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RJ: dado revela que 62 crianças e adolescentes foram mortas e baleadas em 2020

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Relatório divulga números altíssimos de crianças e adolescentes mortas e baleadas no Rio
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Relatório divulga números altíssimos de crianças e adolescentes mortas e baleadas no Rio

O ano de 2020 foi marcado não só pela pandemia da Covid-19 , como também por um problema que infelizmente está enraizado no estado do Rio de Janeiro. A violência registrada na cidade no ano passado , mostra que 22 crianças e 40 adolescentes foram baleados na região Metropolitana da cidade. As informações foram apuradas pelo jornal O Dia.

De acordo com a média divulgada, cerca de duas crianças são baleadas por mês na cidade. Mesmo com números altos , uma queda de 8% foi registrada em comparação ao ano de 2019, que apresentava dados de que 24 crianças eram baleadas por mês. Já o número de mortes apresenta um aumento, foram sete em 2019 em comparação aos 8 em 2020.

Entre os diversos casos, pode-se lembrar da história da menina Adrelany Pacheco, de 3 anos, atingida por uma bala perdida no meio de uma operação policial, no bairro de São Gonçalo, em abril de 2020. A vítima foi socorrida e resistiu aos ferimentos. Uma outra menina que não teve seu nome revelado, brincava na porta de sua casa, na Baixada Fluminense, quando foi atingida no tórax por uma bala perdida. Ela também foi encaminhada para um centro de atendimento e sobreviveu ao acontecimento.

“Ela teve duas fraturas na coluna e tem um pouquinho de sangue no pulmão que devem drenar, mas ela está estável e fora de risco (…) Na hora que ela levou um tiro foi uma correria, eu ainda tentei proteger a minha filha, abracei ela, mas ela se feriu. Ninguém espera que isso vá acontecer com um filho. Mãe nenhuma espera”, relata a mãe da menina, que também preferiu não se identificar.

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Uma das histórias mais marcantes de 2020 envolvendo morte de adolescentes no Rio , foi o caso do jovem João Pedro Mattos Pinto , de 14 anos. Ele brincava com seus primos, dentro de sua casa, no instante em que se iniciou uma operação policial, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

“Ele nem estava saindo de casa por conta dessa pandemia. Aí, o primo passou na casa dele e foi lá buscá-lo para brincar. Eles estavam no quintal da casa. Ele se assustou com o policial, e o policial atirou na barriga dele. Até agora não sabemos de nada. Se ele morreu no local, a caminho do hospital”, contou, na época, tia de João Pedro, Georgia Matos de Assis, em entrevista ao Uol.

Com a morte do jovem, a cidade maravilhosa contabilizou o número de 40 adolescentes baleados em 2020, com cerca de três baleados por mês. Dentre esse resultado, 18 deles morreram. Em comparação com o ano de 2019, que apresentou 89 adolescentes feridos, uma queda de 55% foi vista no ano de 2020. Já as fatalidades apresentam uma queda bem mais significativa, com 66% a menos em relação ao ano de 2019, que se encerrou com 53 adolescentes mortos.

Sem operações policiais nas favelas durante a pandemia da covid-19

A morte o menino João Pedro foi um acontecimento importante para fazer com que o STF suspendesse as operações policiais dentro das favelas do Rio em tempos de enfrentamento a pandemia do novo coronavírus.

“‘Muito embora os atos narrados devam ser investigados cabalmente, nada justifica que uma criança de 14 anos de idade seja alvejada mais de 70 vezes. O fato é indicativo, por si só, de que, mantido o atual quadro normativo, nada será feito para diminuir a letalidade policial, um estado de coisas que em nada respeita a Constituição”, ministro Edson Fachin, sobre os 70 tiros que atingiram a casa da vítima.

Tal decisão teve como base a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, executada por entidades como Educafro, Justiça Global, Redes da Maré, Conectas Direitos Humanos, Fogo Cruzado e entre outras.

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