Organizadores da Flipiri e Seduc debatem a criação de Circuito Literário
Dentro da programação da Festa Literária de Pirenópolis, realizada de 23 a 25 de setembro, em Pirenópolis, uma das ações foi o encontro entre os organizadores do evento e 22 coordenadores regionais de Educação da Seduc Goias.
A reunião foi promovida no sábado (24/9), no Cine Teatro Pireneus, e teve como intuito principal discutir a possibilidade de outros municípios realizarem festas literárias semelhantes, de forma a promover e estimular o hábito da leitura e da escrita entre a população.
“A ideia nasceu de uma conversa que eu tive com a secretária de Educação do Estado, professora Fátima Gavioli. Nessa oportunidade, ela sugeriu essa conversa com os coordenadores regionais para vermos a viabilidade”, explicou a secretária municipal de Educação de Pirenópolis, Márcia Áurea de Oliveira.
Na noite anterior, durante a cerimônia de abertura da Flipiri, Fátima Gavioli já havia destacado o quanto a leitura é considerada uma etapa decisiva no processo de alfabetização das crianças. “Como gestores públicos, não podemos ficar de braços cruzados, pois temos à nossa frente um cenário muito sério, especialmente em Goiás. Nossas crianças estão concluindo o 3º ano do Ensino Fundamental sem conseguir escrever uma frase com começo, meio e fim”.
Nova geração de leitores
Dentro desse contexto, para a secretária estadual da Educação, a realização de eventos como a Festa Literária de Pirenópolis (Flipiri) são extremamente importantes, já que colaboram para a formação de uma nova geração de leitores e, consequentemente, para a alfabetização.
Durante o encontro com os coordenadores regionais, os organizadores da Flipiri compartilharam suas experiências com base nos 11 anos de existência da Festa Literária. Na opinião de Iris Borges, o fundamental é o desejo de realizar. Ela alertou, no entanto, que o evento só pode ser realizado se contar com o apoio do poder público, sobretudo o municipal.
“O mais importante é começar”, acrescenta. Segundo ela, a primeira edição é sempre mais desafiadora, porque é um início, falta experiência e até a captação de recursos é mais difícil, pois os patrocinadores costumam dar preferência para eventos com mais solidez. “O começo é sempre mais humilde e, com o passar dos anos, vai ganhando proporções”, diz ela.
Circuito literário
Com 40 anos dedicados a projetos de incentivo à leitura, Iris chama a atenção para o fato de que as crianças só não leem se não tiverem acesso aos livros. “Uma criança que diz que não gosta de ler é porque tem dificuldade, e aí o professor é fundamental no sentido de perceber isso e encontrar formas de solucionar o problema”, adverte Iris Borges.
Para ela, se mais e mais municípios abraçarem essa causa, promovendo suas festas literárias anuais, Goiás poderá se tornar uma referência nacional na criação de um Circuito Literário, que ganhará destaque pela promoção do livro e da leitura em várias partes do Estado. Iris lembra que o escritor Ziraldo é o autor de uma frase muito reflexiva sobre a diferença do ato de ler e de estudar.
“O autor nos adverte que ler é muito mais importante do que estudar, porque nem sempre quem estuda tem conhecimento, enquanto quem lê consegue ter a compreensão do texto e alcança a compreensão do mundo”, completa a professora.
Apoiadores
A secretária municipal de Educação de Pirenópolis, Márcia Áurea de Oliveira, pontuou que o mais importante na realização de eventos como a Flipiri não é o resultado, mas sim o processo. Ao longo desses 11 anos, conforme ela, a Festa Literária veio cumprindo o seu papel na geração de novos leitores, se fortalecendo e conquistando bons e importantes apoiadores.
“O foco precisa ser fomentar os processos porque os resultados, de toda forma, virão no tempo certo. Participei da primeira edição da Festa quando não existia a certeza de uma segunda edição e hoje estamos aqui, na 11ª edição”, comenta Márcia, lembrando ser fundamental inserir o evento no Plano Municipal de Educação (PME) da cidade.
“Quando pensamos em uma geração de leitores temos que pensar também que as escolas desempenham um excelente papel na promoção dessa grande missão e, em Pirenópolis, nós não fazemos distinção entre escola municipal ou estadual ou qualquer outra instituição da área educacional. Todos são parceiros”, frisa.
Parceria com Governo de Goiás
A secretária municipal de Educação faz questão de ressaltar o apoio do Governo de Goiás e da Secretaria de Estado da Educação na promoção da Flipiri. De acordo com ela, o papel da Seduc é de extrema relevância. “É uma parceira que sempre colabora conosco e não mede esforços não só a Flipiri, mas tantas outras ações culturais e educacionais que realizamos aqui em nosso município”.
Para Leda Alves, o primeiro passo deve focar a tríade planejamento, orçamento e captação de recursos. Ela reforça a fala da professora Iris Borges ao destacar que a primeira edição do evento é sempre mais difícil no sentido de conseguir parceiros e patrocínio, porque a ideia ainda é embrionária, mas com o tempo, segundo ela, essa barreira é vencida.
Leda lembra ainda de alguns detalhes importantes, que não podem ser esquecidos. Um deles é de que no ano de realização da Festa Literária, o calendário escolar precisa estar alinhado com o evento, de forma a permitir a participação dos professores e dos alunos, que são o principal público alvo no sentido da promoção da leitura.
Leitores perspicazes
A fala do professor Maurício Melo Júnior, presidente da Casa dos Autores, vai de encontro ao que foi exposto pela secretária Márcia Áurea. Para ele, o fomento à leitura é só o início do processo. “Com o hábito da leitura já presente na vida das crianças e jovens, surge uma geração de leitores conscientes, perspicazes e questionadores que, inclusive, passam a ser os principais divulgadores e defensores da Festa Literária”.
Maurício acrescenta que, da primeira edição até agora, a certeza que fica é o impacto dos livros sobre as pessoas. Segundo ele, também aumentou bastante o interesse pela leitura entre os públicos infantil, juvenil e adulto.
Entusiasmada com a ideia de promover uma Festa Literária nos moldes da Flipiri em Quirinópolis, a coordenadora regional de Educação Nahra Cristina Chaves saiu do encontro disposta a tornar a Fliquiri uma realidade. “Lá nós já temos o apoio da prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação em muitas ações e ainda contamos com espaços maravilhosos para sediar as mais diversas atividades”, comemorou.
Fonte: Secretaria da Educação (Seduc-GO)
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