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O saber popular em destaque

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O Dia do Folclore foi instituído em 1965, pelo então presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, por meio do Decreto nº 56.747. A data é celebrada anualmente no dia 22 de agosto. Dentre as principais manifestações do folclore em Goiás estão: Procissão do Fogaréu, Festa do Divino Pai Eterno, Cavalhadas, Congadas e Folia de Reis. 

Conforme o artigo 2º do decreto federal em vigor, a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério de Educação e Cultura e a Comissão Nacional de Folclore Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, a fim de estimular, ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do país.

Já de acordo com a releitura da Carta do Folclore Brasileiro, datada de 1995, folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. 

O documento assinala, ainda, que constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade. Entende-se folclore e cultura popular como equivalentes, em sintonia com o que preconiza a Unesco. 

“A expressão cultura popular manter-se-á no singular, embora entendendo-se que existem tantas culturas quantos sejam os grupos que as produzem em contextos naturais e econômicos específicos”, assinala a Carta. 

Valorização das manifestações culturais

Ao reconhecer a importância de tais manifestações, tramita no Parlamento goiano matéria voltada a reconhecer a Procissão do Fogaréu, na cidade de Goiás, como patrimônio cultural e imaterial do estado. O texto é objeto do processo nº 1960/22, de autoria do presidente da Comissão de Turismo da Casa, deputado Coronel Adailton (PRTB). Essa é uma das manifestações mais antigas do estado, datada de 1745, realizada na quarta-feira da Semana Santa. A celebração integra uma tradição para-litúrgica que remonta a dramatização das últimas cenas da perseguição e prisão de Jesus Cristo pelos soldados do templo.

No entendimento de Adailton, “o folclore goiano, com seu conjunto de costumes forma um mosaico de expressões populares, presentes nos municípios, representando o nosso povo e a nossa cultura de maneira singular”. 

E prossegue ao afirmar que “as tradições folclóricas são ricas, belas, atrativas e impactam em outros setores como o turismo, gerando grande fluxo de pessoas interessadas em conhecer as variadas formas de expressão que o estado apresenta”. 

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Para Adailton, as manifestações culturais fortalecem as origens, garantem a essência e mantêm viva a nossa história, a exemplo da secular procissão na cidade de Goiás, antiga capital. “Matéria de nossa autoria visa transformar a manifestação em patrimônio cultural imaterial do povo goiano, por entender a sua importância e magnitude no contexto cultural de Goiás”, ressalta.

Por sua vez, o deputado Virmondes Cruvinel (UB), cujo trabalho tem foco no reconhecimento das questões culturais, berço de todas as culturas e civilizações, o folclore precisa ser celebrado e valorizado. “O folclore incorpora cultura e história. Com isso, é um fator decisivo para manter tradições e a própria identidade de uma comunidade. Nas políticas públicas de incentivo à cultura, é importante reconhecer e destacar as produções que possuem traços folclóricos.” 

Festas religiosas

Presidente da Comissão Goiana de Folclore e Secretária da Comissão Nacional de Folclore, Izabel Signoreli explica que as festas religiosas entram para o folclore não apenas por serem tradicionais e coletivas, mas pela participação religiosa e profana do povo, com suas promessas e ex-votos, danças e cantos rituais. 

Signoreli salienta, ainda, que os cultos populares têm o mesmo sentido, mas apresentam variações de região para região. “As danças são rituais e louvações. Ao oferecerem as orações, não se contentando em louvar somente com a boca, louvam também com o corpo, nas danças, com evoluções oriundas de várias crenças, numa coreografia de movimentação sincrética.” 

A presidente da Comissão Nacional de Folclore sublinha que, por sua vez, os autos, como pastorinhas, congadas, cavalhadas são profanos (não são sagrados), mas são representados por ocasião das festas religiosas, constituindo a parte folclórica.

Cavalhadas

Com tradição de mais de 200 anos, as cavalhadas também são uma reconhecida expressão do folclore em Goiás. A manifestação ocorre entre os meses de junho e setembro, após os festejos do Divino Pai Eterno, nas cidades de Pirenópolis, Jaraguá, Palmeiras de Goiás, São Francisco, Crixás, Santa Cruz de Goiás, Santa Terezinha, Hidrolina, Pilar de Goiás, Corumbá de Goiás e Posse, além da cidade de Goiás, principal novidade da temporada, que retorna após mais de 50 anos.

Congadas

A congada faz parte da Festa de Nossa Senhora do Rosário no município de Catalão. Realizada, também, em outros municípios, a exemplo de Niquelândia, é reconhecidamente a mais antiga manifestação do gênero em Goiás, datada de 1876.

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A dança dos congos teve sua origem a partir da vinda de africanos escravizados e usada pelos jesuítas para sublimar o instinto guerreiro do negro, a partir da criação de uma luta irreal entre cristãos e pagãos.

Folia de Reis

A Folia de Reis ou Reisado é um auto popular no qual rememora-se a jornada dos reis magos: Gaspar, Melchior – ou Belchior- e Baltazar a partir do momento em que eles recebem o aviso do nascimento do Jesus, até quando o encontram. A celebração tem início dia 24 de dezembro e prossegue até 6 de janeiro. 

Festa do Divino Pai Eterno

A Romaria do Divino Pai Eterno ocorre desde a descoberta do medalhão, por volta de 1840, e tem seu ponto alto no primeiro domingo do mês de julho. A manifestação reúne milhares de pessoas vindas de vários lugares com destino ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, um lugar de paz, onde os fiéis buscam sentido para a vida, alívio para as dores e agradecem as graças recebidas.

Folk-lore

Folclore é termo inglês – folk-lore – criado e publicado em 1846 por William John Thoms, no dia 22 de agosto. É por isso que a data é reconhecida como Dia do Folclore. A palavra folclore, ao pé da letra, significa povo (folk) e saber (lore), ou seja, saber do povo. O significado antigo, e que já não se usa, era antiguidades populares.

A presidente da Comissão Goiana de Folclore, Izabel Signoreli, explica que o termo “folk-lore com o tempo perdeu o hífen e ficou folklore que, aportuguesado, passou a ser folclore, isto é, a partir de 1943, com a reforma ortográfica brasileira, a letra k foi substituída pela letra c”.

Conforme a Carta do Folclore Brasileiro, de 1951, “constitui folclore a maneira de sentir e agir de um povo, conservada pela tradição e transmitida oralmente”.

Entretanto, o folclore tem muitas definições que, em resumo, são a mesma coisa. Dentre elas, é possível citar que o folclore é: ciência popular, saber popular ou saber do povo, conhecimento do povo, estudo popular, cultura popular – que vem da tradição –, estudo das manifestações materiais e espirituais do povo, pesquisa da psicologia do povo – suas ideias, seus sentimentos –, e ainda a maneira de pensar, sentir e agir de um povo, preservada pela tradição.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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