Geral
Rede de proteção social reforça acolhimento aos idosos
“É um serviço que atua na prevenção de situações de risco por meio do acompanhamento sistemático e atividades em grupo que ampliam trocas culturais e de vivências” Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social
No Dia Internacional da Pessoa Idosa, comemorado em 1º de outubro, a rede de proteção social do Distrito Federal reforça o compromisso com esse público. “É uma data importante para chamar atenção para esse público específico que necessita da proteção do Estado, mas também serve para valorizar iniciativas que já são consolidadas e auxiliam tantas pessoas, como os serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos”, lembra a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.
Segundo dados da Sedes, são 756 idosos vinculados às unidades do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (CCFV) de execução direta e 500 cobertos pelas entidades parceiras da pasta na prestação do serviço. O CCFV funciona como local de socialização e convivência comunitária, onde as pessoas assistidas saem do isolamento, conversam, resgatam vínculos familiares, têm atendimento socioassistencial e ainda participam de oficinas que resgatam a autoestima.
“É um serviço que atua na prevenção de situações de risco por meio do acompanhamento sistemático e atividades em grupo que ampliam trocas culturais e de vivências, desenvolvem o sentimento de pertencimento e de identidade, fortalecem vínculos familiares e incentivam a socialização e a convivência comunitária”, explica a titular da Sedes.
Atendimento
Os centros de convivência atendem famílias em situação de vulnerabilidade social de todas as faixas etárias. Os usuários são divididos por grupos e têm atividades específicas de acordo com a idade e as particularidades de cada região. No DF, dos 16 centros, 14 desenvolvem atividades voltadas para o público idoso a partir dos 60 anos, com reforço de quatro organizações da sociedade civil (OSCs) parceiras.
“É um serviço que contribui muito para a socialização”, ressalta a chefe do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Gama Sul, Flávia Mendes.
“Temos muitas idosas que moram sozinhas e convivem pouco até mesmo com a própria família. Então, estar no serviço de convivência significa realmente um momento para interagir, e essa interação é muito importante para a saúde mental e saúde física delas. Nós nos preocupamos em garantir a acolhida para que elas se sintam bem e seguras aqui.”
Atendida pela unidade do Gama Sul, a aposentada Delzira Luiza da Rocha, 60 anos, diz que, além de proporcionar momentos de descontração, o CCFV auxilia nos cuidados com a família em casa. “Para mim é uma diversão vir para cá”, conta. “Me ajuda com meu idoso; convivendo aqui, aprendi mais a lidar com ele também. Me sinto útil. As atividades que eu mais gosto são a dança, a atividade física e os passeios”.
O diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni Batista, reforça que o serviço contribui significativamente para o desenvolvimento de potencialidades, afirmação de direitos e garantia de aquisições de forma progressiva aos usuários atendidos. “Especificamente para o público idoso, favorece também um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo, assegurando espaços de encontro e propiciando vivências que valorizem suas experiências e contribuam para o desenvolvimento da autonomia e protagonismo social”, pontua.
Atividades presenciais
Os 16 centros de convivência e fortalecimento de vínculos, assim como as demais unidades socioassistenciais, atuavam em atendimento remoto desde o ano passado por causa da pandemia, mas agora retomam de forma gradual as atividades presenciais. Cada unidade preparou um plano de ação preventiva ao contágio da covid-19, aumentar a segurança para usuários e servidores e monitorar o serviço. Os grupos foram reduzidos para garantir o distanciamento social, assim como o tempo de duração das atividades.
Clayton Andreoni lembra que, nesse período de pandemia, não houve novas inserções, nem desligamentos de usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O objetivo, afirma, é priorizar o atendimento para os usuários que já estão vinculados às unidades.
Educador social responsável pelo acompanhamento dos idosos no CCFV de Planaltina, David Ernesto Cavalcante relata que muitas usuárias idosas pediam a volta do atendimento presencial porque não se adaptaram às atividades on-line. “Essa retomada viabiliza que todas sejam atendidas e participem das atividades”, conta. “Nós dividimos as turmas levando em consideração até as usuárias que moram perto umas das outras. Muitas vêm caminhando juntas para a unidade, [participando de] um momento de exercício físico e descontração”.
Rede de proteção social
“A pessoa idosa, nesses casos, normalmente, chega aos nossos serviços por denúncia ou por decisão judicial solicitando acolhimento ou por conta própria” Kariny Alves, subsecretária de Assistência Social
Além dos serviços de convivência e fortalecimento de Vínculos, o GDF conta uma rede ampla de proteção social voltada para a pessoa idosa que também inclui as 26 unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) – responsáveis pela escuta qualificada, prevenção de situações de risco e pela concessão de benefícios sociais, como o Cartão Prato Cheio e o DF sem Miséria. O Cras também faz inscrição e atualização do Cadastro Único para programas sociais do governo federal, que, no DF, é gerido pela Sedes.
Atualmente, são 51.248 pessoas idosas a partir dos 60 anos inscritas no Cadastro Único no DF. É por meio dessa inscrição que elas têm acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a idosos acima dos 65 anos sem condições financeiras de se sustentar.
Proteção especial
A rede de proteção social do DF também conta com unidades do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), responsáveis pelo acompanhamento socioassistencial de pessoas idosas que passam por situações de violência ou violações de direitos. É o caso dos idosos que sofrem maus-tratos, abandono, afastamento do convívio familiar.
“A pessoa idosa, nesses casos, normalmente, chega aos nossos serviços por denúncia ou por decisão judicial solicitando acolhimento ou por conta própria”, explica a subsecretária de Assistência Social , Kariny Alves. “Por meio do atendimento socioassistencial, avaliamos o contexto em que a pessoa chegou aos nossos serviços. Às vezes, não é o caso do acolhimento, tem que fortalecer a família. Não é porque a família não quer cuidar; às vezes, ela não tem meios para isso. Enfim, é toda uma rede para dar suporte ao idoso.”
Em casos extremos, a pessoa pode ser encaminhada para outras unidades, como o Serviço de Acolhimento Institucional para Pessoas Idosas (Saipi) e o Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (Saiafa), além das entidades parceiras da Sedes. Hoje, o DF, tem, no total, 319 idosos acolhidos nas unidades de execução direta e indireta.
Segundo a diretora dos Serviços de Acolhimento da Sedes, Daura Meneses, as formas de acesso disponíveis a esse público são a Central de Vagas de Acolhimento, para idosos independentes que vivem na rua, e o Creas, nos casos de idosos que não esse encontram em situação de rua.
“Eles passam por uma triagem, que é a avaliação da pessoa idosa, para que, de acordo com os achados dessa avaliação, seja possível encaminhar os idosos para diferentes instituições, de acordo com o sexo, grau de dependência para as atividades diárias”, explica a gestora.
Daura destaca que há uma preocupação em oferecer um ambiente adequado, onde a pessoa idosa possa resgatar a dignidade e ter acesso a serviços socioassistenciais e de saúde. “Nas instituições, os idosos são atendidos em um ambiente que se assemelha a uma residência, sendo oferecido atendimento socioassistencial, além de alimentação, higienização, atividades sociais, culturais e artísticas”, detalha.
Kariny Alves reforça: “Nossa rede de proteção é ampla e atende o público idoso em todas as situações, desde a prevenção de situações de risco, concessão de benefícios sociais, interação com a comunidade, até o combate a situações de violência e violação de direitos. É o atendimento integral dele, desde a prevenção, com os centros de convivência, até o acolhimento, nos casos extremos”.
*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social
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