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Mudou o discurso? 10 vezes que Bolsonaro desdenhou da vacina contra a Covid-19

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Bolsonaro participa de evento usando máscara
Reprodução

Bolsonaro participa de evento usando máscara

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom em relação ao discurso que vem adotando desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil. Nesta quarta-feira (10), após sancionar um projeto de lei que amplia a capacidade de compra de imunizantes , surpreendeu ao usar máscara (o que não acontecia desde o início do mês passado) e defendeu a vacinação .

Além dele, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)  fez uma publicação em seu Twitter em que diz: “A nossa arma é a vacina” . Mas nem sempre foi assim.

Desde o início de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fases iniciais de testes, o mandatário menosprezava a importância da vacinação, e diversas vezes proferiu críticas à CoronaVac , vacina produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, que depois seria adquirida pelo governo federal e hoje é o imunizante mais aplicado no país. 

Relembre 10 vezes em que Bolsonaro menosprezou a vacinação

“Virar jacaré” 19/10/2020

Em outubro do ano passado, o presidente questionou os possíveis efeitos colaterais das vacinas contra o coronavírus, tomando como exemplo a da Pfizer/BioNtec, e disse que não há garantia de que ela não  transformará quem a tomar em “um jacaré”.

“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu.”

“CoronaVac não será comprada” 21/10/2020

No auge da disputa política em torno da vacina com o governador João Doria (PSDB), o Ministério da Saúde anunciou a intenção de aquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac – desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.  No dia seguinte, o presidente negou a compra.

“Não será comprada”, disse Bolsonaro em resposta a um internauta que escreveu “Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”.

“O povo brasileiro não será cobaia de ninguém” 21/10/2020

No mesmo dia em que suspendeu a compra da CoronaVac, Bolsonaro disse que  o povo brasileiro não seria “cobaia” e justificou a opção por não comprar o imunizante: “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem.”

“Eu não vou tomar vacina” 22/10/2020

Ao defender a não-obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, Bolsonaro afirmou em entrevista que não pretendia se imunizar contra a doença causadora da pandemia mundial caso a única opção fosse a vacina produzida pelo Instituto Butantan.

“Eu não tomo a vacina, não interessa se tem uma ordem, seja de quem for, aqui no Brasil para tomar a vacina. Eu não vou tomar a vacina”, disse o presidente em entrevista à Jovem Pan

 “Morte, invalidez, anomalia” 10/11/2020

Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar quando os testes da CoronaVac no Brasil foram suspensos após a morte de um dos voluntários. Mesmo sem detalhes sobre a circunstância da morte — a Anvisa posteriormente concluiu que não havia relação com os testes —, Bolsonaro afirmou que a vacina poderia causar “morte, invalidez, anomalia” e disse que era uma vitória sua.

Você viu?

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.

“Não vai ter para todo mundo” 18/12/2020

No final de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar o poder público a impor sanções a quem não tomar a vacina contra a Covid-19.

“Tomou uma medida antecipada, nem vacina tem, não vai ter pra todo mundo “, declarou Bolsonaro, durante transmissão ao vivo na internet.

“Se eu arranjar agora uma (vacina) chinesa, você toma?” 28/12/2020

Após participar de um jogo de futebol beneficente em Santos, no litoral de São Paulo, na tarde desta segunda-feira(28), Jair Bolsonaro conversou com jornalistas e se alterou quando perguntado da demora na aquisição de vacinas.

“Você quer correr com a vacina? Se eu arranjar agora uma (vacina) chinesa, você toma? Toma ou não? ”, perguntou o presidente, a jornalista respondeu que sendo aprovado pela ANVISA, sim.

“Teremos vacinas para todos os voluntários” 12/01/2021

No início de janeiro, Bolsonaro (sem partido) publicou em sua conta oficial no Twitter uma mensagem de crítica à impensa e em tom irônico ao tratar das pessoas interessadas em tomar a vacina .

O presidente chamou ironicamente as pessoas que desejam o imunizante de “voluntários” , termo utilizado para se referir ao grupo de pessoas que recebem vacinas durante a fase de testes, sem aprovação da agência reguladora local.

“Metade da população não vai tomar vacina” 07/01/2021

No dia 7 de janeiro, Bolsonaro disse que menos da metade da população tomará vacina contra a Covid-19. O chefe do Executivo ter feito uma pesquisa “na praia e em tudo quanto é lugar” para chegar a esse número.

“Vocês sabem quantos por cento da população vai tomar vacina? Pelo o que eu sei, menos da metade vai tomar”, disse o presidente. “Mas, para quem quiser, vai chegar em janeiro. Devem chegar 2 milhões de doses agora em janeiro, e o pessoal pode tomar, sem problema nenhum.”

“Só se for [comprar] na casa da tua mãe”

No último dia 4, enquanto conversava com sua base de eleitores durante visita a Uberlândia, MG, o presidente atacou aqueles que pedem para que o governo federal adquira mais vacinas.

Segundo ele, são “idiotas das redes sociais” e  que comprará “só na casa da tua mãe.”

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