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Concurso da Alego premiará fotógrafos amadores e profissionais

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Criado no ano de 2020, durante o período de pandemia, o concurso fotográfico Yocihar Maeda, promovido pela Assembleia Legislativa de Goiás, está em sua terceira edição. Após dois anos com temáticas voltadas ao isolamento social e a um novo modo de vida, a proposta, dessa vez, é para paisagens urbanas ou naturais, além de pessoas e monumentos. Intitulado “Viver em Goiás – Clique Cotidiano”, o concurso recebe inscrições, em seu site oficial, até 18 de outubro. A ideia é captar a beleza ou propor um olhar diferente sobre momentos do dia a dia.

Assim como na primeira e segunda edições, a competição está voltada a fotógrafos profissionais e amadores. Seis fotos serão escolhidas ou seja três participantes de cada categoria, premiados com valores que variam entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, além de troféus. Podem participar pessoas de todas as idades, exceto servidores, estagiários e trabalhadores terceirizados da Alego. 

Mais do que um incentivo, o concurso, de iniciativa da Diretoria de Comunicação Social da Casa de Leis, visa valorizar os olhares a partir de perspectivas diferentes e, ainda, aproximar a sociedade do Legislativo goiano. Além disso, pode promover visibilidade, desenvolvimento e crescimento profissional, como no caso de Jucimar de Sousa, que ficou em segundo lugar na primeira edição do concurso e foi campeão da categoria profissional na edição de 2021. 

“Quando fiquei classificado em segundo lugar na primeira edição, de imediato já tive um crescimento profissional. Com a visibilidade surgiram oportunidades de emprego em dois grandes veículos de comunicação, um inclusive de âmbito nacional. Outra conquista foi um reajuste salarial no veículo que eu já trabalhava”, relata.

O fotógrafo ressalta que a iniciativa da Alego propicia valorização à arte e cultura goiana, bem como dos profissionais da área. “A fotografia é uma paixão na vida de muita gente e um concurso como esse, promovido pela Assembleia Legislativa, é importantíssimo, uma vez que valoriza e incentiva artistas regionais, proporcionando oportunidade tanto para profissionais quanto amadores”, pontua Jucimar. 

Ele conta que, em 2021, quando ficou em primeiro lugar, ficou surpreso, principalmente quando viu o trabalho brilhante de outros  fotógrafos concorrentes. “A segunda edição foi de um nível muito avançado de participantes e acredito que isso é bom, pois torna o concurso mais competitivo e exige que os candidatos desenvolvam melhor os trabalhos, o que ajuda na qualidade e desenvolvimento dos fotógrafos do estado.”

Com relação às fotos vencedoras, Jucimar conta de onde vieram as inspirações. Com a temática “Um olhar pela janela”, a primeira edição foi voltada ao isolamento social em função da pandemia. O registro do profissional veio da janela de um carro, com a imagem de um músico que tentava arrecadar dinheiro, com o seu trabalho, em um sinaleiro da capital.

“Eu imaginei que muitos candidatos iriam usar janelas de casa nas composições e eu buscava compor com uma janela diferente. Como os bares foram fechados, muitos cantores buscaram a rua como palco e as janelas dos veículos eram de onde o público assistia e ajudava os músicos no sustento de suas famílias. Próximo à Praça Tamandaré, encontrei um artista que tocava violão e cantava durante os três minutos de sinal fechado. Fiz o registro, pedi autorização do personagem por escrito, de acordo com a exigência do concurso, e cadastrei a foto com o título ‘Do palco pra rua’”, lembra.

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A segunda edição teve como temática “Os desafios da educação em tempos de pandemia”. A foto vencedora na categoria profissional mostra, em primeiro plano, uma criança entrando na escola e correndo para a sala de aula, com uma máscara de proteção facial no rosto. Ao fundo, estava sua reponsável, que a olhava do lado de fora, entre as grades do portão, também com o rosto coberto por máscara.

“A expressão da aluna era de alegria, em rever professores e coleguinhas, enquanto o sentimento da mãe que estava no portão da escola era de apreensão e medo, insegura da decisão que havia tomado em permitir o retorno da filha à sala de aula, em tempos instáveis de pandemia, com altas e baixas nos casos de covid-19”, detalha Jucimar, que afirma ter buscado inspiração a partir de uma experiência própria. “Eu e minha esposa vivemos essa angústia e pra nós essa decisão também foi desafiadora. Os desafios da educação não eram somente em como a escola iria adaptar novamente a rotina, mas como os pais estavam sendo desafiados.”

“Alumia”

Os desafios do cotidiano serviram, também, de incentivo para a social media Stefanny Alves, vencedora da categoria amadora da segunda edição do concurso. Intitulada “Alumia”, a foto da campeã mostra um universitário estudando no celular, à luz de velas. De acordo com a participante, o registro foi feito em casa, com seu irmão, durante um período de ensino a distância em função da pandemia.

