Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Política

Comissão de Minas e Energia

Publicado

em


A Comissão de Minas e Energia do Poder Legislativo estadual, através do Fórum Permanente de assuntos relacionados ao setor Energético do estado de Goiás, realizou a 35ª reunião nesta quinta-feira, 28. O encontro foi conduzido pelo presidente do colegiado, deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania), e debateu acerca do tema: veículos elétricos e mobilidade. O evento foi transmitido pela plataforma Zoom.

De acordo com Virmonde Cruvinel, o Fórum Permanente de Energia tem procurado, em diversas pautas, trazer realidades que melhorem a vida das pessoas e a vida das cidades, e que é, também, cada vez maior a preocupação com a mobilidade nos grandes centros urbanos. “Portanto, são importantes ações que busquem alternativas que sejam não poluentes, opções que sejam mais acessíveis ao cidadão e voltadas a proporcionar a melhoria da qualidade de vida” destacou. 

A edição do encontro contou com a participação dos integrantes do fórum e com convidados atuantes na área de veículos elétricos e mobilidade. Dentre os participantes estiveram o coordenador técnico do Mova-se, Miguel Ângelo Pricinote; o professor do IFG e podcaster do www.transportarepreciso.com.br, Adriano Paranaiba; o gerente do Departamento de Estações de Recarga para Veículos Elétricos da WEG, Eloir Pagnan.

Fizeram parte do debate, ainda, Adalberto Maluf, que é bacharel em relações internacionais e mestre em Economia Política Internacional pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI/USP), está presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e é membro dos conselhos da Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e da Associação Brasileira da Geração Distribuída (ABGD); o secretário de Mobilidade Urbana da Capital, Horácio Mello; e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Robson Domingos Vieira.

Mobilidade Urbana

Ao abrir o evento, Virmondes destacou que o objetivo é o de promover a união para a melhoria da mobilidade urbana nas cidades. “Colocamos-nos à disposição para conectar os agentes e convidamos representantes do setor de mobilidade para que possam falar um pouquinho das suas impressões”, informou o parlamentar.

O coordenador Técnico do Mova-se: Fórum Permanente de Mobilidade, Miguel Ângelo Pricinote, foi o primeiro a palestrar. Na oportunidade, com o tema: Tecnologias e evolução quanto à adoção dos veículos elétricos pelos países, Ângelo abordou sobre a implantação, as metas e as vantagens da eletrificação das frotas de transporte coletivo no mundo.

Foram apresentados vários exemplos que podem colaborar com o Brasil e com o estado de Goiás, para a eletrificação das frotas das cidades. “O transporte público eletrificado é viável. Escutamos muitas falas, muitos preconceitos e mitos falando que o ônibus elétrico não é viável. Tivemos inúmeras evoluções nos últimos anos e, em 10 anos, um veículo elétrico vai ser mais barato do que um veículo a diesel, principalmente, na questão de manutenção”, apontou.

Segundo Miguel Ângelo, mais uma queda das barreiras e que hoje já se apresenta com novas tecnologias, é principalmente em relação às baterias. “Este, hoje, é o elemento mais caro na eletrificação da mobilidade e um dos que mais apresentou salto de tecnologia. Temos um espaço muito grande para ser explorado neste setor e um caminho de oportunidades para melhorarmos a questão da mobilidade” observou.

Veículos elétricos

Já Adriano Paranaíba, segundo palestrante, abordou, a temática: Barreiras regulatórias e tributárias que dificultam a eletrificação das frotas. Na oportunidade, destacou sobre o movimento atual que o Governo Federal está fazendo sobre a questão regulatória do setor e a importância destes movimentos na vida da sociedade. “É importante fazermos políticas públicas. A regulação deixa clara quais são as regras do jogo, e pode, tanto ajudar, quanto atrapalhar. Quando você tem muita complexidade regulatória, atender a regulação fica muito caro”, informou.

Neste sentido, Adriano Paranaíba destacou que a eletrificação da frota em Goiânia, em Goiás e no Brasil, não ocorrerá tão cedo. “Já até temos muitas empresas especializadas que produzem ônibus elétrico, porém, para esse cidadão entrar no Brasil de cara já tem que pagar 35% de imposto de importação. Então isso é um problema muito sério porque o país cria uma barreira”, ponderou.

