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Saúde auditiva merece atenção

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Você sabia que a grande parte dos casos de surdez podem ser evitados? Para ampliar a compreensão e divulgação sobre o assunto, o Ministério da Saúde (MS) criou o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A campanha, celebrada na data de hoje, 10 de novembro, está em vigor desde 2017. A ocasião também destaca a importância da linguagem de sinais. 

Gestantes, recém-nascidos, crianças de até 2 anos, trabalhadores expostos a ruídos intensos estão entre os grupos que exigem prioridade de atenção. Para saber porque isso ocorre, é preciso entender, antes, o contexto geral do problema. Segundo o MS, o Brasil tem cerca de 5,8 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva. O número corresponde a aproximadamente 3,2% da população brasileira. 

A escala que engloba toda a comunidade surda do País varia desde casos mais leves, onde há certa dificuldade para o acompanhamento de conversas diárias, mas sem prejuízos à aquisição da linguagem oral; até a perda total da audição –  processo identificado como cofose. A Libras – Língua Brasileira de Sinais, reconhecida por lei desde 2002, é a forma que estes últimos, os considerados surdos, usam para se comunicar de forma plena e, assim, serem inseridos socialmente. 

O estudo de Libras pode ser integralmente concluído no prazo de um a dois anos. Com dedicação e participação na comunidade surda, qualquer pessoa pode aprender o idioma, que exige habilidade de interpretação para a expressão dos sentimentos que contextualizam o assunto tratado.  

Causas

A audição é um fenômeno composto por um sistema de canais responsáveis pela condução das ondas sonoras do exterior até o ouvido interno, onde são transformadas em estímulos elétricos e enviadas ao cérebro. É nesse órgão que ocorre a decodificação e reconhecimento do que se ouve. A perda da audição ou da acuidade auditiva é resultado de algum tipo de interrupção ou dano nesse processo. 

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O primeiro caso é identificado como surdez de condução. Pode ser provocado pelo acúmulo de cera de ouvido, por inflamações – as chamadas otites ou por alguma interdição óssea local. Nestas situações, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos ou a realização de cirurgias.

Já o segundo caso é identificado como surdez de cóclea ou nervo auditivo. Envolve danos decorrentes de uma grande variedade de fatores. Esses podem estar associados a viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas e até mesmo à propensão genética, à exposição ao ruído de alta intensidade, à presbiacusia (perda da audição em pessoas idosas), a traumas na cabeça, a defeitos congênitos (anomalias físicas adquiridas durante a gestação). E, ainda: alergias, problemas metabólicos e tumores. O tratamento é feito de acordo com cada caso e pode envolver, igualmente, não apenas o uso de medicamentos e cirurgias, mas também o de aparelho.

Fatores hereditários, como casos anteriores de surdez na família, também podem ser associados a esse segundo grupo. Nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, o uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário, além das chamadas infecções congênitas, especialmente, a sífilis, a toxoplasmose e a rubéola podem ser igualmente citadas.

Prevenção

As gestantes entram, aqui, como grupo de atenção especial. O objetivo, neste caso, é evitar os danos auditivos causados aos bebês pelas infecções congênitas citadas. O combate, nesse caso, pode ser feito por meio do acompanhamento médico ao longo de todo o período gestacional ou durante o chamado pré-natal. Vale lembrar que a proteção contra rubéola é bem anterior, sendo adquirida por meio de vacina que as meninas, normalmente, tomam antes da adolescência. 

Outro grupo que merece atenção especial é o dos recém-nascidos. Já nesse caso, a prevenção se dá por meio do chamado teste da orelhinha. O exame permite o diagnóstico precoce de anormalidades auditivas.  

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Trabalhadores expostos a ambientes laborais onde há intenso ruído também são considerados de prioridade para a campanha. Aqui, a prevenção se dá por meio tanto do uso de equipamentos de proteção adequados à redução dos riscos ocupacionais alertados, quanto pelo acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho.

Crianças com atrasos no desenvolvimento da fala, o que se inicia por volta dos 18 meses e consolida aos dois anos, devem ser encaminhadas para consulta com especialista. Pessoas em geral são chamadas a ter cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos. Os objetos, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões.

Destaque na Alego

Projeto quer obrigar empresas de centrais de atendimento telefônico (“all centers”), Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC) e congêneres a disponibilizarem método de atendimento de chamada de vídeo para pessoas portadoras de deficiência auditiva. A matéria de n° 7364/21,  é de autoria do deputado Paulo Trabalho (PL). 

“O objetivo dessa proposição é garantir o direito à igualdade de acessibilidade e proteger os direitos humanos daqueles que são acometidos por surdez, bem como ampliar o mercado de trabalho diante da necessidade da mão de obra qualificada em Língua de Sinais Brasileiras – LIBRAS”, justifica o autor. Com relatório favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), a propositura aguarda, agora, votação junto à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa.

Várias outras matérias similares também se encontram em tramitação na Casa. A pauta foi discutida em matéria anterior, referente ao Dia Internacional das Línguas de Sinais, celebrado em 23 de setembro.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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