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Economia

Mulheres ganham 20% menos do que homens em mais de 50 mil empresas, revela estudo

Publicado

em

Agência Brasil

De acordo com o 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, apresentado nesta quarta-feira (18) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), as trabalhadoras brasileiras recebem, em média, 20,7% a menos do que os homens em 50.692 empresas com 100 ou mais empregados. O relatório considera dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023.

O estudo aponta um aumento na diferença salarial em relação ao primeiro relatório, que mostrava uma discrepância de 19,4%. Esse crescimento é atribuído à criação de novos postos de trabalho em 2023, onde 369.050 foram ocupados por homens e 316.751 por mulheres.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou que a igualdade salarial entre gêneros é uma prioridade do governo federal e está sendo discutida em fóruns internacionais, como o G20, sob a presidência do Brasil em 2024. “As mulheres são chefes de família em 50,8% dos lares brasileiros, mas ainda recebem 20% menos que os homens pelo mesmo trabalho”, destacou.

Cida também enfatizou a necessidade de mudar a mentalidade sobre os papéis de gênero, lembrando que as mulheres desempenham funções fundamentais na sociedade e não devem ser vistas apenas como complementos da renda familiar. “O desafio é colocar as mulheres no centro do debate sobre desenvolvimento econômico”, afirmou.

O relatório analisou 18.044.542 vínculos formais de trabalho, sendo 10,8 milhões de homens e 7,2 milhões de mulheres, com uma soma total de rendimentos de R$ 782,99 bilhões. A média salarial para homens era de R$ 4.495,39, enquanto para mulheres era de R$ 3.565,48.

Em relação às mulheres negras, a diferença salarial é ainda mais acentuada. Elas recebiam, em média, R$ 2.745,26, o que corresponde a 50,2% do salário dos homens não negros, que ganhavam R$ 5.464,29. O relatório indicou que 27,9% das empresas com 100 ou mais empregados possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres negras.

A diferença salarial também é significativa em cargos de direção e gerência, onde as mulheres ganham 27% a menos que os homens, e 31,2% menos em funções de nível superior.

O relatório foi divulgado no Dia Internacional da Igualdade Salarial, instituído pela ONU em 2019, com o objetivo de combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. A ONU alertou que, no ritmo atual, levará 300 anos para alcançar a igualdade de gênero globalmente. A ministra Cida Gonçalves enfatizou a urgência em melhorar as condições de trabalho para as mulheres.

Durante a apresentação, a representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, reiterou que a igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e que é necessário acabar com todas as formas de discriminação contra as mulheres.

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