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A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) sediou na noite dessa terça-feira, 16, uma audiência pública sobre Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O encontro foi encabeçado pelo deputado Amilton Filho (MDB), em coidealizção com a cientista política Ludmila Rosa, diagnosticada com o TDAH. 

O encontro, que teve lugar no auditório das comissões do Legislativo, contou com a presença de diversos profissionais da saúde e especialistas que debateram o assunto. 

Ao dar início ao encontro, Amilton Filho enfatizou que o objetivo da audiência pública era debater as condições e direitos relativos ao TDAH, ampliando a compreensão sobre o tema. “Estou muito feliz pela oportunidade de discutir esse assunto. Temos visto com muita alegria legislações importantes sobre isso, o que nos traz uma nova perspectiva sobre o tema.” 

O parlamentar ressaltou que, enquanto agentes políticos, os deputados devem não apenas promover esse tipo de debate, mas impedir que seja difundido a ideia de que uma ou outra lei “não pega”. Para ele, esse é um assunto que muitas vezes passa despercebido.

“Isso se justifica porque não temos políticas públicas efetivas sobre o tema. Nos falta, também, capacitação de profissionais da educação, com equipes qualificadas para atenderem nesse sentido. Nossa intenção é que possamos sair daqui com ações estratégicas sobre o que podemos propor ao Estado ou às secretarias sobre o assunto, haja vista que ainda nos faltam muitas orientações. Queremos ouvir, de cada um de vocês, suas experiências e conhecimentos para que possamos, cada vez mais, melhorar nossa atenção e do Poder Público”, afirmou.

Segundo a especialista em psiquiatria infanto-juvenil Roberta Lara, a pessoa diagnosticada com TDAH às vezes é vista como “burra”, “grossa” ou aquela que não dá atenção, que perde oportunidades e objetos. “Alguns estudos mostram que até 30% da criminalidade seria evitada se houvesse diagnóstico precoce. Sem contar as taxas de suicídio que sequer podem ser mensuradas”, explicou. 

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Ela reforçou, ainda, que o tratamento precoce evita suicídio, gravidez precoce, obesidade, além de crimes. “Isso melhora a vida da pessoa e de toda a sociedade. O diagnóstico se faz necessário não apenas para buscar justificativas, mas para buscar soluções na intenção de que as pessoas possam atingir seu verdadeiro potencial.” 

Professora universitária e membro de Comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Tatiana Takeda destacou que essa é uma condição que afeta de 3% a 6% da população brasileira. “Muitos nem sequer sabem que possuem o TDAH. Muitas dificuldades podem ser enfrentadas em casos de diagnóstico precoce. Para a OMS, esse é um assunto que deve ser cuidado, tratado e observado. Precisamos de pessoas preparadas para recebê-los nas escolas e nos demais espaços de aprendizado. Felizmente temos, hoje, uma norma federal que mostrou a importância de termos capacitação decente para lidar com esse público.” 

A psicóloga Raquel Borges disse que sua vida mudou após o diagnóstico. “Sou uma antes do tratamento e outra depois. Vamos resgatando o passado e lembrando de algumas situações que poderiam ter sido evitadas. O diagnóstico precoce possibilita que as pessoas tenham melhor qualidade de vida. Agradeço por ter tido uma boa estrutura e não ter tomado outros caminhos. Sabemos que existe uma prevalência em relação ao uso de drogas, em relação àqueles que, infelizmente, não possuem  condições de acompanhamento.”

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O presidente da Associação Goiana de Dislexia e Déficit de Atenção (AGDDA), Rodrigo Gondim, também participou do encontro e defendeu a implantação de políticas efetivas dentro da área educacional e de saúde. 

O que é o TDHA

O TDAH é um transtorno neurobiológico de origem genética. Tal condição aparece na infância e pode atingir cerca de 3% a 6% das crianças. Ele caracteriza-se por ser um padrão persistente e severo de desatenção, impulsividade e hiperatividade que, normalmente, se manifesta antes dos 7 anos de idade e que pode acompanhar o indivíduo por toda a sua vida.

A pessoa com essa condição apresenta problemas no desenvolvimento, na interação social e no contexto educacional e profissional. Esse transtorno é, com frequência, alvo de preconceito e, muitas vezes, mal compreendido. O diagnóstico é clínico e os sintomas, por não serem perceptíveis em exames laboratoriais, muitas vezes são negligenciados, o que causa muitos problemas para aqueles acometidos por essa condição, em especial, as crianças.

A literatura tem reconhecido a hereditariedade como um componente importante para gerar predisposição ao desenvolvimento da doença. Além disso, o uso de cigarro, álcool e outras drogas durante a gestação parece ser um fator que aumenta a vulnerabilidade para o desenvolvimento do transtorno em crianças.

Estudos científicos demonstram que as pessoas com TDAH apresentam alterações na região frontal e suas conexões com as demais partes do cérebro. A região frontal é responsável pelo controle de comportamentos inadequados, bem como relaciona-se com a memória, capacidade de prestar atenção e de organização.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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