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RJ: Vídeos de bombeiro antes do atropelamento foram essenciais para sua prisão
O teste de alcoolemia do capitão do Corpo de Bombeiros João Maurício Correia Passos, de 36 anos, feito na segunda-feira (11), no Instituto Médico Legal (IML), seis horas depois de ele atropelar e matar o ciclista Cláudio Leite da Silva , de 57, deu negativo.
Para a Polícia Civil , o motivo de o teste não ter dado positivo é porque a análise não é clínica: o perito verifica apenas a capacidade psicomotora da pessoa. Por isso, o delegado Alan Luxardo, titular da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), considerou vídeos que mostram João Maurício comprando e bebendo cerveja, vodca e uísque, dançando e cambaleando — feitos momentos antes do atropelamento — fundamentais para a prisão em flagrante e indiciamento do oficial:
“Sim (o exame deu negativo). Mas isso não influenciou no fato de tê-lo prendido em flagrante por homicídio doloso (dolo eventual), fuga do local do acidente e embriaguez ao volante. (Mesmo como o laudo negativo) fiz o flagrante. Considerei a relevância das imagens dos vídeos. Diante de todas as provas colhidas durante as investigações, não restam dúvidas de que ele ingeriu bebida alcoólica e estava visivelmente confuso e atordoado por isso, sem ter condições de dirigir”, disse Luxardo, nesta terça-feira.
João Maurício se recusou a ceder amostra de urina e sangue durante o exame no IML , ao qual havia chegado somente por volta das 11h, de acordo com o delegado: “Infelizmente, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo”.
Caso não existisse a comprovação da ingestão de bebida, João Maurício seria autuado apenas por homicídio culposo e fuga do local do acidente, crimes que permitem arbitramento de fiança em delegacia.
Os vídeos analisados pela polícia foram feitos numa loja de conveniência de um posto de gasolina na Avenida Gláucio Gil, no Recreio. Outras imagens — também em análise pela 42ª DP — mostram momentos que antecederam o atropelamento de Cláudio, o acidente e também a fuga de João do local.
Os investigadores ouviram ainda testemunhas. O ciclista estava na Avenida Lúcio Costa, na altura do posto 10, quando foi atingido pelo Hyundai HB 20 dirigido pelo capitão do Corpo de Bombeiros, por volta das 5h40m de segunda-feira (11).
À polícia, João Maurício alegou que fugiu após o atropelamento por medo de ser linchado — mesma alegação feita pelo jogador Marcinho, ex-Botafogo, que no dia 30 de dezembro atropelou e matou um casal de professores.
Dezenas de multas pendentes
Na carteira de habilitação de João Maurício existem 19 multas de trânsito vencidas e não pagas. As multas foram aplicadas entre os anos de 2013 e 2020. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo EXTRA.
De todas as infrações cometidas pelo militar, dez foram por dirigir acima do limite de velocidade, quatro por dirigir com a CNH suspensa e outras cinco por irregularidades, como estacionar em local proibido. Ao todo, João deve em multas o valor de R$ 2.811,64.
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