Política
Nova sede da Assembleia Legislativa terá geração de energia solar
Do alto da nova Casa do Povo irradia a preocupação com a sustentabilidade e com a redução dos impactos para a cidade. Na parte mais alta do telhado do Palácio Maguito Vilela, sobre os blocos A e C, onde há incidência plena de luz solar, 362 placas fotovoltaicas vão captar os raios emitidos pelo astro-rei e transformá-los em energia elétrica.
Engenheiro eletricista da Alego, Luiz Amaral informa que a instalação das placas já está sendo feita e a expectativa é de que, ainda neste mês, a miniusina estará pronta para gerar energia. “Para o sistema entrar em funcionamento, dependemos de uma autorização da Enel, a concessionária de energia elétrica. A JL, construtora responsável pela obra do novo prédio, já deu entrada na solicitação e o processo está tramitando na Enel. Com a conclusão da instalação, vamos depender somente da licença da empresa.”
O projeto da construtora prevê um prazo máximo de instalação, aprovação e início da geração do sistema de 60 dias.
O engenheiro explica, também, que o sistema implementado na Assembleia Legislativa é do tipo on grid, que é integrado à rede de distribuição, e permite que o novo prédio continue recebendo energia para suprir o porcentual que não é atendido pela energia solar e, futuramente, se houver aumento na produção, excedendo o consumo do prédio, poderá receber créditos pela energia sobressalente.
Luiz Amaral iforma que essa é a primeira parte do projeto de geração de energia solar no Palácio Maguito Vilela. Essa miniusina, instalada em parte da cobertura da Casa, deve gerar, mensalmente, 21.949 quilowatts de energia elétrica, o que vai garantir parte da demanda do prédio. “Futuramente, vamos expandir e ter mais usinas que vão, gradativamente, fornecer mais energia limpa e renovável, rendendo, também, economia.”
Uma proposta de ampliação do parque de energia solar da Alego já foi feita pela Celgpar, dentro do “Programa de Eficiência Energética para Redução de Custos por Meio de Geração de Energia Renovável e Gestão de Consumo e Faturas”, da empresa. A CelgPar acumula grande expertise na instalação de sistemas de energia solar e o projeto está sendo analisado pelas áreas técnica e jurídica da Assembleia.
A geração de energia solar
Um sistema de geração de energia solar é relativamente simples. Basicamente, o conjunto utiliza placas solares, que podem ser instaladas tanto no chão, em área segura, quanto no telhado de casas e prédios. Os painéis absorvem a luz solar e geram energia elétrica, que é enviada a um inversor, onde a corrente contínua é convertida em corrente alternada, permitindo que ela seja usada para o funcionamento de aparelhos elétricos.
A principal vantagem da instalação de um sistema de geração energia solar para os consumidores é a redução na conta de energia elétrica. E a diminuição não é qualquer coisa: estima-se que uma economia de até 95% nos gastos com o consumo.
A instalação ainda tem um custo alto. Segundo dados de empresas do mercado, um sistema de geração de 900 quilowatts (KW) exige um investimento de cerca de R$ 39 mil. Porém, especialistas no assunto apontam que o retorno do investimento aconteça em, no máximo, quatro anos. Isso significa que, depois desse período, todo o dinheiro investido na aquisição do conjunto, será recuperado com essa redução na conta.
Apesar do custo ainda considerável, o interesse pela energia solar vem crescendo nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2012 os sistemas de geração distribuída e centralizada geravam cerca de 7 MW no País. Já em fevereiro de 2022 são mais de 14 mil MW de potência instalada e quase 900 mil sistemas implementados, sendo 77,1% residenciais.
Um mapeamento feito pelo Portal Solar, com base em dados divulgados pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) e pela Absolar, somente em 2021 o Brasil adicionou, aproximadamente 5,7 gigawatts (GW) de capacidade a partir de usinas de geração solar, considerando tanto sistemas de geração própria em residências e empresas, como grandes empreendimentos conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Considerando esse volume, o País ficou atrás da China, que acrescentou 52,9 GW, dos Estados Unidos, com 19,9 GW adicionados, e da Índia, com expansão de 10,3 GW.
Mas as vantagens da crescente utilização da energia solar vão muito além do alívio no bolso do consumidor. Ainda de acordo com informações da Absolar, a matriz energética já trouxe ao Brasil mais de R$ 78,5 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 450 mil empregos, nos últimos dez anos.
Além disso tudo e, talvez mais importante, com relação à utilização da energia solar, são os benefícios ambientais, já que se trata de uma geração com menor impacto na natureza. Como a fonte é inesgotável, a energia é classificada como limpa e renovável. Além disso, a geração não libera gases, não produz ruídos, não polui o ar, a terra, nem a água e não interfere no aquecimento global. A energia fotovoltaica também não está relacionada à poluição das grandes cidades do mundo, sendo que a estimativa é de que mais de 19,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO₂) já foram evitadas com o uso dos painéis solares.
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