“Eu acompanhei todos esses perrengues, de queda de energia, internet, dentre outros, e foi o que resolvi retratar na foto. Funcionou, a foto ficou bacana, gostei muito do resultado e decidi me inscrever. Porém, despretensiosamente. Não achava que eu ia ganhar. Mas me inscrevi ao menos para participar, pois acreditei que seria uma experiência muito interessante”, conta.

A informação a respeito do concurso foi dada a Stefanny por um colega de trabalho, fotógrafo profissional, que a incentivou a participar do concurso. O resultado, surpreendente, iluminou também sua vida profissional e a forma de enxergar o mundo. “Foi uma grata surpresa. Fiquei muito feliz, me emocionei muito, assim como no dia da premiação, tanto que nem consegui discursar. Me chamaram para falar e eu estava com a voz embargada, porque foi um momento único, que marcou muito a minha vida”, lembra.

O valor da premiação foi utilizado pela campeã para a aquisição de um equipamento fotográfico para seguir em frente, na área. Ela conta que sempre gostou muito de fotografia, mas seu contato era mais tímido. “Depois que participei do concurso, me senti muito mais motivada para desenvolver esse olhar diferente não só para as coisas do dia a dia, mas também para a cidade. Às vezes eu estou passando na rua e vejo alguma arte ou algo acontecendo e já me desperta o interesse para fotografar.”

Stefanny diz que vai participar novamente, da atual edição, e tornar isso um hábito para os próximos anos. “Eu achei a iniciativa genial porque abre a oportunidade para quem se interessa pela fotografia, mas, assim como eu, de forma amadora. Tem a questão do incentivo financeiro, mas também a visibilidade que traz como profissional ou essa visão artística. É um espaço muito bacana e democrático porque não importa quem você é, de onde vem, a sua foto fala por você”, salienta.

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A vencedora do concurso na categoria amadora ressalta, ainda, a questão da aproximação ao Legislativo, por meio do concurso. “A gente vê o Poder Público como algo muito fechado. Então, a partir do momento que você participa de um concurso como esse e a premiação acontece dentro da sede da Assembleia Legislativa, é possível ver que a Casa de Leis está muito mais perto da nossa realidade do que a gente pensa e que podemos, sim, transitar e ocupar esses espaços, que fazem parte da nossa vida como cidadãos goianos”, pontua.

Exposição

Stefanny destaca o sentimento em ver sua foto exposta para o público na Alego e em diversas plataformas do órgão. Alegria essa compartilhada, também, por seu irmão, que a inspirou e originou a referida imagem. “Meu irmão adorou. Levei, depois, uma edição da revista para a casa, mostrei para ele e ele ficou muito feliz em ver minha foto exposta, com ele de modelo”, conta.

Hugo de Paula Oliveira, que conquistou o terceiro lugar da categoria profissional na primeira edição do concurso, no ano de 2020, enfatiza o momento como algo marcante em sua carreira. “Ver minha foto exposta e premiada foi como receber uma certificação de todo meu trabalho, um grande motivo de orgulho”, diz. 

O vencedor da primeira edição afirma que participar do concurso Yocihar Maeda foi uma experiência muito prazerosa e surpreendente. Prazerosa pela oportunidade de mostrar um pouco do seu trabalho/arte para mais pessoas e surpreendente por ter ficado entre os premiados, uma vez que decidiu fazer uma foto mais conceitual e despretensiosa. 

Intitulado por “Máscaras Desiludidas”, o registro do profissional mostra, em silhueta, máscaras penduradas na rede de proteção da janela de um apartamento, contrário à luz do sol, com o formato da expressão de angústia. “A ideia foi passar o sentimento de tristeza de ter que ficar confinado em casa devido à covid-19, principalmente nos belos dias do ano”, explica Hugo.

Yocihar Maeda

Promovido em homenagem a um dos maiores profissionais do cenário fotográfico goiano, o concurso rememora a passagem de Yocihar Maeda, ou Maedinha (como era conhecido entre os mais próximos), pelo Legislativo estadual, onde atuou por mais de 30 anos. O homenageado foi um dos profissionais de fotografia mais requisitados pelos deputados estaduais, diretores e colegas de trabalho.

Maeda iniciou sua carreira na Assembleia ainda no ano de 1988. Desde o princípio, atuou no departamento de imprensa da Casa de Leis tendo, no decorrer de sua passagem, cativado todos os que com ele conviviam.

O fotógrafo, nascido em 3 de agosto de 1952, faleceu em 27 de janeiro de 2020, aos 67 anos, vítima de um câncer na bexiga. Maeda, que era natural do Mato Grosso do Sul, deixou duas filhas e dois netos, além de um vasto legado, sinônimo de humildade, empatia, hombridade e talento.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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