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Fala, Adolescente!

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Cerca de 18% dos brasileiros são filhos de mães adolescentes. Ou seja, quase 400 mil bebês são gerados por uma menina que não alcançou a idade adulta. Os dados são do último relatório publicado pelas Nações Unidas, em 2018, e reforçam a necessidade de tratar a gravidez na adolescência como uma questão de saúde pública. Por isso, as secretarias da Mulher, da Saúde e da Justiça e Cidadania do Governo do Distrito Federal, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), criaram o projeto “Fala, Adolescente! Jornada pela Prevenção da Gravidez Não Intencional na Adolescência”. A atividade faz parte da Semana de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que será realizada nesta semana, a partir desta segunda-feira (1º) e sexta-feira (5).

A ação tem como objetivo reunir adolescentes e jovens, residentes em diferentes regiões administrativas do DF, para debater e replicar medidas preventivas e educativas sobre esse tema. “Vamos dialogar diretamente com o público adolescente, garantindo que ele tenha protagonismo e voz para expor o que pensam, suas vivências, medos e até contribuir com sugestões na formulação de políticas públicas”, explicou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

Esses jovens vão participar de três dias de encontro – 1°, 3 e 5 de fevereiro, quando serão realizadas palestras sobre direitos sexuais e reprodutivos; métodos contraceptivos; responsabilidade parental, além de debates sobre a escolha do melhor momento para engravidar, entre outros temas. O foco é a redução da vulnerabilidade que representa uma gravidez na adolescência, especialmente quando ela não é feita de forma consciente ou é resultado de uma situação de violência.

“A gravidez quando na adolescência, desejada ou não, produz uma série de impactos na vida das jovens, tanto na área familiar, social, quanto pessoal e influencia diretamente a autonomia econômica dela no futuro. Nessa semana temos a oportunidade conscientizar a todos por meio do diálogo quanto a todas essas questões”, explica a Secretária da Mulher, Ericka Filippelli.

A ideia é promover a inserção de adolescentes e jovens no processo de formulação, implementação e avaliação de ações voltadas à adolescência e à juventude no DF

O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, considerou a parceria com o Fundo de População das Nações Unidas um passo importante na conscientização de adolescentes quanto à prevenção da gravidez não intencional. “A gravidez na adolescência traz repercussões significativas na vida desses jovens, com interferências na formação profissional, no desenvolvimento intelectual e mesmo na saúde dessas pessoas, ao longo de todas as suas vidas”, acrescentou Okumoto.

Gravidez na adolescência é mais frequente entre jovens de baixa escolaridade | Foto: Arquivo/Agência Brasília

Importante ressaltar que no contexto brasileiro, o relatório acima referido aponta que a gravidez na adolescência ocorre com maior frequência entre as meninas com menores escolaridade, renda e acesso a serviços públicos, além das que estão em situação de maior vulnerabilidade social. Assim, a discussão do tema ser torna ainda mais urgente uma vez que as mães precoces tendem a ter menos acesso às informações preventivas e também estão mais expostas às práticas de violências”Não há tempo a perder quando se trata de garantir que meninas e adolescentes possam exercer direitos e aproveitar oportunidades. Investir na prevenção da gravidez precoce é investir no desenvolvimento socioeconômico e sustentável. O futuro depende disso”, disse Astrid Bant, Representante do Fundo de População da ONU no Brasil.

O índice de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média mundial. Em 2020, registrou-se que, a cada mil brasileiras entre 15 e 19 anos, 53 tornam-se mães. No mundo, são 41, conforme relatório lançado recentemente pelo Fundo de População da ONU. A média da América Latina é de 62 meninas, a cada mil, que engravidam nesta faixa etária.

Multiplicadores

Durante as oficinas do Fala, Adolescente!, os jovens terão oportunidade dividir a própria história, os conhecimentos e as experiências sobre o tema. A partir da vivência individual e com tutoria dos organizadores, eles irão produzir vídeos sobre o que aprenderam, mas em uma linguagem que alcance outros jovens. O material será replicado nas redes sociais e em ambientes frequentados pelo público-alvo, como escolas, por exemplo.

A ideia é promover a inserção de adolescentes e jovens no processo de formulação, implementação e avaliação de ações voltadas à adolescência e à juventude no Distrito Federal.

Quem já está com presença confirmada nos debates (via zoom) são 10 integrantes do Comitê Consultivo de Adolescentes, que é vinculado ao Conselho Distrital dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA-DF).

*Com informações da Sejus

Fonte: Governo DF

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