Nacional
Morre, no Rio, aos 88 anos, autor da Lei Rouanet
![](https://gazetadoestado.com.br/wp-content/uploads/2022/07/fe3854c24de09c3c2f9453e2253dccaa.jpeg)
O ex-ministro da Cultura, Sergio Paulo Rouanet morreu hoje (3) no Rio, aos 88 anos. Ele foi o criador, juntamente com sua mulher, a filósofa de origem alemã Barbara Freitag, da Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
A morte foi comunicada pelo Instituto Rouanet, em nota: “É com muito pesar e muita tristeza que informamos o falecimento do embaixador e intelectual Sergio Paulo Rouanet, na manhã do dia 3 de julho. Rouanet batalhava contra o Parkinson’s, mas se dedicou até o fim da vida à defesa da cultura, da liberdade de expressão, da razão, e dos direitos humanos. O Instituto carregará e ampliará seu grande legado para futuras gerações”.
A Lei Rouanet, como ficou conhecida, permite que pessoas físicas e jurídicas destinem parte dos recursos que iriam para o pagamento do Imposto de Renda ao financiamento de obras artísticas.
Iluminista
Sergio Rouanet ocupava, há cerca de 30 anos, a Cadeira 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Na avaliação do ex-presidente da ABL, o professor e poeta Marco Lucchesi, Rouanet foi um dos grandes pensadores do Brasil. “Era um homem de fato de múltiplos talentos. Um grande filósofo, um grande ensaísta, atento às questões da cultura, da política, da poética, atento ao diálogo entre os povos. Podia voar tranquilamente de Kant a Zeca Pagodinho, por exemplo, de cujas músicas gostava”, disse Lucchesi à Agência Brasil.
Segundo Lucchesi, o imortal Sergio Rouanet tinha sensibilidade musical importante, que ficava um pouco esquecida, dentro de obra tão vasta e variada como a dele. “Gostava da ópera de Mozart, de música popular brasileira (MPB). Uma figura, sob qualquer aspecto, admirável, não só sob o ponto de vista intelectual, stricto sensu (em sentido limitado), mas da grande humanidade. Realmente, uma adesão profunda à razão, à humanidade, ele que vinha de estudos iluministas muito importantes, que contribuíram para ampliar o alcance da filosofia no Brasil.
O ex-presidente da ABL disse que, se pudesse resumir a importância de Sergio Rouanet em uma única frase, pegaria o início de uma ária da ópera A Flauta Mágica, de Mozart, que “ele amava, e que diz tudo a respeito dele: “Os raios de sol expulsam a noite”. “Acho que essa é a grande metáfora da obra de Mozart que explica o trabalho de Rouanet: a iluminação, a vontade de clarear, fazer uma nova abertura de processo, de compreensão. Uma saudade imensa de Sergio Paulo. Imensa”, concluiu Lucchesi.
Nascido no Rio de Janeiro, em 23 de fevereiro de 1934, Rouanet foi eleito para a ABL em 23 de abril de 1992, na sucessão de Francisco de Assis Barbosa.
Ainda não há informações sobre velório. O acadêmico deixa a esposa e três filhos: Marcelo, Luiz Paulo e Adriana.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: EBC Geral
-
Edição Digital2 dias atrás
Edição 5776
-
Edição Digital1 dia atrás
Edição 5777
-
Polícia12 horas atrás
Caso Dayara: perícia confirma que corpo encontrado é de vítima de feminicídio
-
Esporte2 dias atrás
Federação Francesa denunciará à Fifa cantos racistas de argentinos
-
Edição Digital4 dias atrás
Edição 5774
-
Edição Digital3 dias atrás
Edição 5775
-
Política17 horas atrás
Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA
-
Edição Digital5 dias atrás
Edição 5773
Você precisa estar logado para postar um comentário Entrar