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Saiba como se prevenir contra um Acidente Vascular Cerebral
Em julho de 2018, aos 31 anos, Fernanda Dias Ventura estava no quintal de casa quando foi acometida por uma forte dor de cabeça, seguida pela paralisia do lado esquerdo do corpo. Cambaleando, a servidora pública conseguiu telefonar para a família antes de desmaiar. Ela sofrera um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O socorro chegou rapidamente, Fernanda foi encaminhada ao Hospital de Base (HB) e teve o coágulo que impedia o fluxo sanguíneo cerebral extraído com sucesso.
Assim como o atendimento rápido prestado pelo HB, a prevenção é uma atitude de extrema importância para a qual as autoridades chamam atenção, em especial no Dia Mundial do AVC, 29 de outubro. Orientações sobre os procedimentos preventivos podem ser obtidas em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) do DF.
Prevenir é melhor que remediar
A melhor forma de prevenir um AVC é atentar aos fatores de risco, que aumentam as possibilidades de uma pessoa passar por esse problema. O monitoramento inclui o controle da pressão arterial, do diabetes, colesterol e arritmias cardíacas, além do combate à obesidade, sedentarismo e tabagismo.
“Controlando esses principais fatores de risco, conseguimos reduzir em 90% a incidência da doença; então, a melhor forma é prevenir, antes de remediar”, adverte neurologista vascular Letícia Costa Rebello, do Hospital de Base.
“Tempo é cérebro, essa é a máxima do tratamento para o AVC” Letícia Costa Rebello, neurologista do Hospital de Base
Para reconhecer os sinais que indicam a doença, é preciso saber que o AVC é uma alteração súbita de vasos sanguíneos cerebrais. Acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem. Com isso, ocorre uma lesão na área cerebral que ficou sem circulação de sangue.
Há dois tipos de AVC – o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico ocorre quando um vaso de dentro da cabeça obstrui, causando a interrupção do fluxo sanguíneo. Esse tipo de AVC é o que prevalece em 80 a 85% dos casos. O AVC hemorrágico, por sua vez, ocorre quando há uma ruptura no vaso sanguíneo da cabeça. Geralmente, tende a ser mais grave, sendo registrado em 15 a 20% dos registros – a minoria.
Sinais de um AVC
Letícia Rebello lembra que os principais sinais de um AVC são boca torta, perda de força ou de sensibilidade de um lado do corpo e dificuldade para falar ou entender o que as pessoas estão dizendo.
A neurologista alerta que, reconhecidos esses sinais deve-se encaminhar a pessoa imediatamente ao hospital. “Tempo é cérebro, essa é a máxima do tratamento para o AVC”, explica. “Quanto mais o tempo passa, mais o cérebro se perde e menores são as chances de um bom prognóstico e de uma boa resposta ao tratamento”.
O socorro público imediato é prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). ”O ideal é que seja feito o contato com o Samu [Serviço de Atendimento Médico de Urgência], pelo número 192”, orienta Letícia. “O Samu vai fazer o atendimento pré-hospitalar e vai direcionar o paciente para o hospital adequado, fazer a pré-notificação e verificar a reserva de vaga, entre outros serviços”.
A história de Fernanda Dias Ventura, que foi socorrida a tempo após um AVC, é sucedida por vários finais felizes, como o nascimento da filha, Lívia, em março do ano passado, após uma gestação considerada de alto risco. Daquele 23 de julho de 2018, ficou a gratidão pelo pronto atendimento e a consciência de que o melhor é sempre saber prevenir.
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