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Contra inimigos invisíveis

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Nesta segunda-feira, 11 de abril, é dia de celebrar uma data muito especial, o Dia do Infectologista, instituído pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) desde 2005. A data homenageia essa especialidade médica, que vem sendo protagonista nesta longa batalha contra a pandemia do coronavírus, iniciada em 2019. São para esses profissionais que rendemos hoje nossas mais sinceras homenagens, gratos por estarem na linha de frente da covid-19, arriscando suas vidas para combater o vírus SARS-Cov2, contra o qual a arma mais poderosa ainda é a ciência.

A data foi criada em homenagem ao nascimento de Emílio Ribas, um dos pioneiros na medicina preventiva no Brasil, médico no campo do estudo e cura das doenças infectocontagiosas no país. Foi ele quem apontou que a febre amarela não era transmitida pelas pessoas, mas sim pela picada do mosquito Aedes Aegypit. Pela importância das suas descobertas, é considerado um dos pais do sanitarismo brasileiro, ao lado de Adolfo Lutz, Oswaldo Cruz e Vital Brazil. Dedicado a causa, idealizou o Instituto Butantan, responsável hoje pela fabricação da vacina conhecida como coronavac.

Em Goiás, a presidente da Sociedade Goiana de Infectologia, Christiane Kobal, destaca a importância desta área revelando que “o diferencial da infectologia é a atuação voltada tanto para a saúde pública quanto privada, estabelecendo um constante diálogo com todas as outras especialidades médicas, já que este profissional precisa estar vigilante quanto as epidemiologias e, ainda, as práticas médicas como um todo, atuando de forma robusta na garantia da saúde”.

Sociedade moderna

Na sociedade moderna, o papel do infectologista é indispensável e, no Brasil, esta categoria é pautada pela Lei Federal nº 6.431, de 1997 que determina aos hospitais a construção de um programa geral que deve guiar a conduta de uma Comissão de Controle de Infecção, objetivando a máxima redução da incidência e gravidade dessas contaminações. Desde que foi criada esta exigência legal, o campo de atuação dos infectologistas ficou ainda maior. Entretanto, essa ampliação não se deve apenas por uma questão já legitimada, mas devido as demandas existentes no mundo atual.

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Em entrevista concedida à Agência de Notícias, Christiane Kobal comenta que “a infectologia é uma área muito dinâmica, através das novas descobertas os tratamentos vão sendo atualizados constantemente, vão sendo incorporadas a adoção de novas práticas, porém tudo que é novo corre o risco de ser muito criticado”. A estudiosa da área relata que “foi necessário muita presença de espírito para enfrentar não só as dificuldades estruturais para combater o coronavírus, mas também a resistência quanto a adoção de novas terapias medicamentosas e vacinas”.

“Muitas informações quanto ao uso de medicações e quanto a eficiência das vacinas foram deturpadas”, seguiu explicando a médica especialista. Ela garante que o mal uso da internet, com a criação constante das chamadas fake news, foi uma das ferramentas mais usadas para trazer descrédito ao que determina a ciência no combate à covid-19.

“Agora que estamos num momento de maior controle da pandemia, precisamos discutir com seriedade o papel da ciência para que não hajam desencontros nas atualizações com relação as condutas médicas”, aconselhou Kobal. “É necessário que existam protocolos únicos a serem seguidos para fortalecer as práticas, pois só assim é possível avaliar os resultados que surgem através delas”, enfatizou.

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Maiores desafios

O inimigo invisível, o vírus SARS-CoV2, inaugurou maior e mais mortal pandemia já vista pelo homem moderno, mostrando seu poder de virulência, rapidez nos contágios e capacidade de mutação, impondo à ciência grandes desafios diários para conter seu avanço. Exatamente um século antes (1918-1919), a gripe espanhola havia infectado um terço da população do planeta, extinguindo 50 milhões de pessoas – o triplo do número de mortes causados na 1ª guerra mundial.

Lamentavelmente inúmeras vidas se perderam nesses últimos três anos, vítimas da doença. Os números de casos registrados mostram que em todo o mundo morreram mais de seis milhões de pessoas e, somente no Brasil, estima-se que mais de 660 mil brasileiros tenham perdido suas vidas. Apesar disto, nem de longe essa situação pode ser comparada às pandemias assistidas pelo mundo anteriormente, graças ao papel da ciência e das novas tecnologias adotadas na área da saúde.

Depois de tanto lutar nessa guerra ferrenha contra o coronavírus, parece que ainda não é hora de contar com a vitória conforme sugere a especialista. “Vamos torcer para que o vírus continue perdendo força. As próximas seis semanas serão fundamentais, pois estamos acompanhando o comportamento do vírus na China, na Europa e nos EUA, em razão de nesses lugares ele ter ganhado força. Portanto, ainda não podemos achar que a batalha está vencida e relaxar nos cuidados”, instrui Kobal. “Somente quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) se pronunciar sobre o fim da pandemia é que podemos abaixar a guarda”, finaliza a especialista.

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