Esportes
Castan capitão do Vasco fala da chegada de Luxa e revela os objetivos da equipe
Líder dentro e fora do campo, o capitão Leandro Castan concedeu nesta quinta-feira (14/01) uma entrevista coletiva na VascoTV. O camisa 5 falou sobre o momento turbulento que a equipe vinha passando, agradeceu ao trabalho feito pela psicóloga Maíra Ruas e ressaltou a importância da chegada de Vanderlei Luxemburgo, para ajudar todo o grupo a sair de vez da “zona da confusão”, como diz o comandante.
– Acredito que passamos por um momento muito difícil, de muita turbulência, onde nada estava dando certo. Você citou o nome da Maíra Ruas (psicóloga), admiro ela muito como profissional. É uma pessoa que me ajudou muito. Para o momento que a gente vivia, a chegada do Vanderlei foi fundamental. Em pouco tempo trouxe a confiança de volta. Não só ele, como toda a comissão. Temos um campeonato de 12 jogos, já jogamos dois, e nosso objetivo é manter o Vasco na primeira divisão – disse o zagueiro.
Castan foi comandado por Vanderlei Luxemburgo em 2019, quando o time fez uma campanha segura no Campeonato Brasileiro e conseguiu se classificar para a Sul-Americana. O capitão exaltou a força que o comandante deu ao grupo e revelou qual o principal objetivo da equipe para o restante da temporada.
– Com a chegada do Vanderlei, ele conhecendo, deu força ao nosso grupo. Em poucos treinamentos, parece que as pernas voltaram a ficar vivas. Foram apenas dois jogos, faltam 10, temos que voltar a ter sempre essa concentração. A reta final do Brasileiro é muito difícil, nosso objetivo é manter o Vasco na Série A, pois é o que infelizmente sobrou.
Desde a chegada de Vanderlei Luxemburgo, o time entrou com outra postura nas partidas disputadas. Leandro Castan comentou essa mudança e deu detalhes sobre a primeira conversa que o experiente treinador teve com o grupo. O capitão destacou o primeiro tempo diante do Atlético-GO, quando a equipe voltou a ter uma superioridade na posse de bola, o que não vinha acontecendo.
– Na primeira conversa do Vanderlei, ele disse que queria que o time jogasse futebol. Passou total confiança para nós. No primeiro tempo do jogo com o Atlético-GO, a gente teve uma superioridade muito grande em posse de bola, era uma coisa que a gente não tinha mais. A gente jogava sempre sem a bola. O Vanderlei passou a confiança de que a gente precisava jogar futebol.
Confira outros trechos da entrevista:
Melhora estrutural
– Posso falar o que eu vivi nesses anos que estou aqui. Estruturalmente ,acho que teve uma mudança muito grande, principalmente no que se diz sobre o CT. É uma mudança muito grande em relação a onde treinávamos, onde concedíamos coletivas no sol. Claro que não conseguimos dar o resultado em campo. Nosso melhor momento foi com o Vanderlei em 2019, quando conseguimos levar o time à Sul-Americana. Acho que a gestão Campello plantou essa semente e espero que, com a próxima gestão, o Vasco possa conquistar algo em campo.
Volta de Benítez
– Na verdade, foi uma minissérie, não chegou a ser uma novela. Martín é muito querido pelo nosso grupo, é um argentino muito brasileiro, sempre está brincando. Sabemos da qualidade dele, nos ajudou muito em campo. Tenho certeza que com a volta dele estamos muito mais fortes.
O que Luxa trouxe para o Vasco?
– O Luxa trouxe foi ele ter vindo. Só a presença dele realmente mudou o clima, mudou o entusiasmo que estava faltando. No final do ano passado, minhas últimas atuações não eram aquilo que o torcedor está acostumado a ver. Me cobro muito. Não estar bem acabou me jogando para baixo. Esse momento de ser questionado serviu de aprendizado. Pode ter certeza que tirei muita lição disso. Fiquei muito chateado porque, às vezes, quando você está mal, as pessoas querem te jogar para baixo.
Sequelas da Covid-19?
