se os dados apresentados atendem aos requisitos da solicitação emergencial. Caso a documentação esteja incompleta, a Anvisa pode paralisar a contagem do prazo para dar a resposta, de 10 dias.
Após meses de polêmica sobre a compra ou não de doses da CoronaVac, ontem o governo federal assinou um acordo com o Butantan para a aquisição de 46 milhões de doses, com a possibilidade de ampliar a contratação em mais 54 milhões. O contrato foi fixado no valor de R$ 2,6 bilhões pelas 46 milhões.
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