Nacional
Vacina anunciada como 100% brasileira foi desenvolvida em NY, diz instituto
Anunciada nesta sexta-feira (26) pelo Butantan como a “vacina 100% brasileira” , a Butanvac foi desenvolvida nos Estados Unidos, na escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai, segundo disse a instituição à Folha de S. Paulo.
A informação, que foi dada pelo diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, Peter Palese, segundo a Folha, também consta no estudo publicado em dezembro de 2020 e assinado por pesquisadores do hospital e da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte.
“Realizamos com sucesso experimentos com nossa vacina baseada no vírus da doença de Newcastle [NVD, um tipo de gripe aviária]. Enquanto isso, iniciamos testes de fase 1 no Vietnã e na Tailândia com a nossa nova geração (melhorada) de vacina de Covid. Estamos conduzindo um teste de fase 1 aqui no Mount Sinai”, disse o diretor
“Também temos um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando nosso vetor de vacina NVD. Também estamos desenvolvendo vacinas para variantes da Covid-19 baseadas nas versões sul-africana e brasileira para o Instituto Butantan.”
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse à Folha que “o Butantan está fazendo o desenvolvimento integral da vacina a partir de parcerias que temos e com um consórcio internacional”, e que o instituto estadunidense teria sido procurado pelo Butantan para fornecer o vetor da vacina.
“Os comunicados conjuntos das parecerias serão feitos no momento oportuno por cada instituição do consórcio”, justificou o diretor. Durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta para anunciar a vacina, nem o Butantan nem o governador João Doria (PSDB) mencionaram a parceria com o hospital de Nova York.
Segundo Palese, o hospital Mount Sinai detém o conheimento da patente tecnológica e foi o responsável por conduzir os ensaios pré-clínicos, feitos em animais em laboratório.
A tecnologia chegou a ser divulgada em duas revistas científicas em 2020, a EBioMedicine, em novembro, e outra no periódico Vaccines, em dezembro, e, portanto, a tecnologia seria norte-americana.
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