Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Nacional

Entenda quais as provas contra Lula que serão reavaliadas pela Justiça Federal

Publicado

em


source
Juiz que assumir os processos terá que avaliar se provas são suficientes para condenar o ex-presidente ou não
Reprodução

Juiz que assumir os processos terá que avaliar se provas são suficientes para condenar o ex-presidente ou não

O juiz que assumir os processos do ex-presidente Lula na Justiça Federal do Distrito Federal terá de reavaliar se as provas usadas pelo ex-juiz Sérgio Moro são suficientes para condená-lo nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. A base da acusação é que o dinheiro usado nas reformas dos dois imóveis saiu de um caixa da OAS destinado a abastecer o PT com propinas em troca de contratos com a Petrobras.

As condenações sofridas por Lula , e que foram anuladas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, basearam-se em depoimentos de executivos da OAS, trocas de mensagens de celular e e-mails. Diferentemente do que aconteceu com a Odebrecht , que tinha planilhas com codinomes com registros do repasse de dinheiro a políticos, a Lava-Jato não encontrou documentos similares sobre o caixa da OAS .

A existência da conta de propinas foi confirmada pelo ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, que, no decorrer do processo, negociava delação premiada com a Lava-Jato. O empresário disse à Justiça que o tríplex sempre pertenceu à familia de Lula, embora tenha permanecido em nome da OAS, e que as reformas foram feitas a pedido de Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, já falecida.

No caso do tríplex , há novos elementos surgidos em mensagens trocadas pelos procuradores da força-tarefa, hackeadas e apreendidas na Operação Spoofing. Os procuradores comentam a não inclusão no processo de um diálogo grampeado em 17 de novembro de 2015, no qual Mariuza Marques, funcionária da OAS, e uma interlocutora identificada como Samara comentam que Marisa Letícia teria devolvido a cobertura e não quis pegar a cota dela.

Originalmente, dona Marisa havia adquirido a cota de um apartamento no Edifício Solaris, no Guarujá, de uma cooperativa do sindicato dos bancários, que não conseguiu erguer o prédio e repassou para a OAS. Foram apreendidos documentos referentes ao apartamento, mas a Lava-Jato não achou o compromisso de compra do apartamento assinado por Lula ou sua mulher.

Você viu?

À espera do julgamento

Moro citou também, entre as provas, uma reportagem publicada pelo GLOBO em 2010, que falava sobre a paralisação das obras do prédio e informava que a cobertura pertencia ao presidente Lula e sua mulher. A reportagem cita que a Presidência foi procurada e confirmou que Lula continuava proprietário do imóvel.

Juristas acreditam, no entanto, que a Justiça Federal do Distrito Federal só deverá se debruçar sobre os processos de Lula depois que a parcialidade de Moro for julgada pela Segunda Turma do STF .

“Se Moro for julgado parcial, como tudo indica, toda a investigação tem de ser refeita. O novo juiz terá de reavaliar as decisões à luz da nova Lei de Abuso de Autoridade. Terá, por exemplo, de refazer os depoimentos de testemunha. Moro fazia perguntas, conduzia o interrogatório na audiência”, diz o professor de Direito Penal e Criminologia da Faculdade de Direito da USP Maurício Dieter. Segundo ele, há o risco de os crimes prescreverem.

O professor David Teixeira de Azevedo, também da Faculdade de Direito da USP, afirma que, se Moro não for julgado parcial, a Justiça Federal do DF terá de analisar se aceita ou não a denúncia feita pela força-tarefa de Curitiba.

Ele lembra, porém, que Moro já foi considerado parcial pela 2ª Turma do STF em agosto passado, o que anulou a condenação do doleiro Paulo Roberto Krug por suspeita de fraude nas investigações de irregularidades no Banestado: “é mais pragmático que se espere resolver primeiro a questão da suspeição de Moro”.

Azevedo afirma que a anulação total do processo e das provas não é um entendimento consensual. Há juristas que defendem a nulidade absoluta de toda a investigação e outros que avaliam que as provas podem ser aproveitadas: “neste caso, não valem as decisões, mas são aproveitados os atos instrutórios”.

Publicidade
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Entrar

Deixe um Comentário

CIDADES

PLANTÃO POLICIAL

POLÍTICA

ECONOMIA

MAIS LIDAS DA SEMANA