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Dia da Consciência Negra coincide com início da Copa e acende alerta para o combate ao racismo no futebol

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A Copa do Mundo de Futebol começou oficialmente neste domingo (20/11), mesma data em que se celebra no Brasil o Dia da Consciência Negra. Os assuntos possuem um ponto de intersecção: o aumento de casos de racismo no esporte.

Recentemente, o atacante brasileiro Vinícius Jr, foi alvo de um ataque racista no mês passado. Em um programa de televisão futebolístico na Espanha, um comentarista disse que o camisa 20 do Real Madrid precisa “deixar de fazer macaquices” ao comemorar os gols. A má repercussão da fala levou o agressor a pedir desculpas no Twitter. “Minha intenção não era ofender ninguém. Sinto muito”, escreveu.

Rafaela Cristina Pacheco é jardineira da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), tem 50 anos e trabalha na empresa há 16 anos. Ela não esconde a indignação com os casos de racismo. “Onde foi parar o respeito?”, questiona. Sua preocupação tem um motivo em especial: ela tem um filho negro, Felipe Santiago, que sonha em ser jogador profissional e já sofreu preconceito até mesmo de parentes por causa da cor da pele.

“Ele é o único negro da família. Meus outros dois filhos são branquinhos.Tem parente nosso que é bem intolerante, racista mesmo. O Felipe já foi discriminado de forma muito cruel. Tinha gente que não aceitava sair com ele para os lugares. Levava meus outros filhos, mas excluía ele. Isso doía muito em mim”, relembra.

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Rafaela não entende como o racismo pode ser tão forte em um país miscigenado como o Brasil. “Nosso país é uma mistura boa. Eu tenho traços de índio, Felipe tem traços de negro, outras pessoas são brancas. No final, somos um povo só, todos filhos de Deus”, ressalta a gari.

Planos futuros

Felipe Santiago Pacheco, 23 anos de idade tem esperança na conquista do hexa. “Vendo as outras seleções, a nossa é a melhor, sem dúvidas. Tem seleção aí desfalcada, como a da França; e nosso ataque está muito bom com Rafinha, Neymar e Richarlison”, comenta.

Ele também alimenta o sonho de, um dia, se tornar jogador profissional e, quem sabe, fazer parte da lista de convocados para atuar pela Seleção Brasileira. “Eu jogo quase todos os dias e chamo muito a atenção de quem vê, mas sem empresário fica difícil avançar”, explica o jovem, que atua como ponta esquerda, ponta direita e centroavante.

Felipe tem ciência de que o racismo está entranhado no futebol e que ataques a jogadores negros são corriqueiros por parte da torcida adversária e até da própria torcida, que atropela todos os limites na pressão por gols. Mas ele não se preocupa: “O racismo está em todos os lugares, não é só no futebol”, reflete.

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Ele conta que, por diversas vezes, andando nas ruas de Goiânia, percebeu mulheres com olhares desconfiados, tentando esconder as bolsas como se fossem ser assaltadas por ele. “Eu penso que é por causa da cor, sim. Por isso, procuro estar sempre bem vestido, para evitar esse tipo de situação”, diz.

“Na Europa, quando teve racismo na temporada passada, antes de começar as partidas, os jogadores se ajoelhavam e colocavam as mãos para cima, num gesto contra o preconceito. No Brasil, temos o Dia da Consciência Negra. Essas iniciativas são muito importantes. O primeiro passo para combater o racismo é falar sobre o assunto”, conclui.

Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) – Prefeitura de Goiânia

Fonte: Prefeitura de Goiânia – GO

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