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Nacional

“Tinha medo por ele ser poderoso e influente na polícia”, diz ex sobre Jairinho

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Vereador Dr. Jairinho é padrasto do menino Henry Borel, que morreu no dia 10 de março
Renan Olaz / Divulgação CMRJ

Vereador Dr. Jairinho é padrasto do menino Henry Borel, que morreu no dia 10 de março

Desde o início das investigações sobre a morte do menino Henry Borel Medeiros, de apenas quatro anos, diversos personagens surgiram no caso. Entre as pessoas ouvidas pela polícia está uma ex-namorada do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho , que revelou episódios de violência protagonizados pelo parlamentar, inclusive envolvendo sua filha, o que é negado pelo acusado. Em entrevista ao jornal O Globo, ela reafirmou as acusações feitas e disse que chegou a ter a roupa rasgada em um dos casos.

“Ele era meu príncipe encantado, um cara de fala mansa, inteligente, que conversa sobre tudo, que puxa a cadeira para você sentar, que abre a porta do carro. Nunca, nos meus piores pesadelos, pude imaginar a pessoa que ele mostrou ser depois. Só quem convive sabe do poder de persuasão que ele tem. Me fazia de gato e sapato, me cegava”, disse ela, que é acusada por Jairinho de “querer vingança” e inventar “mentiras e calúnias” sobre ele.

Ao relembrar o início do relacionamento , quando o vereador ainda era casado, ela afirmou que chegou a ser confrontada pela esposa e só descobriu tudo quando a mulher engravidou do segundo filho. Neste momento, decidiu terminar porque “não queria ser amante” e diz se culpar por não ter percebido o que ele fazia com sua filha.

“Quando eu não quis mais, ele passou a me perseguir . Eu chegava na porta da minha casa e ele estava na esquina, parado com o carro. Uma vez um amigo foi me deixar no portão, ele estava atrás de uma árvore do outro lado da rua, me agarrou e rasgou minha roupa. Teve ocasião de eu ter que me esconder em casa de amiga porque ele passou a madrugada inteira batendo na porta me chamando”, revelou.

Questionada sobre o motivo e o momento de ter procurado a polícia , ela afirmou que teve “crise de consciência” e ficou “deprimida” ao saber da morte do menino Henry , mas que tinha medo por “não ser ninguém”: “ele é um homem poderoso, com dinheiro, o pai dele é influente na polícia e eu não tinha nada. Seria a palavra da gente contra a dele. Muita gente que eu procurei disse que não tinha muito o que fazer”.

Por fim, ela disse sentir “livramento” por sua filha não ter tido desfecho mais trágico durante seu relacionamento com Jairinho,  e que foi exatamente por este motivo que resolveu “falar a verdade”: “não só ajudar o pai do Henry , mas pela minha filha também, pela vontade que ela tem de se libertar, porque esses anos todos nós não fizemos nada por medo”.

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