Bolsonaro diz que fez "mais do que é obrigado" na crise de saúde do Amazonas
O presidente Jair Bolsonaro ouviu nesta quarta-feira um pedido de ajuda de um apoiador que disse ser do Amazonas e respondeu que o governo federal já foi além do que é obrigado a fazer na questão da saúde no Estado, por ter oferecido recursos ao governo estadual. A declaração foi feita na chegada ao Palácio da Alvorada, no início da noite.
"A questão lá de saúde, nós demos dinheiro, recursos e meios. Não fomos oficiados por ninguém do Estado na questão do oxigênio. Foi naquela... uma sexta-feira, a White Martins [empresa que fornece o oxigênio médico para Manaus]. Na segunda-feira, tava lá o ministro [Eduardo Pazuello, da Saúde]. Atualmente tá equalizada a questão do oxigênio lá. Agora lá no Estado tem que ter gente pra prever quando vai faltar uma coisa ou não pra tomar providência. Nós aqui fomos além daquilo que nós somos obrigados a fazer", afirmou Bolsonaro.
Ele comentou ainda que o governo enviou seis carretas com cilindros de oxigênio por uma rodovia federal e que a Aeronáutica "entrou de sola" para resolver o problema, além de ter havido transporte do produto por balsa. O apoiador então reclamou que a Justiça está "jogando contra" a população e colocando "o povo trancado dentro de casa". E Bolsonaro questionou:
"Aí a decisão é do decreto do governador [Wilson Lima]? Voltou o lockdown lá?"
O simpatizante afirmou que o governador fez um "lockdown severo" e está prendendo "até mototaxista".
Na semana passada, Wilson Lima anunciou que as restrições impostas a deslocamentos nas cidades do Estado seriam ampliadas para 24 horas por dia a partir de segunda-feira. O governo estipulou que apenas uma pessoa de cada casa poderá sair às ruas, em poucas situações como a compra de alimentos ou por motivos médicos. Ao anunciar as medidas, o ele disse que não se trata de um lockdown.
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"É preciso ter prudência, é preciso que as pessoas entendam a necessidade que temos de tomar essas medidas, que são medidas duras, mas necessárias para salvar a maior quantidade de vidas ", declarou Lima, no sábado passado.
Na sequência, o apoiador queixou-se que "não estão fazendo a profilaxia que o senhor indicou". Nesse momento, Bolsonaro fez questão de dizer que não indicou nenhum remédio, transferindo a responsabilidade para os médicos.
"Não, olha só, a profilaxia a gente não indica. A gente sugere, deixando bem claro. O médico, né?, o médico que decide na ponta da linha se aplica ou não... como não tem um remédio específico pra isso, muitos médicos adotam ivermectina, hidroxicloroquina e... nós seguimos até um parecer do Conselho Federal de Medicina dizendo que o tratamento lá off label tem que ser respeitado, tá ok?"
O apoiador também pergunto se o presidente poderia fazer uma intervenção federal no Estado do Amazonas, ao que ele perguntou "em que área". Quando o simpatizante disse que seria na área da saúde", Bolsonaro declarou que não tomaria a iniciativa, mas admitiu analisá-la em caso de pedido do governo estadual:
"Não, não, não, eu não vou tomar iniciativa. Primeiro o governo do Estado tem que nos comunicar nesse sentido pedindo. A gente analisa e vê se intervém ou não."
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