Política
Comportamento do eleitor
A produção semanal da TV Alego “Eleições para Todos” discute, essa semana, o comportamento político do eleitor. O programa, que vai ao ar, nessa quinta-feira, 7, traz como entrevistado o doutor em ciência política e professor da Universidade Federal de Goiás, Robert Bonifácio.
Ao responder ao primeiro questionamento da jornalista Monalisa Carneiro, sobre como acontece a escolha do eleitor, Bonifácio afirmou que o assunto é muito complexo e que diversas variáveis influenciam essa escolha. “Desde questões socioeconômicas, como sexo, classe, cor da pele, até questões conjunturais, como acesso a conteúdos midiáticos, escândalos de corrupção, portanto uma conjunção de fatores, determinam a preferência do eleitor”, analisou.
Ele seguiu avaliando que em países como o Brasil, em que o percentual do eleitorado que tem posicionamento ideológico é baixo, o sistema partidário é pouco rígido, em que há muitos partidos e poucas filiações, os aspectos contextuais e conjunturais, são muito importantes, além da pessoa ser considerada mais importante que o partido.
Na análise do cientista político, a enorme desigualdade social brasileira reflete em todos os aspectos da vida, inclusive, na política. Além disso, o quadro partidário muito fragmentado e a alta desconfiança nos partidos, levam à configuração de um cenário de pragmatismo. Segundo ele, isso justifica o que a literatura política chama de volatilidade eleitoral e, explica comportamentos, como o voto em um candidato para governador e em um oposicionista, para deputado, por exemplo.
Questionado sobre o que pode ser feito para a construção de um eleitorado mais consciente, o estudioso acredita que faltam educação política e experimentação, já que o Brasil é uma democracia ainda muito jovem. “Educando e experimentando. Essas duas coisas se alimentam e, no meu ponto de vista, é o que faz que se tenha uma cultura política, de modo mais cívico. Isso é bom para as eleições, é bom para os partidos, é bom para a sociedade”.
Outro ponto analisado foi sobre o meio de comunicação que mais vai influenciar a escolha do eleitor. Para ele, apesar do crescimento das redes sociais, de forma geral, a televisão ainda vai continuar exercendo maior poder de persuasão, em função, especialmente do acesso ao meio, já que está em 97% dos lares brasileiros.
Mas o cientista ressalva que a depender do cargo pretendido e do perfil do eleitorado, isso pode variar. “Para governador, tem que fazer uma boa campanha em todos os meios, mas principalmente na TV. Agora, uma eleição para deputado, tem que achar o nicho, vai depender do público”, ponderou.
Fonte: Assembleia Legislativa de GO
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