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Dia de Combate ao Glaucoma

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Foi a Lei n° 10.456, de 13 de maio de 2002, que instituiu 26 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A data é uma forma de conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce dessa doença, que atinge 1 milhão de brasileiros e cerca de 80 milhões em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é responsável por 12,3% dos casos de cegueira no mundo, sendo a principal causa de cegueira irreversível.

A oftalmologista Juliana Rosa explica que o glaucoma é considerado uma doença silenciosa porque geralmente é assintomática na fase inicial. “80% dos glaucomas não apresentam sintomas no início da doença. Por esse motivo, na consulta oftalmológica de rotina é importante fazer exames como aferição da pressão e visualização do fundo de olho. Quanto mais precocemente o diagnóstico é feito, maiores as chances de se evitar perda de visão. O glaucoma não tem cura, mas pode ser controlado com acompanhamento e tratamento adequado”, resume a especialista.

O presidente da Comissão de Saúde, deputado Gustavo Sebba (PSDB), que também é médico, relata que é importante buscar informações sobre essa doença que tem efeitos progressivos. “O glaucoma é um problema que altera a pressão do globo ocular, o que pode gerar lesões que, se não tratadas, podem levar à cegueira. Ele é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos, mas é sempre bom estar atento aos sinais. O mais comum é a perda progressiva da visão periférica. Esteja atento e leve essa preocupação ao seu oftalmologista”, aconselha Sebba.

Por outro lado, o parlamentar também ressalta que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, há altos índices de casos bem sucedidos. “Com tratamento, são bem pequenas as chances de o quadro clínico chegar à cegueira. É preciso levar a sério o assunto, mas o tratamento, à base de colírios ou cirurgia, costuma ser eficaz. Portanto, não há o que temer”, pondera o deputado.

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Tipologia

Juliana Rosa acrescenta que existem três tipos de glaucoma: o primário de ângulo aberto, o congênito e o de ângulo fechado. “O glaucoma de ângulo aberto é mais frequente nos países ocidentais, enquanto no oriente é mais comum a perda de visão associada ao glaucoma de ângulo fechado. Dores nos olhos, dores de cabeça e vermelhidão extrema nos olhos são sintomas da doença, mas já em fase mais avançada”, explica a médica.

Sobre o glaucoma congênito, Juliana também destaca a característica hereditária da doença. “Pacientes com glaucoma devem informar seus parentes, já que existe um risco aumentado de desenvolvimento da doença em quem tem a hereditariedade positiva. O glaucoma congênito é detectado nos primeiros dias de vida dos bebês e é tratado por meio de uma cirurgia para evitar uma cegueira futura”, detalha Juliana.

Projetos parlamentares

A deputada Lêda Borges (PSDB) apresentou o projeto 4027/20, que obriga a realização de exame para diagnóstico de catarata e glaucoma congênito em recém-nascidos. “O teste do reflexo vermelho (TRV) é um exame que, embora extremamente simples, é capaz de identificar a presença de diversas enfermidades visuais, como o glaucoma congênito. Pelo menos 60% das causas de cegueira ou de grave sequela visual infantil podem ser prevenidas ou tratáveis se fossem detectadas precocemente, antes de se agravarem. Infelizmente, mais da metade dos casos só tem o problema descoberto quando estão cegas ou quase cegas para o resto da vida. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrico prevê cerca de 710 novos casos de cegueira por ano”, contextualiza a parlamentar.

Para Lêda, a obrigatoriedade de realização desse exame deve estar associada a uma ampla política de conscientização da população. “Precisamos promover campanhas de divulgação, incentivo e conscientização para mobilizar a população sobre a importância da realização do TRV em recém-nascidos para a prevenção de doenças oculares. A prevenção das doenças oculares é importante para a qualidade de vida da população e também essencial para promover a saúde pública”, comenta a peessedebista.

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Exatamente com esse objetivo, tramita na Casa o projeto 1645/19, de autoria do deputado Gustavo Sebba. A matéria propõe a criação da campanha Abril Marrom, para prevenção e combate às diversas espécies de cegueira. “As deficiências visuais são as deficiências mais comuns no mundo e recebem pouca atenção da sociedade e do poder público. Por isso, é preciso instituir campanhas para alertar e conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção. O projeto de lei que cria a campanha Abril Marrom está prestes a ser aprovado pela Casa e tenho confiança de que será sancionado pelo governador, mas ele é só o começo”, esclarece Sebba.

O deputado alerta que, além da conscientização, é preciso ampliar o alcance das políticas públicas de saúde para tratamento da doença. “Também precisamos que o sistema de saúde consiga acolher essas pessoas. Para isso, é preciso investir em estrutura e pessoal. Como legisladores, podemos auxiliar garantindo mais orçamento para a saúde e destinando emendas para essa demanda, mas é essencial que o governo execute ações efetivas de combate às causas da cegueira. Como sou médico, costumo levar especialistas para cidades do interior para atender as pessoas de forma voluntária, e um dos serviços mais procurados é sempre o de oftalmologia, o que demonstra uma carência das cidades pequenas e médias por profissionais qualificados na rede pública. É preciso que municípios, estados e a União invistam para levar esses profissionais a todos os cantos do país”, finaliza Sebba.

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