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Importância do leite na alimentação e na economia é analisada por parlamentar e especialistas

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A aprovação do texto parlamentar voltado a autorizar o Executivo estadual a firmar convênio entre as secretarias de Estado da Educação, de Agricultura e Emater-GO para o abastecimento e fornecimento de produtos da agricultura familiar, de gêneros alimentícios diversificados, produzidos localmente para a merenda escolar de toda rede de ensino público estadual pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Parlamento goiano, representa um avanço na melhoria da qualidade alimentar das crianças e jovens. 

Nos moldes da Lei Federal n° 11.947, de 11 de junho de 2009, que trata do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e da Lei Estadual n° 19.767 de 18 de julho de 2017, que fixa a Política Estadual de Compra da Produção da Agricultura Familiar (PECAF), a propositura do deputado Amilton Filho (Solidariedade) vem atender os pontos da legislação acerca da garantia de alimentação saudável e adequada, respeito à cultura, às tradições e aos hábitos alimentares saudáveis, segurança alimentar e nutricional, desenvolvimento sustentável, geração de renda e agregação de valor e combate à pobreza rural. Essa é uma importante resolução do Legislativo de Goiás, justamente no mês de junho, em que é comemorado o Dia Mundial do Leite, data criada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), reforça a importância da bebida de alto valor nutricional. 

O projeto de Amilton Filho, de nº 5187/21, foi aprovado nesta quinta-feira, 17, pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, após a devolução de vista por parte do líder do Governo, deputado Bruno Peixoto, que apresentou voto em separado, favorável à aprovação da proposta. 

O parlamentar avaliza o alimento pela sua importância na alimentação. “O leite é saudável, rico em vitaminas e que agrada o paladar da maioria das nossas crianças. Eu acredito que é fundamental que esteja presente na merenda escolar. Tenho buscado, por meio de projeto, facilitar meios para que os produtores de leite, em especial os pequenos produtores, possam vender seus produtos no estado”, salienta. Para Filho, “isso ajuda na economia e ajuda a fazer chegar o produto de qualidade nas nossas escolas. Acredito muito que temos que articular políticas públicas, que vão realmente nos garantir uma alimentação saudável na merenda escolar e garantir também o apoio ao pequeno produtor”. 

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Palavra do especialista

Quem também valida a importância do leite na alimentação é Celso José de Moura, tecnólogo em laticínios, professor de Leite e Derivados e Gestão da Segurança e Qualidade de Alimentos na Universidade Federal de Goiás (UFG). “O Dia Mundial do Leite, em tempos de ideias estranhas sendo disseminadas em vários meios de comunicação, vem reforçar, em primeiro lugar, a importância social e econômica do leite. Social porque é um alimento de alto valor nutricional e acessível a todas as classes sociais. Econômica porque gera trabalho e renda a pequenos produtores e mega produtores”, defende.

O especialista reitera que,“o fato de ser um produto muito nutritivo e de baixo custo ao consumidor,  permite que todos possam consumir. Mesmo não consumindo o volume ideal e mesmo não sendo em quantidade necessária à segurança alimentar de uma pessoa adulta ou criança, o leite garante nutrientes básicos a essa pessoa, pois contém todos os aminoácidos essenciais em quantidade necessária, além de energia por meio de gordura de alta qualidade e do seu açúcar característico, que é a lactose e ainda minerais como cálcio, fósforo entre outros, que são essenciais ao desenvolvimento, principalmente de crianças, e em especial, o desenvolvimento do cérebro”, frisa.

Professor Celso explica, ainda, que “do ponto de vista da segurança do alimento, quanto a não causar dano à saúde, podemos dizer que hoje o leite, para ser comercializado, tem que atender a requisitos rigorosos por parte dos órgãos de controle, MAPA e MS, desde a produção na fazenda até a colocação do produto na mesa do consumidor”.

Para Moura, é indiscutível a importância do leite e de derivados lácteos na merenda escolar, além de ser importante para a valorização do mercado local. “É necessário incentivar as cidades menores, a ter unidades de beneficiamento. Temos que incentivar a produção de leite seguro. Adquirir leite do produtor local é o ideal, e apoiar o pequeno produtor e pequena unidade de beneficiamento, é um ponto importante a ser abordado”, complementa. 

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Por sua vez, Alfredo Luiz Correia, diretor Executivo do Sindileite, ressalta a importância do produto para a economia, ao salientar que a produção de leite fomenta importantes elos da cadeia produtiva, desde o fornecedor de insumos, como ordenhadeira, adubo e rações, passando pelo produtor, que extrai o leite com todas as condições de higiene e qualidade exigidas, além de sua importância na geração de receita a título de ICMS.

Correia explicou que um dos importantes elos da cadeia do leite também é o motorista que coleta o produto in natura nas propriedades. “Ele é treinado para fazer esse trabalho de forma a garantir a qualidade”, reafirma. Informa também que, para garantir a qualidade do produto, todas as propriedades e animais são rastreados.

O diretor ressalta que o rigor deve ser seguido até que o produto chegue ao consumidor e cita o cuidado que os supermercados devem ter com a disposição das caixas de leite, a fim de evitar que o mesmo se perca. “As caixas devem ser empilhadas no máximo em cinco. Além disso, o consumidor deve observar se as mesmas estão amassadas, já que isso pode provocar microfuros na embalagem, o que compromete a qualidade e segurança do mesmo e fazer com que azede. Basta uma falha para perder tudo o que foi trabalhado”, orienta. 

Por outro lado, Alfredo cita que “o leite gera para o Estado uma cadeia longa em que todos têm dividendos. Não é o produtor quem paga os impostos, como ICMS, Pis, Cofins, que é pago pela indústria”, assinala. Ao final, Correia ressalta o setor leiteiro é responsável pela maior movimentação do comércio nas cidades produtoras de leite em Goiás. 

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