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A importância de se cuidar

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A maioria das pessoas, quando se vê em uma situação de perigo, de ameaça ou mesmo inesperada, começa a sentir calafrios, dor no estômago, tensão muscular e até taquicardia. Uma clássica situação de estresse. Porém, existem casos que vão muito além desses sintomas simples e podem provocar crises de choro, insônia, desmaios, entre outras reações, ou ainda, desencadear doenças mais graves. 

O estresse é um conceito introduzido na área da saúde pelo fisiologista Hans Selye, em 1936, ou seja, não é de hoje que o estresse nos afeta, a ponto de ser estudado e caracterizado por diversos especialistas. 
O que acontece é que quando enfrentamos as circunstâncias da nossa rotina, diversos hormônios são liberados com vários propósitos: nos dar energia, aumentar nossa atenção e nos ajudar a enfrentá-las. Uma vez que o desafio foi superado, a liberação desses hormônios volta ao normal.

Essas substâncias, como o cortisol, a adrenalina e a ocitocina, também mudam nosso comportamento, fortalecendo nossa memória, para lembrarmos da situação e do que fizemos para enfrentá-la. Dessa forma, quando passarmos pela mesma situação, se nosso comportamento tiver sido bem-sucedido, automaticamente vamos repeti-lo. 

Segundo a psicopedagoga e arterapeuta Glacimar Santana, o estresse nada mais é que uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, ela esina, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de “luta ou fuga” ou de “congelamento”.

A profissional explica que o estresse é um mal da vida contemporânea. Segundo ela, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o problema atinge cerca de 90% da população mundial. E completa: “A vida atual apresenta-se cheia de desafios, prazos a serem cumpridos, frustrações e muitas exigências. Para muitas pessoas, o estresse é tão comum que se tornou, quase, um modo de vida. É uma condição bastante relacionada, atualmente, com o nosso estilo de vida, que inclui, por exemplo, rotinas de trabalho extenuantes e a pressão para conseguir atingir o sucesso em diferentes ramos da nossa vida”. 

Causadores

Glacimar Santana pontua que as causas do estresse têm diversas origens, sendo as mais comuns fatores emocionais, que são também denominados de fatores internos, incluindo medos e ansiedades, bem como certos traços de personalidade, como perfeccionismo, pessimismo, desconfiança ou uma sensação de impotência ou falta de controle sobre a própria vida, que podem distorcer o nosso pensamento ou a nossa percepção dos outros.

Há, também, fatores familiares, que incluem mudanças nos relacionamentos, problemas financeiros, lidar com uma criança difícil ou um adolescente rebelde ou experimentar a síndrome do ninho vazio (quando os filhos deixam a casa dos pais). Além de fatores sociais, que  surgem nas nossas interações pessoais e podem incluir encontros, festas e falar em público, e fatores químicos, aqueles que se prendem com o uso de algum tipo de droga, como o álcool, a nicotina, a cafeína ou tranquilizantes. 

Como desencadeantes do estresse há, ainda, fatores relacionados com a tomada de decisões importantes: tais como a escolha de uma carreira ou de um companheiro.

Todas essas situações, diz a psicóloga, podem gerar estresse, que por sua vez, desencadeia os sintomas. Como o estresse é uma reação de defesa do organismo, a especialista lembra que até certo ponto, ele é  positivo. Mas que para além de um certo nível, começa a causar preocupação. “De um ponto acima, este deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral.” 

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Glacimar Santana esclarece que os sintomas de uma crise de estresse, que são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar das alterações a que se está sujeito, podem ser emocionais ou físicas, alguns mais simples, outros bens mais complexos. Entre os efeitos emocionais estão o cansaço mental, a perda de memória, a falta de concentração, apatia e desânimo e o abuso do café, álcool, tabaco ou outras drogas para tentar relaxar.

Já os sintomas físicos incluem dores musculares, diarreia ou prisão de ventre, dores no estômago, azia, tonturas e náuseas. E outros ainda mais graves, como a perda do desejo sexual, alergias e constipações frequentes, perturbações do sono (excesso de sono, dificuldade em dormir, insônia), alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos e até o desenvolvimento de herpes.

Uma preocupação dos especialistas é com relação às situações que podem funcionar como gatilho para as crises de estresse, que podem ser acontecimentos vitais, aqueles eventos que ocorrem normalmente durante a vida de uma pessoa, como a morte de um ente querido ou o nascimento de um filho. Esses acontecimentos podem ser classificados como dependentes, quando o indivíduo tem papel fundamental para que esse acontecimento ocorra, ou independentes, quando o acontecimento ocorre mesmo sem participação do indivíduo, ou seja, é inevitável. 

