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Nacional

Em seis anos de operação, Lava-Jato apreendeu cerca de 200 obras de arte

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Um helicóptero foi apreendido durante a operação, de acordo com a PF.
reprodução/pf

Um helicóptero foi apreendido durante a operação, de acordo com a PF.

Deflagrada nesta terça-feira (12), a 79ª fase da Operação Lava-Jato é apenas mais um dos exemplos em que a operação mostra a  relação entre lavagem de dinheiro e aquisição de obras de artes , uma das formas mais comuns de esconder patrimônio ilícito.

Desde o início da operação, ainda em 2014, policiais federais se acostumaram a encontrar valiosas obras de arte na casa de investigados: boa parte delas foram apreendidas com operadores como Nelma Kodama, Adir Assad e Zwi Sckornicki, ou com agentes públicos como Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, acusado de cobrar propinas em favor do PT na estatal.

A maioria das obras foi enviada ao Museu Oscar Niemeyer. O montanto de obras foi tanto que o museu chegou a realizar uma exposição, em 2015, apenas com obras apreendidas pela Operação.

À época, a exposição contou com 48 obras de arte. Até 2019, 227 obras estavam sob cuidados do Museu e 22 estavam em exposição pública. Entre os destaques das obras estão três telas de Cícero Dias, a obra “Roda de Samba”, de Heitor dos Prazeres, além de trabalhos de Vik Muniz, Di Cavalcanti e Amilcar de Castro.

Nos processos da Lava-Jato, a Petrobras chegou a alegar que era a principal vítima do esquema de corrupção e queria fazer das obras uma forma de rever o prejuízo, sem sucesso.

Na operação desta segunda-feira (11), a Polícia Federal apreendeu mais de cem obras de arte, na manhã desta terça, na 79ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de operação Vernissage.

As obras foram adquiridas ou vendidas pelo filho do ex-senador Edison Lobão. Entre elas, se destacam algumas obras de Milton da Costa e Nicolau Fachinetti. Elas teriam sido compradas por Marcio Lobão e revendidas por valores superfaturados.

“No caso das obras de arte, tais operações consistiam na aquisição de peças de valor expressivo com a realização de pagamento de quantias ‘por fora’, de modo que não ficassem registrados os reais valores das obras negociadas”, diz a Polícia Federal.

A diferença entre os valores declarados à Receita Federal e os praticados em leilões em galerias de arte, segundo as investigações, foram constatadas diferenças que chegam a 529%.

A 79ª fase foi batizada de Vernissage . Caso os crimes sejam comprovados, os investigados poderão responder por corrupção, fraudes licitatórias, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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