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Projeto na Alego institui o Dia Estadual de Combate e Prevenção da Hanseníase; a doença é grave, mas tem tratamento

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No fim do mês de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data foi instituída pela Lei nº 12.135/2009 com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e das autoridades de saúde sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença.

A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Afeta a pele e os nervos periféricos, ocasionando lesões neurais, o que dá à doença um alto poder incapacitante. A transmissão ocorre através das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) de pacientes sem tratamento. O paciente que está sendo tratado deixa de transmitir a doença, cujo período de incubação pode levar de três a cinco anos. A maioria das pessoas que entra em contato com esses bacilos não desenvolve a enfermidade.

Proposituras

Na atual Legislatura, tramita na Assembleia Legislativa  o projeto nº 6761/21, de autoria do deputado Antônio Gomide (PT), que propõe a criação do Dia Estadual de Combate e Prevenção da Hanseníase. A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Casa, e, no final de novembro do ano passado, foi encaminhada para votação em Plenário. 

Antônio Gomide destaca que o propósito da matéria é fortalecer as ações educativas à população no controle da hanseníase, conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da necessidade de combater o preconceito. Se aprovada, a data também será comemorada no último domingo de janeiro.

História 

A hanseníase é uma das enfermidades mais antigas do mundo. No século 6 a.c. já havia relatos da doença. Supõe-se que tenha surgido no Oriente e, de lá, chegou a outras partes do mundo por tribos nômades ou navegadores. Os indivíduos que tinham hanseníase eram enviados aos leprosários ou excluídos da sociedade, pois a enfermidade era vinculada a símbolos negativos como pecado, castigo divino ou impureza, já que era confundida com doenças venéreas.

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Por medo do contágio da doença — para a qual não havia cura na época – os enfermos eram proibidos de entrar em igrejas e tinham que usar vestimentas especiais e carregar sinetas que alertassem sobre sua presença.

No final dos anos 1940, um novo remédio foi desenvolvido, a sulfona, cujo poder terapêutico marcou uma nova fase na terapia da hanseníase, ao acabar com a contagiosidade do doente que, ainda no início do tratamento, deixava de contaminar as pessoas ao seu redor.

No Brasil, a segregação dos acometidos pela hanseníase foi uma medida de controle da doença implementada pelo estado e legitimada pela sociedade ao longo de aproximadamente quatro décadas, entre os anos de 1920 e 1960.

A cada ano, cerca de 210 mil mulheres, homens e crianças são diagnosticados com hanseníase, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Até 50% das pessoas afetadas pela hanseníase enfrentarão, além da própria doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, com risco aumentado de suicídio.

O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada com pacientes acometidos por hanseníase, são as principais formas de prevenção. Na suspeita da doença, é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde o mais rapidamente possível, para evitar a evolução da enfermidade para incapacidades e deformidades físicas que dela podem surgir.

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Sintomas e tratamento

–  Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio, ao tato e à dor, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;

–  Áreas do corpo com diminuição dos pelos e do suor;

–  Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas;

–  Inchaço em mãos e pés;

–  Diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés;

–  Lesões em pernas e pés;

– Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;

– Febre, inchaço e dor nas articulações;

– Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;

– Ressecamento nos olhos.

O tratamento consiste na associação de antibióticos usados de forma padronizada. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde, sendo as demais autoadministradas. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em unidades de referência.

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