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CCJ da Câmara aprova PEC que proíbe aborto legal, até em casos de estupro

CCJ da Câmara aprova PEC que proíbe aborto legal, até em casos de estupro

CCJ da Câmara aprova PEC que proíbe aborto legal, até em casos de estupro

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/12, que proíbe o aborto no Brasil, mesmo em situações já previstas em lei, como gravidez resultante de estupro. A medida foi aprovada por 35 votos a favor e 15 contrários.

Agora, a proposta será analisada por uma comissão especial, cuja criação depende de autorização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Esse colegiado terá 40 sessões para discutir o texto, que, se aprovado, seguirá para o Plenário, onde precisará de 308 votos em dois turnos para avançar.

O QUE DISSERAM OS PARLAMENTARES

“Onde não há o respeito pelo início da vida, abre-se espaço para todo tipo de atrocidade. Defender a vida desde a concepção não é apenas uma escolha ética, mas uma necessidade civilizatória”, comentou a deputada Julia Zanatta (PL-SC).

“Imaginem as pesquisas com células-tronco, que, graças a essa visão distorcida e fundamentalista, serão descontinuadas ou paralisadas. Olha o grau de violência contra o conjunto da população”, criticou a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP).

Para o deputado Bacelar (PV-BA), a PEC 164/12 é inconstitucional. “Ao proibir o aborto em quaisquer circunstâncias, esse texto é incompatível com os direitos fundamentais e com os princípios da dignidade da pessoa humana”, defendeu.

O QUE DIZ A PEC 164/12

A PEC, apresentada pelos ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), busca alterar o artigo 5º da Constituição, estabelecendo que o direito à vida começa na concepção.

Se aprovada, a medida proibirá o aborto mesmo nos casos atualmente permitidos: risco de morte para a gestante, estupro e anencefalia. A relatora, deputada Chris Tonietto (PL-RJ), argumentou que a inclusão do termo “desde a concepção” é uma reafirmação científica e jurídica.

PRÓXIMOS PASSOS

A aprovação da admissibilidade não altera a legislação atual, mas abre caminho para a tramitação da PEC. O debate promete ser acirrado tanto no colegiado especial quanto no Plenário, dado o impacto da proposta em direitos reprodutivos e na saúde pública no país.

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