Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Política

Caminhos de doações

Publicado

em


Expressão comum no nosso dia a dia diz que faz bem, fazer o bem. Apesar da singeleza do trocadilho, parece óbvio que qualquer ação feita para ajudar alguém, gera benefícios a quem recebe. Mas o ditado também pode ser aplicado a quem realiza. Sim, a sabedoria popular é confirmada por estudos científicos que já comprovaram que pessoas que ajudam o próximo, também se beneficiam desse ato.

O psicólogo Flávio Clímaco explica que algumas pesquisas apontam evidencias comportamentais e neurais entre generosidade e felicidade. “Fazer o bem ao outro, ser generoso com o próximo, nos dá sensação de satisfação, aumenta nossa sensação de competência, melhora nosso humor e reduz nosso estresse”, diz ele. Ainda de acordo com o profissional, quando fazemos algo que nos dá prazer, nosso corpo libera hormônios como a endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina, que provocam sensação de felicidade e bem-estar. “Se essa ação que nos dá prazer é ajudar o outro que está precisando, é bem provável que esses hormônios também sejam liberados e a sensação de bem-estar e felicidade se façam presentes no seu corpo”, completa.

Milhões de pessoas mundo afora exercitam a caridade em qualquer tempo, lugar e circunstância, mas nessa época do ano a impressão que se tem é que o espírito natalino se manifesta e é realmente capaz de despertar até os corações mais endurecidos e frios para ações altruístas. E essa manifestação se materializa em gestos, desde os mais simples a grandes esforços em favor do próximo, ou ainda, em sorrisos, abraços de agradecimento e lágrimas de emoção.

Se você é dessas pessoas que só agora foram incitadas por essa “força misteriosa” a realizar algo em favor de alguém, que não você mesmo, pode estar se perguntando: mas como, onde e a quem ajudar? A resposta é que existem várias formas de fazer o bem, seja doando bens materiais, dinheiro, um talento ou mesmo um pouco do seu tempo.

A gerente de Voluntariado e Parcerias Sociais da Organização das Voluntárias de Goiás ensina que se a ideia é fazer um trabalho voluntário mais duradouro, o mais indicado é que se busque instituições próximas de onde você reside, dessa forma o voluntariado se torna mais prático no dia a dia. Para buscar instituições com o perfil com o qual você se identifique, a orientação é se guiar por plataformas digitais que ligam as duas pontas. Larissa Guimarães cita o Pátria Voluntária, do governo federal, e a Plataforma do Voluntariado (www.ovg.org.br/voluntariado), desenvolvida pela própria OVG. “Nela, disponibilizamos quais são as instituições parceiras e quais as opções de voluntariado em que as pessoas podem ajudar”, explica a gerente.

Outra dica é se preparar para o serviço voluntário, através de cursos e capacitações. Em função da pandemia da covid-19, a OVG disponibilizou um minicurso gratuito e digital no canal do YouTube da instituição, com direito a certificado.

A forma de doação escolhida também reserva algumas particularidades que devem ser observadas. Se a opção é por uma instituição, que já trabalha com assistência social, é bom se certificar que a ajuda vai realmente encontrar quem precisa. E para isso é preciso escolher uma organização idônea. Quanto a isso, a orientação de Larissa Guimarães é de que se procure instituições que já são referência no seu nicho de atuação e ainda, buscar informações aprofundadas sobre o histórico e o trabalho desenvolvidos nos últimos anos. “Verificar pelo regimento interno, estatuto e opiniões de pessoas que já passaram pela instituição também são formas de se certificar que aquele local é seguro para o voluntário, assim como um ambiente sério e respeitado”, diz ela.

Outra opção é fazer a doação diretamente para a OVG, que faz o encaminhamento às instituições. A gerente explica que antes de receber doações e encaminhar voluntários, a Organização cadastra e faz um processo de triagem com as instituições. Segundo Larissa “essa é uma forma de se assegurar quanto à idoneidade dessas organizações parceiras”.

Se a doação for em dinheiro, o cuidado deve ser redobrado. A gerente lembra que essa modalidade é importante, porque o recurso financeiro garante a manutenção dos serviços oferecidos pelas instituições junto aos mais necessitados, mas é preciso se certificar da seriedade das casas, assim como dos serviços prestados por elas. “É importante buscar se a instituição possui detalhamento de custos e investimentos, assim como prestação de contas. Isso nos ajuda a ter certeza de que aquele dinheiro será destinado de forma correta”, analisa.

Para quem está iniciando nessa “aventura” de fazer o bem, ter a intermediação de uma organização como a OVG, pode ser um bom caminho, que vai facilitar e estimular sua atuação, pois ela capacita tanto o voluntário, quanto a instituição. Além disso, identifica a necessidade da entidade com o perfil do voluntário. Sem falar que a própria OVG conta com a ajuda de voluntários, tanto nos trabalhos administrativos, quanto nas unidades de assistência pertencentes à Organização das Voluntárias. Mas existem milhares de instituições e de pessoas, que precisam e que reúnem todos os requisitos para merecer sua ajuda. Então, se já existe a disposição, agora é só começar a praticar.

Quem já está nessa estrada há algum tempo, apenas reafirma o que a ciência comprovou. Há cinco anos, a aposentada Vera Lúcia Ramos, dedica algumas horas da semana para atendimento telefônico no Centro de Valorização da Vida (CVV), que faz a prevenção ao suicídio, através da escuta amorosa. Para ela, o ganho é mútuo. “Eu aprendo todos os dias, ao me colocar no lugar do outro. Também aprendi a agradecer mais. É um crescimento pessoal e muitas vezes quem se sente ajudada sou eu”, declara.  

O psicólogo Flávio Clímaco chama a atenção para um último detalhe, com relação a esse desejo de servir. “Quando você se disponibiliza ao outro genuinamente, sem esperar nada em troca, é uma forma de retribuir tudo o que já recebeu, demonstrar gratidão com o semelhante, que pode ser seu vizinho, seu amigo ou um desconhecido. Nesse sentido também é muito importante se servir e se amar, pois só assim se pode proporcionar verdadeiramente isso ao próximo”. E conclui com a sabedoria budista que resume bem tudo isso: “Sobrevives com o que recebes, mas fazes uma vida com o que dás aos outros.”. Façamos a vida que está ao nosso alcance!

Publicidade
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Entrar

Deixe um Comentário

CIDADES

PLANTÃO POLICIAL

POLÍTICA

ECONOMIA

MAIS LIDAS DA SEMANA