Outras situações são relacionadas a acontecimentos diários menores: pequenos eventos que ocorrem no nosso dia a dia, tais como ficar um grande período em uma fila, enfrentar horas no trânsito ou uma reforma que gera um grande barulho. Apesar de parecerem acontecimentos muito pequenos para desencadear alterações graves no organismo, a constância desses acontecimentos pode ser extremamente prejudicial. Há ainda as situações de tensão crônica, as circunstâncias que persistem por um longo tempo e afetam de maneira muito negativa a vida de uma pessoa, como os relacionamentos abusivos, por exemplo. 

Vale destacar também que existem fatores estressores de origem orgânica, isto é, possuem origem química ou estão relacionados com conflitos pessoais, sendo considerados, por essa razão, uma ameaça contínua.

Crianças também são atingidas 

Glacimar Santana, que também é analista corporal e mentora infantojuvenil e parental, chama a atenção para um aspecto muito importante nesse contexto: a ocorrência do estresse nas crianças. Elas também sofrem com as crises quando estão diante de situações que exijam um período de adaptação, típico das transições da vida, a exemplo de uma mudança de cidade (um bom exemplo é a personagem Riley, do filme Divertida Mente) ou mesmo de escola.. 

Ela cita ainda outras situações que podem deixar os pequenos vulneráveis: “ajustar-se às mudanças nas definições de papéis e comportamentos esperados; situar-se na rede social ampliada; adequar-se às normas e regras, explícitas e implícitas, do novo contexto; lidar com o estresse associado à imprevisibilidade e às incertezas inerentes à situação cotidiana”, exemplifica.

E alerta que muitas crianças podem entrar no quadro de estresse tóxico,  que ocorre quando elas passam por situações atípicas e estressantes de forma constante e repetida, por período prolongado e sem o apoio de um adulto cuidador. “Entre essas situações, citamos como exemplo, negligência às suas necessidades, abuso físico e emocional, exposição à violência doméstica, como brigas constantes entre os pais, histórico de vício em drogas dentro da família, bullying, entre outros.” 

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Outra situação, muito comum atualmente, que pode causar estresse nos menores é o excesso de atividades. A profissional ensina que uma criança ou adolescente sobrecarregado, sem tempo para brincar ou dormir, pode ter reações descontroladas de estresse, assim como aquelas que sofrem cobranças excessivas. 

De acordo com a profissional, é preciso muito cuidado com os pequenos, porque situação assim pode ter reflexos futuros. Ela lembra que o estresse em determinados períodos do desenvolvimento pode afetar a estrutura e a função de certos órgãos, com possibilidade de persistir por toda a vida. “O impacto não é somente psicológico, tornando adolescentes e adultos mais sensíveis a estresse e a transtornos mentais, mas também físico. Ele nos deixa mais suscetíveis a doenças metabólicas, cardíacas e osteomusculares.”

Como forma de minimizar os riscos de crises de estresses nas crianças, Santana propõe alguns conselhos e exercícios que podem ser praticados em família  visando o bem-estar físico e emocional e a saúde mental dos mais jovens 

• Encoraje seus filhos a falarem abertamente sobre sentimentos;
• Quando a criança estiver preocupada, ajude a resolver o problema dela;
• Auxilie a construir relações de amizades que sejam sempre positivas;
• Estimule seus filhos a cuidarem de sua saúde física, explicando os benefícios de uma boa noite de sono, da alimentação adequada e dos exercícios físicos;
• Ajude o pequeno a focar-se no presente, deixando sempre o futuro como algo importante, mas em segundo plano;
• Elogie, motive e apoie regularmente. Assim, você ajuda seu filho a criar uma boa autoestima;
• Conforme seu filho for crescendo, estimule a autonomia e a capacidade de agir segundo suas crenças e intuições.
E conclui: “É fundamental que os pais e responsáveis se mantenham calmos e cuidem de sua saúde também. Desse modo, vão contribuir para evitar a geração de ansiedade em casa e podem criar um ambiente de diálogo para que as crianças se sintam mais seguras e protegidas”.

Tratamento 

Em função do estilo de vida atual, a psicopedagoga acredita que não é possível falar em prevenção do estresse, o que se tem são formas de mitigar.os efeitos ou fazer a gestão da crise. E orienta que não existe uma “receita” que seja eficaz para todas as pessoas. Ela lembra que cada pessoa desenvolve uma resposta única ao estresse, e nessa medida não há um tratamento padrão que sirva a todos.  Se eliminar o estresse não é possível, devemos aprender a efetuar o combate a ele de uma forma eficaz e duradoura. “São as formas ou estratégias de combate”, diz ela.

A psicóloga fala da importância da alimentação no processo de combate ao estresse. Ela lembra que os alimentos que ingerimos são também muito importantes para combater o estresse. Nesse sentido, importante adotar uma dieta saudável, por que corpos bem nutridos estão mais bem preparados para lidar com o estresse. Comer pelo menos de três em três horas, por que ficar longas horas sem se alimentar pode originar hipoglicemia, um fator causador de ansiedade para o organismo.

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