Ele destacou que essa é uma discussão que vale a pena ser feita pelo Fórum. “Não adianta a gente ficar fazendo uma discussão de como vamos  desenvolver esse sistema se não atacamos a fonte do problema. O custo de produção no Brasil é muito alto. Nós colocamos um peso de 1.6 trilhões de reais de custo Brasil no empresário, no produtor, na pessoa que fabrica ônibus, no cara que fabrica o carro, a placa solar e a bateria elétrica. Então, a indústria nacional não fabrica porque ela não tem interesse”, finalizou.

Terceiro a palestrar, Eloir Pagnan, tratou de tema direcionado à WEG: Estações de recarga (Mercado, Regulamentação, Modelos e funcionalidades). O gerente apresentou um panorama técnico sobre o assunto e também assuntos do dia a dia para conhecimento de todos.

Eloir falou sobre a transição que está ocorrendo no setor energético, mais notadamente da mobilidade elétrica e apontou que até 2030, em torno de 1/3 da frota global vai ser de veículos elétricos. “Esse movimento é muito puxado pela China que tem um protagonismo muito forte, que aproveitou muito bem as oportunidades, e se posicionou sobre o assunto acabando por liderar essa transição” informou.

Ele disse que a União Europeia também vem forte nesse processo de transição e que os Estados Unidos agora, com o novo governo do presidente Biden, também apresenta projeções bem agressivas e um dos planos mais ambiciosos dessa nova economia de investimentos para a transição energética. “E o Brasil é também um grande mercado. Temos uma frota de veículos em circulação que ultrapassa 60 milhões e pesquisas dão conta que o brasileiro é muito receptivo a esse tipo de transporte”, disse.

Ele considerou questões relacionadas ao custo, mas afirmou que é questão de tempo para que esse assunto também seja favorável à eletrificação das frotas, algo que, segundo ele, depois de exemplificar e mostrar inúmeros dados e vantagens, se torna vantajoso tanto pro meio ambiente quanto para o consumidor.

Projeções

O último participante a fazer sua intervenção na reunião foi Adalberto Maluf. Na oportunidade, Adalberto destacou que todas as projeções apresentadas para o crescimento do setor, mesmo no Brasil, foram muito tímidas. “Foram previsões que erraram feio. Prevíamos que teríamos, hoje, entre 4% e 5% de elétricos e estamos muito acima disso. No ano passado, projetou-se que seria vendida uma quantidade menor de veículos elétricos, com queda de 18% e, na verdade, o que tivemos foi um aumento de 40%. Então é uma grande revolução”, destacou.

Ele apontou ainda que, nesse sentido de desenvolvimento do setor, o Brasil hoje já tem fábricas de ônibus elétricos e que começou, agora, com fábricas de caminhões elétricos, e questionou a carga tributária para o setor. “A logística verde realmente avançou. Mas, infelizmente, os veículos elétricos ainda pagam uma carga tributária muito grande. Quando a gente pensa no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de uma bicicleta elétrica em 35%, isso é um contrassenso, um absurdo. Não faz sentido que um produto que é bom para todo mundo seja sobretaxado”, ponderou.

Adalberto disse não conhecer nenhum outro país que faça isso, atualmente, onde um carro à combustão, na grande maioria, paga menos impostos que o elétrico. “Precisamos de isonomia, de retirar as barreiras para que esse sistema de mobilidade possa crescer no Brasil beneficiando o País e gerando emprego e renda”, disse.

O participante finalizou dizendo que um dos principais desafios do poder público, hoje em dia, é o de ser um articulador e coordenador dos esforços de pesquisa e de envolvimento, trazendo para o mesmo debate a indústria, os governos e a sociedade civil.

No encerramento, foram realizados os encaminhamentos da reunião. Um deles foi a determinação de elaboração uma agenda, junto à Secretaria Municipal de Mobilidade da capital, para uma interlocução com o Fórum com o objetivo de discutirem a possibilidade de que os membros integrem e troquem informações com a mesma sobre o movimento de eletrificação das frotas urbanas.

Publicidade
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Entrar

Deixe um Comentário

CIDADES

PLANTÃO POLICIAL

POLÍTICA

ECONOMIA

MAIS LIDAS DA SEMANA