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Caso Henry: menino fez videochamada para contar para a mãe sobre agressões

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Mãe de Henry Borel, Monique está com o vereador desde o ano passado
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Mãe de Henry Borel, Monique está com o vereador desde o ano passado

A professora Monique Medeiros da Costa e Silva foi avisada pelo próprio filho, o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, morto em 8 de março , de que ele vinha sofrendo agressões do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido). De acordo com o novo depoimento prestado pela babá Thayna de Oliveira Ferreira ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), no dia 12 de fevereiro a criança fez uma videochamada para contar para mãe pessoalmente sobre o ocorrido.

Thayna, que mentiu em seu primeiro depoimento , contou na segunda-feira à polícia que não falou antes sobre as agressões por medo do vereador e também por um pedido de Monique. Jairinho e Monique foram presos na última quinta-feira .

“Por chamada de vídeo, relatou à mãe as agressões sofridas, exatamente como havia feito à declarante, pedindo que Monique chegasse logo”, diz o relatório do depoimento de Thayná à polícia.

Em seu depoimento, Thayna contou ainda que presenciou pelo menos três vezes em que o menino foi agredido. A primeira aconteceu no dia 2 de fevereiro, quando Monique estava fora de casa, numa aula de Futevôlei. Na ocasião o menino teria sido chamado de mimado por Jairinho e, logo depois, levado para o quarto do vereador. Segundo a babá, ele ficou meia hora com a criança no quarto. O menino teria dito que não lembrava o que aconteceu, mas à tarde não quis brincar no parquinho, pois estaria com o joelho doendo. Segundo a babá, Monique disse que ele estava inventando a história .

A segunda situação foi no dia 12 de fevereiro, quando a mãe de Henry saiu de casa para fazer as unhas. À polícia a babá contou que o vereador chegou em casa cedo, e que foi recebido pelo menino com um abraço. Apesar disso, ele em seguida chamou a criança para seu quarto com a desculpa de que queria mostrar algo que tinha comprado, segundo Thayna. Ela então diz que ouviu o menino gritar por elas, mas que a porta do quarto estava fechada, e não conseguiu entrar, por isso mandou mensagem avisando para a Monique. Depois que o menino saiu do quarto ele estava triste, mas só relatou o que aconteceu depois que o vereador saiu de casa.

“Falou à declarante que Jairinho tinha dado uma “banda” nele e chutado. Que toda vez faz isso”, relatou a babá em seu depoimento, que acrescentou ainda que o menino não deixou ela lavar sua cabeça durante o banho porque estaria doendo.

Tayna contou que fez um vídeo do menino mancando e enviou para Monique, e que depois a mãe pediu para que ela ligasse por vídeo para falar com a criança. Neste momento Henry teria falado pessoalmente para mãe o que aconteceu. Na troca de mensagens Monique chega a dizer que iria colocar câmeras escondidas em seu quarto.

‘Você gosta de ver sua mãe triste com o Tio?’

Ainda em seu depoimento, depois da ligação Henry para a mãe, Dr. Jairinho teria voltado para casa a brigado ainda mais com a criança, dessa fez na frente da ex-funcionária. Irritado, ele chegou a tentar puxar o menino, mas não conseguiu.

“Henry, o que falou para a sua mãe, você gosta de ver sua mãe triste com o tio? Você mentiu para a sua mãe?”, teria dito o vereador, de acordo com o depoimento da babá.

Ainda segundo o depoimento, Monique quando voltou da manicure colocou a babá e a criança no carro e saíram para conversar. Ela então teria voltado para casa e feito as malas e disse que iria para Bangu, onde sua mãe morava. A babá, no entanto, disse que depois viu pelas redes sociais que na verdade Monique teria ido passar o carnaval com Jairinho em Mangaratiba. Ela disso ainda que viu um raio-x no quarto da criança, e que a professora falou que levou ele ao hospital, mas que nada tinha acontecido. Ela também teria desistido de instalar as câmeras escondidas, segundo a babá.

A última agressão teria acontecido na última semana de fevereiro. Ela conta que Monique estava na academia, quando Dr. Jairinho chegou em casa e chamou o menino para o quarto. A babá disse ainda que teria chamado o menino de volta, mas a porta novamente estava fechada. Quando saíram, a criança reclamou que sua cabeça estava doendo, mas não quis falar mais detalhes. Quando chegou em casa, Monique teria questionado o menino sobre o ocorrido.

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