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Controle da Asma

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Celebrado nesta segunda-feira, dia 21 de junho, o Dia Nacional do Controle da Asma tem como objetivo alertar a população brasileira com relação aos cuidados com a doença, que atinge, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), cerca de 10% a 25% da população brasileira. De caráter inflamatório e obstrutivo das vias aéreas, a doença pulmonar crônica não tem cura. No entanto, é desencadeada na maioria das vezes por fatores ambientais e, por este motivo, pode ser controlada.

Dentre um dos fatores está a mudança climática. A data coincide, inclusive, com o início do inverno no Brasil, que vai de 21 de junho a 22 de setembro. Neste período, por conta do clima seco e frio, as chances de exacerbação de doenças respiratórias tendem a ser maiores. Os sintomas são falta de ar, tosse, dor no peito e opressão torácica.

De acordo com a médica pneumologista Marília Uehara, outros fatores como mofo, poeira, pêlos de animais, infiltração, inalação, dentre outros, também são essenciais para desencadear uma crise de asma, que se trata, na maioria das vezes, de um fator genético, hereditário e alérgico.

As crises, no entanto, podem ser tratadas com medicamentos broncodilatadores e evitadas com medidas simples. “A gente faz o controle da asma mediante o controle dos fatores desencadeantes, com uma higiene ambiental adequada. Um ambiente arejado, sem mofo, sem poeira, que é onde tem os ácaros”, explica a especialista. “90% dos casos são de leve a moderado. Então a gente consegue controlar bem só com a mudança ambiental e uso de medicamento”, pondera.

A especialista elucida, ainda, que diferente de outras doenças crônicas como pressão alta e diabetes, a asma não deixa o paciente refém do uso contínuo de medicações. “A gente trata período exacerbação, que é o período de piora da doença, entre três, seis meses, depois começa a fazer o desmame da medicação. O paciente apresentando melhora em resposta clínica, a gente suspende a medicação e o paciente vai passar semanas, meses e até anos, bem”, declara. “Quando tem algum fator que desencadeia, a asma vai acordar. A gente tratou aquele período, ela entra em remissão”, ressalta.

Conscientização

O presidente da Comissão de Saúde e Promoção Social da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Gustavo Sebba (PSDB), destaca a necessidade da data para conscientizar a população, como um todo, a respeito do controle da doença. “Muitas pessoas desdenham de datas que fazem referência a doenças, acham que são uma coisa inócua, mas elas são de fundamental importância para pautar o assunto na imprensa, no poder público e até mesmo em ambientes de trabalho”, afirma. 

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“O Dia Nacional do Controle de Asma é uma iniciativa importante para nos lembrar da importância do diagnóstico, do tratamento e dos cuidados que precisamos ter com essa condição clínica quase sempre crônica. Considerando a pandemia que estamos enfrentando, de uma doença que afeta com mais gravidade as pessoas que já sofriam de algum problema respiratório, muita gente tem prestado mais atenção para a asma, buscando o diagnóstico e o controle dessa doença como medida preventiva”, pontua o parlamentar.

Gustavo Sebba salienta, ainda, que projetos ligados à área da saúde são fundamentais para voltar a atenção do poder público a temas específicos. “Na área da saúde, os projetos de lei são sempre importantes ferramentas para fomentar políticas públicas de atenção específica. Por mais que o desenho e execução dessas políticas estejam a cargo do Executivo, é o Legislativo quem costuma despertar a atenção para temas e situações que são negligenciadas. Como presidente da Comissão de Saúde, tenho dado agilidade aos projetos que podem gerar impacto imediato neste momento de crise sanitária”, declara o deputado.

Proposituras

Dentre as matérias apresentadas na atual legislatura, foi aprovada em segunda votação na Alego a matéria de nº 4106/20, de autoria do deputado Zé Carapô (DC), que tem como objetivo instituir uma campanha de prevenção de doenças respiratórias. Denominada “Junho Violeta”, a ação terá como símbolo um laço da referida cor e visa sensibilizar a população goiana quanto à importância do cuidado à doenças ligadas ao sistema respiratório, como asma, bronquite, sinusite, rinite, faringite, laringite, dentre outras. A propositura segue para sanção do Executivo.

Na justificativa do projeto, o parlamentar destaca que os níveis de poluentes existentes durante o inverno, iniciado no mês de junho, podem irritar as vias respiratórias e, como consequência, aumentar a circulação de vírus gripais. “O ar mais frio da estação pode incomodar as vias aéreas e trazer sintomas como a falta de ar e coriza. O aumento da circulação do vírus da gripe e resfriado também estão ligados às novas condições de temperatura da estação”, esclarece o texto.

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A propositura evidencia que “a fumaça do tabaco, a poluição do ar em ambientes fechados devido à queima de combustíveis, a poluição do ar por trânsito e as fontes industriais são destacadas como fornecedoras para a maioria das atuais condições respiratórias”. Por este motivo, o autor chama a atenção para uma maior defesa da saúde pulmonar, com a ampliação de programas de prevenção e controle. “Faz-se inadiável aumentar a conscientização sobre as principais doenças pulmonares a nível estadual e levar uma ação acelerada para todas as partes interessadas, com a definição clara das políticas públicas existentes”, frisa a matéria.

Asma e covid-19

Por causa dos casos de coronavírus em todo país, Zé Carapô afirma no texto da propositura que a necessidade de atenção e precaução de doenças respiratórias é ainda maior. “Em tempos da pandemia do covid-19, onde a preocupação com a saúde respiratória está tomando níveis cada vez mais elevados, as precauções devem ser redobradas. Tanto para a prevenção da proliferação do vírus, quanto nos cuidados da resistência durante o outono e inverno”, explica.

Paralelo a isso, o deputado Karlos Cabral apresentou, em setembro do ano passado, o projeto de lei nº 4243/20, com o objetivo de destinar recursos para a compra de lotes de vacina, para promover a imunização da população, especialmente às portadoras de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças cardíacas, dentre outras.

Com a imunização avançada no Estado, pessoas com comorbidades a partir de 18 anos são contempladas, atualmente. No entanto, apenas pacientes com asma grave e que fazem uso recorrente de corticóides sistêmicos ou possuem internação prévia por crise asmática, foram incluídos ao grupo prioritário de comorbidades do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde (MS).

À respeito, Marília Uehara explica que apenas 5% da população asmática possui quadro grave da doença. Os pacientes controlados, com quadros leves a moderados, dificilmente apresentam riscos de complicações por covid-19, segundo a pneumologista. “Se a doença estiver controlada, o paciente vai evoluir de forma favorável e vai entrar na estatística dos 85% da população comum, que vai apresentar covid de forma leve. Então se a asma estiver controlada e não for grave, a chance é de apresentar o covid de forma leve”, esclarece.

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