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Não dê brecha para o mosquito!

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O Dia Nacional de Combate à Dengue é comemorado, anualmente, no penúltimo sábado do mês de novembro, tendo sido instituída pela Lei n° 12.235/2010. No calendário de 2022, a data cai nesse sábado, 19, e tem o objetivo de alertar a população sobre a importância de eliminar os criadouros do Aedes aegypti, transmissor também da chikungunya e zika.

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que apresenta os registros da doença até a primeira semana de setembro, houve um aumento de 189,1% de casos em comparação com o mesmo período de 2021. Até o dia 5 de setembro, foram contabilizados 1.337.413 casos prováveis de dengue no País.

Nese ano, a região Centro-Oeste apresenta a maior taxa de incidência de dengue, com 1.867,3 casos/100 mil habitantes, seguida das regiões: Sul (1.018,0 casos/100 mil hab.), Sudeste (494,4 casos/100 mil hab.), Nordeste (398,5 casos/100 mil hab.) e Norte (227,6 casos/100 mil hab.).

Os municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis de dengue foram: Brasília (DF), com 62.265 casos; Goiânia (GO), com 49.675 casos; Joinville (SC), com 21.365; Aparecida de Goiânia (GO), com 21.164 casos; Araraquara (SP), com 20.937 casos e Anápolis (GO), com 19.881.

Transmissão

O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Esses também são classificados como arbovírus, ou seja, são normalmente transmitidos por mosquitos. No verão, com as chuvas, há alta na proliferação do mosquito, que se reproduz em água limpa e parada. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro, também, de transmissão por transfusão sanguínea.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, em populações vulneráveis como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa. O risco aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão.

Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.

Em relação aos sintomas da doença, a febre alta é um dos principais. Outros são dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A dengue também pode não causar sintomas, pode ser leve ou grave. Nesse último caso, pode até levar à morte.

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Não há tratamento específico para a dengue. De acordo com a avaliação médica, são recomendadas medidas como fazer repouso, ingerir bastante água e não tomar medicamentos por conta própria. Pode ser recomendada também a hidratação com soro nas veias. Em caso de suspeita, é fundamental procurar um profissional de saúde para ter o diagnóstico correto.

Ações em Goiás 

Com o início do período chuvoso em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) aderiu à campanha do Ministério da Saúde com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”. A ação educativa visa conscientizar os cidadãos de que a prevenção é a melhor forma de se proteger das doenças causadas pelo inseto. 

Diante do aumento no número de casos das doenças em território goiano neste ano – com ênfase na dengue, que acumula mais de 169 mil, sendo 135 óbitos até outubro –, a SES reforça que ações simples e caseiras podem ajudar no controle do mosquito. Todo local onde há água parada deve ser eliminado, já que ali é o ambiente em que o inseto transmissor coloca os seus ovos.

Por isso, a população deve adotar alguns cuidados em casa, como: evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta; manter a caixa d’água fechada e realizar limpezas periódicas em calhas e no quintal; vedar poços e cisternas e descartar o lixo de forma adequada. O mesmo vale para prédios, galpões e outras instalações de uso comercial.  

Com o intuito de melhorar a qualidade de atendimento ao paciente com suspeita de dengue, chikungunya e zika, a pasta já realizou oito capacitações em manejo clínico para profissionais de saúde de toda rede, tanto pública quanto privada. Estão programadas mais duas até dezembro. Foram realizadas, ainda, capacitações para os agentes de controle de endemias dos 246 municípios, para um melhor desempenho das ações de controle e otimização dos recursos disponíveis, como uso correto de larvicidas e inseticidas.

A secretaria informa que tem seguido à risca o propósito de capacitar os profissionais de saúde que atuam na linha de frente da assistência aos casos de doenças causadas pelo Aedes aegypti. No início de novembro, a pasta  realizou o treinamento Qualificação em Manejo Clínico de Arboviroses. O evento virtual, efetivado por meio da plataforma zoom,  reuniu cerca de 250 pessoas, entre médicos e enfermeiros do programa Estratégia de Saúde da Família.

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Legislação estadual

Há seis anos, entraram em vigor duas legislações que buscam reforçar a conscientização e o combate ao mosquito transmissor da dengue em território goiano. 

A primeira institui o Dia Estadual do Combate à Dengue, a ser comemorado, anualmente, no dia 5 de dezembro. Trata-se da Lei nº 19.298, de 13 de maio de 2016, que visa intensificar e ampliar as ações de combate ao vetor da doença, através da mobilização do Poder Público e da participação da população.

A outra dispõe sobre a campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti, Lei nº 19.380, de 30 de junho de 2016. De acordo com sua redação, a campanha de combate ao transmissor da dengue, chikungunya e zica vírus será realizada, preferencialmente, nos meses de novembro de um ano até março do ano subsequente.

Propostas no Parlamento

Medidas de prevenção e combate à doença tramitam nesta 19ª Legislatura da Alego, e encontram-se em primeira fase de discussão e votação pelo Plenário. No mais recente deles, o deputado Talles Barreto (UB) defende a distribuição gratuita de repelentes para gestantes nas unidades públicas de saúde do estado. O objetivo é impedir sequelas das doenças transmitidas pelo vetor Aedes aegypti nos bebês. 

No caso específico da dengue, o autor explica que o maior perigo é a interferência que doença pode acarretar na coagulação sanguínea, fazendo a placenta da gestante se desprender e resultar em aborto ou parto prematuro. Já em outra patologia, transmitida pelo mesmo mosquito e identificada como zika vírus, a preocupação é com a possibilidade de que gere uma malformação congênita chamada microcefalia e outros defeitos cerebrais graves no feto. A matéria foi protocolada sob o nº 1958/22. 

O outro projeto de lei, do ex-deputado Diego Sorgatto, atual prefeito de Luziânia, incentiva o controle biológico do mosquito transmissor da dengue por meio do estímulo ao cultivo específico de mudas de duas espécies vegetais: o capim “Citronela” (Cymbopogon Winterianus) e a “Crotalária” (Crotalaria Juncea). A primeira, por seus efeitos repelentes. A segunda, por atrair insetos predadores das larvas do Aedes aegypti, que é vetor da doença. A propositura consta do processo de nº 5925/19.

Caso aprovada, a medida defendida por Sorgatto na Casa deverá ser incorporada às ações desenvolvidas por agentes de saúde em atuação no estado. A inovação impactará diretamente os trabalhos de prevenção e combate hoje vigentes na área, especialmente os programas de cunho educativo, que envolvem a realização de palestras em escolas, empresas, igrejas e outras instituições comunitárias.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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