– Para mim, é difícil falar se tive sequela ou não. Depois do que passei na minha vida, todas as coisas são mais fáceis. Às vezes, esqueço que eu não sou um super-herói. Tive a covid-19, diarreia, nada mais, nada de pulmão. Fiquei debilitado, com certeza. Nos últimos dias de covid-19, consegui correr na esteira. Sexta, eu treinei, sábado, fui ao treino, o treinador pediu para eu jogar com o São Paulo, e eu disse que não dava. Depois de três treinos, eu já estava jogando. Em nenhum momento, uso isso como desculpa porque todo mundo estava passando por isso. Foi um ano muito difícil. Teve essa doença no ano, você contrair um vírus, ficar 10 dias sem trabalhar e logo depois ter que jogar. Foi uma loucura.
Defesa funcionando e elogios a Bruno Gomes
– Acho que isso tem a ver com o modo de jogar. Quando a gente não toma gol, não é só a defesa. Quando toma muito gol, também não é. Tenho exemplos muito claros disso na carreira. Tive um treinador na Roma que não ligava para quantos gols tomasse, importante era quantos fazia. Fazíamos muito gols, mas também levávamos muito. A questão de tomar ou não gols tem a ver com o método de jogar.
– Vanderlei voltou, e acho que é fundamental ter um primeiro volante. O Bruno Gomes dá uma proteção muito grande para nós. Menino que dispensa comentários, vai ser um dos melhores primeiros volantes do Brasil. Com certeza, estamos muito mais protegidos, e o time todo está correndo e marcando.
Elogios a Werley
– Werley é amigo pessoal, sou dois anos mais velho do que ele. Conheço desde a base do Atlético-MG. Cara que mesmo quando estava fora, eu falava para ele ter paciência. Sempre quando jogamos juntos, eu e ele conseguimos fazer grandes jogos. Tem liderança, mostrou que está pronto. Era um momento que o Ricardo ia sair jogando, teve problema de saúde, e o Werley conseguiu fazer grandes jogos. Fico feliz por ele, é um cara trabalhador e que merece estar bem.
Alheio à turbulência política
– Acho que estamos vivendo com tranquilidade, tendo o Vanderlei aqui nos blinda de muitas coisas. Estamos focado realmente nesses últimos 10 jogos, esse é o pensamento de todo o elenco. Não tem outro pensamento que possa vir à cabeça nesse momento. Único foco que temos agora é disputar esse campeonato de 12 jogos.
Jogou no sacrifício com problema no tornozelo
– Poucas pessoas sabiam disso, mas não gosto de falar. Não quero que seja uma desculpa. Realmente, tive um problema que estava me dificultando, acho que seria muito fácil ficar fora com gelo no tornozelo. Preferi ficar recebendo as pedradas.
Duelo com o Coritiba
– Jogo muito perigoso, muito difícil. Acho que será muito parecido com o que encaramos contra o Botafogo. A equipe deles está jogando as últimas fichas, e essa reta final de Brasileiro será muito difícil. Vamos entrar muito concentrados para não cair nessas armadilhas.
Apoio dos torcedores nas redes sociais
– A torcida do Vasco é muita emoção. Vai ao extremo muito rápido. Teve a mudança, mas a gente sabe que para jogar em um clube como esse tem que estar preparado para a cobrança. A camisa é muito pesada, e a gente tem de estar preparado. Tem que ter muita atenção e não acreditar em tudo que colocam na rede social. Quando você está mal, e uma pessoa vem falar do seu caráter, isso te joga ainda mais para baixo. Se o torcedor estivesse em São Januário, tenho certeza que teríamos muitos pontos a mais. Sinto muita falta do torcedor gritando meu nome, pensei que seria rápido, estamos em 2021 e ainda não aconteceu. Que o torcedor continue nos empurrando nas redes.
Carinho por Henrique
– Não o conhecia antes de vir para o Vasco, e ele me surpreendeu muito. Treina com intensidade muito alta. Estou quase para completar 100 jogos e estive com ele em uns 80. Eu me entroso mais com o lateral do que com o zagueiro. No meu momento difícil, fui criticado até por defender o Henrique, mas gosto dele não só como pessoa, mas também como jogador.
– Nesse jogo com o Botafogo, ele tirou na linha e fez grande cruzamento para o Talles. Antes desse lance, ele cruzou meio afoito e cruzou errado. Nessa bola que ele pegou, gritei: “Calma!”. E ele cruzou para o Talles.
Marcação adiantada
– Com a chegada do Vanderlei, estamos roubando muitas bolas no campo ofensivo, jogando com defesa alta. Nosso número de finalizações cresceu muito.
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